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Aplicativo é criado para ajudar no combate à Leishmaniose



A ideia é uma parceria entre o Laboratório de Doenças Parasitárias (Ladopar) e o Laboratório de Geomática da UFSM

 

 Foto: Charles Guerra (Diário)

A ferramenta que está sendo desenvolvida pelos estudantes da UFSM deve ficar pronta no 1º semestre de 2018.

 

Foi pensando no aumento do número de ocorrências de leishmaniose, com 12 casos já confirmados neste ano, em Santa Maria, que uma tese de doutorado levou estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) a desenvolverem um aplicativo que promete facilitar o trabalho dos profissionais, aliando a tecnologia e prevenindo riscos à saúde. A ferramenta que está sendo desenvolvida na instituição é uma parceria do Laboratório de Doenças Parasitárias (Ladopar), que trabalha com a parte que envolve saúde e comunidade, e o Laboratório de Geomática, desenvolvedor do aplicativo.

 

Atualmente, os focos da doença são identificados por médicos veterinários que trabalham em clínicas particulares e por agentes da Vigilância Ambiental, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, que conta também com o apoio do Ladopar. Os fiscais precisam preencher fichas de papel com informações dos cães com suspeita da doença que serão monitorados. A doutoranda em Medicina Veterinária, Jaíne Soares Vasconcellos, 27 anos, explica que o aplicativo vai facilitar o trabalho e o diagnóstico da doença.

 

– Quando o médico veterinário encontra um caso positivo da doença no cão, ele tem que preencher uma ficha de notificação e encaminhar para a Vigilância Ambiental do município. O aplicativo vai facilitar e agilizar a vida dos profissionais. A ferramenta tem os mesmos dados da ficha de papel e outros que achamos relevantes acrescentar. Outro ponto importante para nós é que vai ser possível saber quais os locais que tem o foco da doença para instalar as armadilhas – salientou Jaíne.

 

No aplicativo, os profissionais poderão registrar fotos dos cães examinados e do ambiente onde vivem, assim como as suas características gerais: endereço, nome do animal e dos proprietários, sexo, idade, raça, tipo e cor da pelagem. Mesmo que se trate de um cão de rua, os fiscais poderão registrar no aplicativo, por meio de GPS, o local onde foi encontrado, incluindo as coordenadas geográficas e referência no Google Maps. Será possível informar também o quadro clínico e se os cães apresentam sintomas como descamação, ulceração, inflamação nos olhos, coriza, apatia, diarreia, hemorragia intestinal e vômito. No banco de dados, serão registrados ainda se foi coletado sangue (ou outros tipos de amostra do animal) para exames e o resultado dos mesmos.

 

O professor de doenças parasitárias Luís Antônio Sangioni, que também é orientador da tese de doutorado, comenta que a finalidade do aplicativo é evitar que ocorra casos em humanos e além disso, diminuir os riscos de falhas durante a notificações

.

– É fundamental que os responsáveis tenham esses dados para fazer ações de prevenção. A leismnaniose é uma doença de notificação compulsória, ou seja, é obrigatório avisar a vigilância, mas nem sempre isso ocorre. O problema não é o cão que está doente e morre, mas sim o que está sadio e no qual a doença não foi diagnostica a tempo. Aqui no Rio Grande do Sul, tivemos morte de humanos em Porto Alegre. Mas, no nordeste do país, o número é preocupante. Por isso, queremos evitar que a situação piore, e o aplicativo pode ser utilizado por qualquer pessoa _ explica Sangioni.

 

A previsão é que a plataforma _ que deve funcionar sem internet _ seja disponibilizada de graça para telefones com sistema iOS e Android ainda no primeiro semestre de 2018. A ideia é que a prefeitura e a UFSM façam um convênio institucional para obter o aplicativo e, em contrapartida, paguem bolsas de estudos para que os alunos de graduação continuem na pesquisa.

 

A tecnóloga em geoprocessamento Quelen Gomez, 38 anos, e o coordenador do Laboratório de Geomática, Enio Giolto, estão desenvolvendo as outras fases do aplicativo. Segundo eles, a UFSM está custeando o gasto, que varia de R$ 70 a 150 mil.

 

Conforme o médico veterinário da Vigilância Ambiental, Carlos Flávio Barbosa da Silva, dos 17 casos suspeitos na cidade, 12 foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen – RS). Ainda falta o resultado dos outros exames. Nos últimos dias, foram instaladas cinco armadilhas na região norte da cidade para fazer a análise do local.

 

– Sobre o aplicativo, tenho certeza que vai facilitar e muito o trabalho e a comunicação de todos. Não é mais possível trabalhar com a ausência dessa tecnologia. É fantástico saber que essa ferramenta é pioneira no Brasil e que a iniciativa é de Santa Maria –  ressaltou Carlos Flávio.

 

A DOENÇA

Uma doença que afeta tanto o homem quanto o seu melhor amigo tem sido motivo de preocupação em Santa Maria, principalmente na região norte da cidade. Desde abril do ano passado, já foram identificados no município 17 casos de cães infectados por leishmaniose visceral, doença que é transmitida pelo flebotomíneo (Lutzomyia spp.), inseto que popularmente é conhecido por nomes como birigui ou mosquito-palha _ embora não pertençam à mesma família dos mosquitos. Através da picada, os flebotomíneos transmitem protozoários parasitas do gênero Leishmania, causadores da doença. A forma visceral é a mais grave da leishmaniose, podendo causar a morte tanto de pessoas como de cachorros.

 

Nos seres humanos, ela também se manifesta na forma tegumentar (cutânea ou mucocutânea). Embora os sintomas variem, os sinais mais visíveis nos cães infectados por leishmaniose são o crescimento anormal das unhas, queda de pelo ao redor dos olhos, inchaço nas articulações, emagrecimento e aumento dos linfonodos _ pequenos órgãos que atuam na produção de anticorpos, também conhecidos como gânglios linfáticos.

 

Como a leishmaniose é uma doença que pode se espalhar para municípios vizinhos, o aplicativo poderá ser usado gratuitamente pelas equipes de saúde de outras cidades, que assim têm a possibilidade de compartilhar entre si as informações coletadas. Para obter o aplicativo, as prefeituras interessadas deverão entrar em contato com o Laboratório de Geomática da UFSM.

 

 Fonte: Diário de Santa Maria, 03/02/17, Saúde, Online.

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