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Como funcionam e quais são os diferentes tipos de teste para a Covid-19?



A confiabilidade dos resultados pode variar conforme a testagem

 

A orientação é a de que sempre se procure um médico antes da realização de qualquer testagem

Com o avanço do coronavírus pelo Brasil, o país se tornou um dos epicentros da doença no mundo. Um dos mais importantes métodos de controle da enfermidade é a realização de testes em grande escala, que possibilitam a compreensão do avanço do vírus e evitam o aumento de sua circulação. Apesar da sua importância, a testagem deve seguir orientações médicas para maior eficácia.
Os testes realizados em todo o país – cerca de 2,28 a cada 100 mil habitantes, número muito baixo se comparado ao de países como Estados Unidos e Itália, que testam 61,5 e 69,2 pessoas respectivamente, segundo o Our World in Data – seguem as orientações do Ministério da Saúde e das Secretarias de estados e municípios, a partir dos sintomas apresentados pelos pacientes. Na região de Frederico Westphalen, são três os tipos de teste realizados, segundo informações do Posto de Saúde Central do Município: o teste rápido, o teste laboratorial (IgM/IgG), e o RT-PCR, considerado o mais eficaz. Destes, o primeiro e o terceiro são disponibilizados pelo SUS, e o laboratorial pode ser custeado pelo município.
“Todos os pacientes que chegam na UPA com sintomas de síndrome gripal devem passar pelos testes”, explica o professor do curso de Biomedicina da Universidade Franciscana de Santa Maria (UFN), Huander Felipe Andreolla. A instituição de ensino é um dos órgãos que vem realizando os testes no Estado.
A principal diferença entre cada um dos testes está no material coletado e em como o resultado é obtido. “Os do tipo PCR vão detectar o vírus diretamente de secreções respiratórias coletadas das pessoas, que são obtidas através de cotonetes introduzidas pelo nariz e garganta”, exemplifica Andreolla. Essa primeira coleta é feita ainda nos postos de saúde, e depois encaminhada para os laboratórios da universidade, de onde é extraído o DNA das células e o possível RNA do vírus. Através de uma reação, é possível identificar ou não a presença do genoma do coronavírus.
Já no caso dos testes rápidos, encontrados em algumas farmácias, os resultados podem não ser tão confiáveis. “Os testes rápidos de farmácia detectam a resposta do organismo diante do vírus, e não a detecção do próprio vírus. Isso gera uma grande variação dos resultados, já que cada metabolismo e sistema imunológico vão responder de uma maneira diferente ao vírus e na criação dos anticorpos”, esclarece o biomédico. Além disso, outra fragilidade desse teste é a detecção de anticorpos que são criados pelo corpo para outros vírus da família coronavírus. “Esse é um grande grupo de vírus. O que causa a Covid-19 é o chamado Sars-CoV-2. É normal que tenhamos contatos com outros vírus dessa família, mas que causam sintomas mais leves. Como esses vírus são parecidos, nosso corpo produz uma resposta parecida para cada um deles, o que pode gerar uma confusão no resultado. Há que se usar com bastante cautela. Eu, particularmente, não recomendo o seu uso”.
Os testes laboratoriais, conhecidos como testes de sorologia, também detectam a presença de anticorpos, do tipo IgM e IgG. Para que o teste tenha maior sensibilidade, é recomendado que seja realizado, pelo menos, 10 dias após o início dos sintomas. Isso se deve ao fato de que a produção de anticorpos no organismo só ocorre depois de um período mínimo após a exposição ao vírus.
Realizar o teste de sorologia fora do período indicado pode resultar num resultado falso negativo, assim como no caso de pacientes assintomáticos. Por isso, para realizar o exame é necessário o pedido médico.
O professor também ressalta a importância da realização de testes em grande escala. “O número de testes significa êxito no controle, na vigilância e na política que se adota para uma população. Obviamente, quanto maior o número de testes, melhor é o conhecimento sobre a doença e melhores e mais rápidas são as medidas preventivas, e menores os danos gerados. Hoje, o número está insuficiente, muito aquém do que se pretenderia, além do fato de terem começado com atraso, já que dependem da importação de reagentes não presentes em nosso país”, destaca. “Idealmente, todos deveriam ser testados, mas isso não é possível. Vivemos em um país de proporções continentais, com uma população extremamente resistente às orientações que são dadas [para evitar o contágio], e com um governo completamente descompromissado com a agenda pública que se estabelece em um momento pandêmico, que apresenta escassez não só de recursos como também de informações, que são adquiridas através da testagem”, finaliza Andreolla.
Para maior eficiência dos testes, a recomendação dos órgãos de saúde é que a população procure sempre a orientação médica antes da testagem.


Texto: Douglas Cavalini

Apuração: Yasmin Roman, Isabela Vanzin da Rocha e Igor Mussolin

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