O reporteria é o Clube de Leitura organizado pelo milpa – laboratório de jornalismo (CNPq/UFSM), dedicado ao universo do livro-reportagem e da literatura jornalística de não ficção, um espaço de diálogo sobre a narrativa de temas emergentes, métodos de escrita e de apuração jornalística, debatendo os gestos que fundamentam a reportagem.
O reporteria é um espaço pensado para quem tem interesse e aprecia a narrativa de livros escritos por jornalistas, para quem tem a intenção de estudar essas produções, almeja desenvolver seu projeto experimental de final de curso nesse formato, ou vem movido pela curiosidade sobre outras formas de jornalismo para além da notícia e da cobertura diária, explorando distintos modos de contribuir para o debate público e para a transformação da realidade social.
A expressão reporteria faz parte do jargão jornalístico em espanhol e congrega a apuração, a investigação rigorosa e a escuta atenta, ou seja, gestos que fundamentam a reportagem, no enterlaçamento sensível do sondar, do narrar e do reconhecer sujeitos, territórios e realidades.
Roteiro de leituras e debates para 2025/2:
30/09 | 14h – O nascimento de Joicy, de Fabiana Moraes
21/10 | 14h – Arrastados – os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho, o maior desastre humanitário do Brasil, de Daniela Arbex
25/11 | 14h – Dignidade – nove escritores vivenciam situações-limite e relatam o comovente trabalho da organização Médicos Sem Fronteiras (capítulos selecionados)
Público: estudantes de graduação e pós-graduação da UFSM.
Local: Sala Inovadora da Biblioteca Setorial do CCSH.
Pré-requisitos: inscrição via formulário
Certificação: por encontro (2h) ao final do semestre.
Contato: milpa@ufsm.br
Vagas limitadas à lotação da sala.

O nascimento de Joicy
Fabiana Moraes traz uma reportagem arrebatadora, profunda e sensível. Apresenta Joicy, ex-agricultora do agreste pernambucano que busca o serviço público de saúde para uma cirurgia que mudaria seu corpo e sua vida. Em um ensaio especial, revela dores e alegrias ao produzir a reportagem. De forma pioneira, instala uma pertinente reflexão sobre o jornalismo de subjetividade.

Arrastados
Daniela Arbex, de forma impactante e delicada, reconstitui a trajetória das vítimas e dos trabalhos de resgate após o rompimento da barragem desativada da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). O trabalho de memória que segue o rastro de lama, por mais de 300 quilômetros de destruição, impede que mais uma catástrofe seja borrada em meio à banalidade do noticiário cotidiano.

Dignidade!
Jornalistas e escritores acompanham o trabalho da organização Médicos Sem Fronteiras. Ensaios e reportagens revelam o intenso sofrimento e a luta pela vida em algumas das comunidades mais marginalizadas do planeta. A publicação celebra os 40 anos dos MSF. A escrita e a observação sensível contam e denunciam a violência que ceifa a dignidade das pessoas ao redor do mundo.