Texto produzido por Sarah Kliman.
Criado em setembro de 2015, os ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) foram criados pela ONU (Organização das Nações Unidas) para cumprir os acordos da Agenda 2030, com 17 objetivos inseridos. O ODS 2 consiste em erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável até 2030. Contudo, a trajetória rumo a essas metas tem sido marcada por retrocessos alarmantes.


As metas do ODS 2 e os entraves no progresso
A ODS 2 conta com oito metas, entre elas, acabar com a fome e com a desnutrição, dobrar a produtividade agrícola dos pequenos produtores de alimentos, sistemas sustentáveis de alimentos, continuar com a diversidade genética das sementes, aumentar o investimento nas infraestruturas rurais, corrigir as restrições no comércio agrícola e garantir o adequado funcionamento do mercado de alimentos.
Infelizmente todas as oito metas estão em retrocesso, algumas das causas são a falta de financiamento para pequenos produtores implementarem práticas sustentáveis, relutância em abandonar métodos tradicionais, falta de conscientização sobre os benefícios de práticas sustentáveis e a dificuldade em monitorar e fiscalizar o cumprimento de políticas e práticas sustentáveis.
Exemplos de iniciativas bem-sucedidas
Apesar das dificuldades, programas inovadores mostram que é possível avançar. No Brasil, o Programa Fome Zero, especialmente por meio do Bolsa Família, integrou segurança alimentar, incentivos à agricultura familiar e compras governamentais. Essa estratégia se mostrou eficaz ao valorizar pequenos produtores e assegurar alimentos acessíveis e nutritivos à população. Internacionalmente, a Índia tem o Programa Mahatma Gandhi de Emprego Rural, que combina segurança alimentar com geração de empregos sustentáveis em áreas rurais, e nos Estados Unidos, a agricultura regenerativa tem ganhado força, promovendo práticas que capturam carbono no solo, reduzem impactos ambientais e aumentam a produtividade.
A agricultura familiar como aliada
A agricultura familiar é incentivada pois garante alimentos nutritivos e diversificados, fortalece economias locais, promove a sustentabilidade, aumenta a resiliência alimentar e valoriza saberes tradicionais. Também melhora as condições de vida das comunidades rurais ao aumentar a produtividade e a renda, garantir segurança alimentar, preservar o meio ambiente, diversificar fontes de renda, fortalecer a resiliência às mudanças climáticas e promover saúde e bem-estar.
Para que o ODS 2 seja alcançado até 2030, é imprescindível ampliar os investimentos em infraestrutura rural, fortalecer políticas públicas voltadas aos pequenos agricultores e conscientizar a sociedade sobre os benefícios das práticas agrícolas sustentáveis. A fome é uma realidade evitável e a agricultura familiar pode ser a chave para transformar essa meta em realidade.
Texto produzido para a disciplina Comunicação, Cidadania e Ambiente, sob a orientação da professora Cláudia Herte de Moraes.
Edição especial para Íntegra.