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Produção Científica e projetos de extensão: a balbúrdia das universidades federais



As instituições públicas de ensino superior são responsáveis por cerca de 60% da produção científica do Brasil. O relatório feito pela Clarivate Analytics esboça algo curioso: mesmo com os cortes de verba impostos à pesquisa nos últimos anos – cerca de 25% no orçamento total – quinze universidades públicas, 11 federais e quatro estaduais, são responsáveis pela produção de artigos e pesquisas que abordam desde as ciências biológicas, até as engenharias, compondo, de forma quase que total, a ciência brasileira. Mesmo com os resultados expressivos e com o 13° lugar no ranking mundial de produção científica, a realidade das universidades públicas do Brasil não é das melhores.

Gráfico em barra que ilustra a produção científica mundial, no período de 2013 a 2019. Em primeiro lugar, os Estados Unidos da América, com 2.653.867 trabalhos publicados. O Brasil aparece, em vermelho, na décima terceira colocação, com 280.912 trabalhos publicados. À direita, em destaque, um quadro com a informação "A produção brasileira cresceu 30% nesses 6 anos; o dobro da média mundial.”

O ex-ministro da educação Abraham Weintraub, que esteve no cargo entre 2019 e 2020, ficou conhecido pelos ataques constantes às Universidades Federais, além de ser um dos principais representantes daquilo que o Brasil enfrenta nos últimos anos: a desqualificação da ciência e de pesquisas feitas dentro da universidade, além do fomento ao ódio indiscriminado por tudo que ela representa. Na época, Weintraub utilizava termos pejorativos para se referir às atividades acadêmicas no país. Além de falar em “balbúrdia”, o ex-ministro também fez constantes alusões ao uso de drogas em dependências universitárias. Em uma gestão marcada pela defesa desses ideais, o MEC anunciou em 2019, que cortaria verbas de universidades que não apresentassem “o desempenho acadêmico esperado” ou que promovessem “balbúrdia” em suas dependências. Na época, três instituições sofreram corte de verbas: a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) – o valor da redução alcançou cerca de 30% do orçamento das instituições.

Mas afinal, o que seria “promover balbúrdia”?

Quando vislumbramos a realidade da UFSM nos deparamos com o seguinte: 30.530 alunos divididos em 272 cursos que são ministrados por mais de 2 mil docentes. Esses números, retirados do portal da universidade (https://portal.ufsm.br/ufsm-em-numeros), em junho de 2021, são expressivos e demonstram que, além do conhecimento científico produzido, a UFSM criou, através dos seus espaços e cursos, uma nova sociedade dentro do próprio município, que movimenta a economia, promove intercâmbios culturais – por meio de interações entre alunos e docentes – e, o mais importante: impacta diretamente a realidade de pessoas.

A Universidade tem caráter extensionista. Isso significa que, para além dos fatores já citados, a UFSM se relaciona diretamente com a sociedade que a permeia através de estudos aplicados no cotidiano social, os chamados projetos de extensão. A Pró Reitoria de Extensão (PRE) desenvolveu em 2019, o Mapa de Extensão UFSM, que pode ser acessado no link:   https://www.ufsm.br/pro-reitorias/pre/mapa/. O site reúne dados de cada uma das atividades promovidas pela instituição, apresenta-os de forma especializada e detalha  as contribuições sociais e de desenvolvimento prestadas pela Universidade a nível regional. O mapa revela também que as ações de extensão da UFSM estão presentes em cerca de 150 cidades brasileiras, espalhadas por 11 estados diferentes, além de estarem também em  quatro países da América Latina e da Europa. Ao todo, aproximadamente  cinco  milhões de pessoas, dos mais variados lugares, são alcançadas pelos 1109 projetos da Universidade.

Jones Machado, professor Adjunto do Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM, foi coordenador do projeto de extensão “Distanciamento social em rede: estratégias de comunicação para micro e pequenas empresas no contexto da pandemia de Coronavírus” que, de abril a agosto de 2020, auxiliou cerca de 10 microempresas de Frederico Westphalen e região. Dentre as atividades desenvolvidas há a realização de briefings com cada um dos empreendedores, desenvolvimento de planos de ações individuais, criação dos produtos e aprovação dos mesmos com cada cliente e assessoria de imprensa como fim de esclarecimento à comunidade após os serviços prestados.

Uma das empresas atendidas foi a “Lizi Estética”, de Frederico Westphalen. Abaixo temos a arte produzida pelos alunos do projeto:

Foto de uma mulher na faixa dos trinta anos, com pele branca e cabelo castanho e curto, fazendo exercícios físicos, movimentos semelhantes aos feitos na yoga. Em destaque, no canto superior esquerdo da imagem, a informação "Exercícios para relaxar em casa". No canto inferior esquerdo, um círculo branco com a informação "Lizi Estética".

Além do auxílio às pequenas e microempresas que, por meio do projeto de extensão da UFSM, e de suas estratégias de marketing e comunicação, mantiveram-se próximos a seus clientes, o projeto coordenado por Jones Machado também pôde oferecer aos alunos envolvidos uma importante experiência no mercado de trabalho publicitário. Os bolsistas também foram inseridos na sociedade, como trabalhadores membros da economia, o que configura mais uma maneira de conexão entre Universidade e corpo social.

Em um contexto pandêmico onde o Brasil, de Norte a Sul, enfrenta uma crise sanitária, que trouxe consigo fragilidade econômica, instabilidade social e uma constante piora da qualidade de vida dos brasileiros, a UFSM oferece projetos que buscam, através da democratização e aplicação dos conhecimentos obtidos, amenizar os danos da crise sem precedentes que assola o país. Além do projeto de auxílio a micro empresas, a Universidade também viabilizou estudos sobre a transmissão do novo COVID-19 (https://portal.ufsm.br/projetos/publico/projetos/view.html?idProjeto=67357) e promoveu a produção de máscaras caseiras para o enfrentamento da doença (https://portal.ufsm.br/projetos/publico/projetos/view.html?idProjeto=66443). Outras pesquisas com foco na pandemia também foram desenvolvidas, dentre elas estão estudos que analisam a influência do vírus em um momento pós infecção, tendo como objeto de estudo idosos e gestantes. Todos os projetos da UFSM podem ser encontrados pelo https://portal.ufsm.br/projetos.

Diante de uma variedade de programas que atuam e servem, às necessidades e interesses sociais, a UFSM é só uma dentre tantas universidades que mostram que,  apesar de tudo, que a ciência brasileira resiste. A produção científica nacional cresceu 30% entre 2013 e 2018 – o dobro da média mundial, de 15%. O “fazer balbúrdia” ganha novos significados dentro das instituições federais de ensino superior brasileiras: balbúrdia é fazer mais com menos. Apesar dos cortes e da crescente desvalorização e desmontes educacionais promovidos pelas últimas gestões governamentais do país, a educação e a ciência fomentam mudança e auxiliam àqueles que estão às margens da sociedade.

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