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Camobi: Uma opção em alta



Camobi já foi apenas um simples bairro para Santa Maria, hoje, compõe como um dos maiores da cidade. Entre mudanças e evoluções, a urbanização tem sido intermitente pelas ruas e avenidas do território, havendo severa concorrência entre o setor imobiliário central e de Camobi.

Reportagem: Dreyfus L. Gomez e Stevão Limana

Com um dos maiores polos universitários do Brasil, a cidade de Santa Maria tem 84,36%, do PIB produzido por comércio e serviços, que gera aproximadamente R$ 4,9 bilhões (de um total de R$ 6,47 bilhões – dados de 2014). Boa parte destes valores se deve à presença de universitários no município, tanto da Unifra quanto da UFSM. O setor imobiliário está entre um dos que mais contribui para este alto índice.

É notório que nos últimos anos Santa Maria investiu muito no ramo de imóveis, pois cada vez mais prédios tomam conta de ruas e avenidas. É comum caminhar e poder notar ao redor inúmeras construções em andamento. A procura de estudantes é grande, principalmente no primeiro trimestre de cada ano – época que as imobiliárias mais têm movimento. Após a divulgação do resultado do SISU, calouros de todo Brasil migram ao coração do Rio Grande, em busca de seu futuro. É o que conta Luiza Dias, da Imobiliária Ideal: “Com toda certeza, janeiro, fevereiro e março, são os meses de maior congestionamento na imobiliária. A gente não para”.

Com o fim do vestibular, o público do setor imobiliário santa-mariense mudou muito. Estudantes oriundos de outros estados, – principalmente do sudeste – embarcam rumo à região central gaúcha. É o que conta a supervisora de vendas da imobiliária Itaimbé, Daniele Segarbinazi: “Com o advento do Enem, todas imobiliárias precisaram se adaptar nas questões de documentação e fiadores. O seguro fiança, por exemplo, é algo que não trabalhávamos antigamente, mas nos vimos obrigados para poder ter mais demanda.”

Se há uma década, a procura intensa por apartamentos próximos ao centro fazia com que estes fossem supervalorizados, com altas cifras pedidas pelas imobiliárias, na atualidade, o cenário se desenha de forma diferente. Existe praticamente uma inversão, que tornam as locações em Camobi equiparáveis ou superiores às do Centro. E esta crescente fez com que imobiliarias se deslocassem ou fossem abertas filiais no bairro, como é o caso da Jair Behr.

Camobi já foi somente uma mancha verde no mapa. Seu desenvolvimento se dá principalmente a partir da implementação  da UFSM na zona leste santa-mariense, em 1960, mas o crescimento real é relativamente recente, a partir da década de 1990. A densificação se dá, principalmente, pela substituição de residências unifamiliares simples, por edifícios, em grande maioria, destinados a estudantes.

A busca destes estudantes se dá, principalmente, por residências (na maioria, apartamentos) próximas ao Campus. Desta maneira, locações próximas ao bairro Camobi atraem um vasto número de universitários. Consequentemente, onde há demanda, há oferta. O crescimento do setor terciário em Camobi também tem aumentado muito. Lojas e empresas de bens de consumo tomam lugar, principalmente na avenida Evandro Behr.

A necessidade, muitas vezes, está à frente de outros fatores. Rafaela Inda, 21 anos, veio de Uruguaiana, em 2015, para estudar Engenharia Química na UFSM. Mora no edifício Dona Almerinda, administrado pelo Banco de Imóveis, na Rua Vereador Erli de Almeida Lima, paralela à Avenida Roraima, que dá acesso à UFSM. Embora os preços não sejam tão acessíveis no local, ela conta que a proximidade da Universidade – dez minutos a pé, em relação ao prédio do Centro de Tecnologia – influiu diretamente na escolha do local de moradia. Dividir com um amigo foi a saída encontrada para reduzir os custos.

Também há quem prefira morar mais distante da universidade e mais próximo do centro. Gabriele Couto, 19 anos, veio da cidade vizinha de Restinga Sêca, em 2016, para cursar Química, na UFSM. Reside com seu pai, na Alameda Buenos Aires, próxima ao Royal Plaza Shopping. Há a proximidade de farmácias, supermercado e rodoviária, além de uma parada de ônibus, fatores que pesaram na decisão. O sobrado conta com três apartamentos e é administrado pelo proprietário do imóvel. Segundo Gabriele, a diferença de tarifa da passagem intermunicipal de Restinga Sêca para Santa Maria em relação ao serviço de transporte intramunicipal acarretaria em despesas exorbitantes no orçamento.

De modo geral, a dinâmica de crescimento de Santa Maria é de baixa intensidade, devido à fraca industrialização econômica, que gera poucos atrativos ao crescimento, além da demanda de atendimento ao público estudantil, que se caracteriza pela busca de edifícios de padrão médio e comércio de pequeno porte.

Em visões físicas, há uma progressiva ocupação do vazio entre Camobi e o Centro da cidade. Loteamentos dirigidos às classes média e alta contemplam uma grande quantidade de docentes, estudantes, técnicos, entre outros, que circulam pelas ruas do Bairro. Camobi está em constante evolução: possui o maior contingente populacional entre os bairros de Santa Maria, com mais de 22 mil habitantes, segundo dados do IBGE, e possui aproximadamente 9 mil domicílios particulares.

O processo especulativo do mercado imobiliário tem ampla determinância na ocupação do espaço urbano, resultando na expansão da área. Percebe-se que o mercado imobiliário define as formas de ocupação das diversas áreas da cidade, redefinindo os novos limites e horizontes, remodelando a cidade e ocasionando uma clara distinção das classes sociais que ocupam os espaços urbanos, o que é refletido através das recentes edificações que surgem muito rapidamente.

Além de ser um polo de conhecimento, a UFSM também gera impacto econômico para Santa Maria. Para o ano de 2017 a Universidade teve a estimativa de aproximadamente 900 milhões de orçamento anual, em comparação, a prefeitura de Santa Maria previu para seu caixa 690 milhões. A Instituição contém um capital maior do que muitas cidades do estado. O crescimento de Camobi, alheio ao do setor imobiliário, comerciário e terciário são majoritariamente dependentes da Universidade. Ao longo dos anos a Federal se constitui como um grande pilar de sustentação do PIB santa-mariense e da educação gaúcha e nós, agraciados por sua existência.

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