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 A narrativa individualista no cenário ambiental



Enquanto pequenos grupos de pessoas dispersas reduzem seu impacto ambiental, as empresas utilizam a narrativa individualista para danificar o meio ambiente e não serem devidamente responsabilizadas. 

Em entrevista publicada no Mídia Ninja, uma das coordenadoras da Fundação Heinrich Böll Brasil, Maureen Santos, comentou sobre o tema. “É muito importante você mudar a sua prática e estar de acordo com a sua consciência, dando coerência à sua luta e militância, mas nada vai mudar se você não transformar o coletivo através da busca por políticas públicas, construindo ações coletivas e de engajamento”, afirma.

Diante da busca por um cotidiano consciente e de controle sustentável, surge o conceito de Green New Deal, Novo Acordo Verde, que teria como base implementar hábitos verdes na economia, por exemplo: trocar combustíveis fósseis por energias renováveis e limpas. Mas, segundo Santos, continuaríamos sob a ótica capitalista e consumista. “Esse esverdeamento do capitalismo trazendo o sistema para ser um pouquinho mais ambientalmente correto, na verdade não muda as verdadeiras práticas do próprio modelo”, diz ela. 

Outro termo criado dentro deste contexto é o greenwashing, que em sua tradução significa “lavagem verde”. A prática diz respeito à divulgação de sustentabilidade falsa por meio de empresas com o intuito de enganar consumidores, através do marketing. De acordo com pesquisa do Market Analysis Brasil e do Instituto Akatu, 85% das empresas que vendem seus produtos com alegações ambientais possuem propagandas enganosas ou falsas. Tal prática induz o público ao erro e tem reconhecimento pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), o órgão aceita denúncias com provas emitidas pelos compradores.

Outra abordagem individual para um problema coletivo e global foi o estabelecimento da chamada ‘pegada de carbono’. O conceito foi inicialmente implementado por campanhas publicitárias, que evoluíram para aplicativos que notificavam as pessoas quando utilizavam serviços com emissões de gás carbônico na atmosfera, como forma de culpar o consumidor e não a empresa fornecedora.

A raiz dos problemas

Educados em fazer banhos curtos, economizar na hora de escovar os dentes, muitas vezes não nos damos conta de cobrar dos grandes responsáveis pela crise. Porém, relatórios especiais demonstram que um número pequeno de empresas é quem mais contribui com a maior parte das emissões globais. Segundo o relatório Carbon Majors, publicado em 2017, aponta a responsabilidade do aumento de emissões de gases do efeito estufa na indústria de combustível fóssil desde 1998. A culpabilidade de hábitos rotineiros se torna um desvio de atenção para os verdadeiros poluentes.

Foto: Worldpackers

Para sair desse circuito individualista, pode-se pensar por que esta estratégia é usada? Ela é considerada eficaz porque se conecta com o nosso senso de responsabilidade e de um sentimento de culpa. Aliás, em algumas pessoas também essas narrativas podem ampliar a ecoansiedade.

No episódio “Ecoansiedade” do projeto de extensão Mão na Mídia, a psicóloga Laís Piovesan fala sobre o que pode ser feito para que o excesso de informações sobre o aquecimento global não se torne um adoecimento. “Em relação à questão específica de como canalizar esse incômodo, essa preocupação, uma das formas que eu vejo que tem uma grande potência é o envolvimento em causas coletivas, seja por meio de projetos mais acadêmicos, seja por meio de voluntariado”, diz a psicóloga. 

Um grupo que sai da lógica singular é o Engajamundo, composto por jovens ativistas em prol da mobilização social sobre o meio ambiente. A organização promove formações, participação e advocacy para conscientizar os integrantes sobre seus impactos socioambientais e colocá-los à frente na tomada de decisões sobre o tema. Atualmente, o grupo utiliza as redes sociais como forma de disseminar informações ambientais ao público. 

Por Emylli Mariana Fontoura | Integrante do PET Educom Clima

 

Fontes:

Maureen Santos: Soluções individuais não mudam o meio ambiente https://midianinja.org/maureen-santos-solucoes-individuais-nao-mudam-o-meio-ambiente/

Quem são os maiores poluidores do planeta e qual a nossa parte nisso? https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/12/25/quem-sao-os-maiores-poluidores-do-planeta—-e-qual-a-nossa-parte-nisso.htm?cmpid 

Greenwashing: entenda o que é e aprenda a se defender de propagandas falsas https://share.google/50PeMOgeHAQfwPD2S

Greenwashing no Brasil: Estudo revela que 85% das alegações ambientais nos produtos são enganosas https://envolverde.com.br/governanca/greenwashing-no-brasil-estudo-revela-que-85-das-alegacoes-ambientais-nos-produtos-sao-enganosas/

Home – Engajamundo https://share.google/9yJyEvachzH0JxSGK

Projeto de extensão Mão na Mídia – Ecoansiedade https://open.spotify.com/episode/2wEZwDqpdQxmCU4w20wW3n?si=Jsn0qA4sQHGpjzz62YO7hw 

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