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Como fazer divulgação científica em meio à desinformação na pandemia?



No atual contexto de grande circulação de desinformação, os divulgadores científicos enfrentam muitos desafios. Por isso, nesta semana entrevistamos pesquisadores que atuam na divulgação científica brasileira, para explicar as principais dificuldades vivenciadas neste momento e como superá-las.

A desvalorização da ciência e a circulação de informações falsas ou descontextualizadas relacionadas a temas de saúde são fatores responsáveis por criar no público um constante sentimento de desconfiança frente à maioria dos conteúdos a que se tem acesso, principalmente em relação à pandemia no país. Para ajudar na transformação desse cenário, muitos pesquisadores têm atuado na divulgação científica na internet, para disseminar junto ao público as descobertas feitas em seus estudos. No contexto da desinformação, eles enfrentam dificuldades para mostrar as diferenças entre estudos realizados por profissionais sérios e éticos e materiais falaciosos ou sem comprovação. 

A jornalista Natália Flores, gerente de conteúdo da agência Bori, desenvolve pesquisa na área da divulgação científica. Para ela, é preciso furar a bolha, ou seja, alcançar novos públicos, diferentes dos que já consomem esse tipo de conteúdo. Apesar da dificuldade, Natália se mantém otimista: “Atingir esse público que não está familiarizado é possível pela divulgação científica”.

As notícias falsas ou falaciosas acabam atingindo rapidamente o público que as consome, enquanto as notícias comprovadas não têm o mesmo poder de assimilação. Para explicar porque acontece esse fato, Natália diz que os conteúdos criados para desinformar são pensados para causar uma sensação de credibilidade instantânea. “Muitas vezes [as notícias falsas] apelam para uma solução fácil, então são mais consumidas pelas pessoas. Outra questão é o sistema estruturado e pessoas por trás desses sistemas que lucram muito com a desinformação”, pondera. 

A ciência e sua divulgação são essenciais para a construção do conhecimento. Créditos: Unsplash/Photos

O professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina, Fabrício Augusto, explica que tanto em sala de aula, para os acadêmicos em formação, quanto em suas produções, é crucial usar como fonte as pesquisas desenvolvidas dentro das universidades. Sobre isso, ele afirma: “Hoje em dia existem no Brasil algumas bases de informações bibliográficas muito boas. Nós temos o Scielo, o Periódicos CAPES para citar as duas mais conhecidas.” 

Ainda sobre fontes bibliográficas, Fabrício assinala a importância de profissionais que facilitam e aprimoram a busca, para que pesquisadores consigam explorar toda a potencialidade de sua pesquisa, com uma bibliografia específica para agregar a determinado material produzido. “Existem profissionais de biblioteconomia, ciência da informação que conseguem trabalhar com essas bases de conhecimento, nos auxiliam muito nesse processo em identificar funcionalidade das bases que um usuário trivial talvez não identificasse”, relata o professor. 

O docente destaca, ainda, a importância de a ciência estar ao lado da comunidade. Ele considera fundamental para a carreira do pesquisador fazer o conhecimento atravessar as paredes da universidade. Para Fabrício, divulgar as pesquisas com informação de qualidade é o único meio de combater a desinformação que tanto prejudica o cotidiano das pessoas. “O papel que a ciência tem diante disso é o mesmo que sempre fez: questionar. A ciência sempre foi questionadora e apresentou as verdades encontradas”, apontou.

A frase de Lavoisier, importante químico do século XVIII, “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” é de extrema importância para compreender a ciência. Por isso, entender que não existem verdades absolutas é mais um motivo para se manter sempre ligado a fontes confiáveis de divulgação científica. “É importante que as pessoas compreendam que a verdade científica é sempre passageira, se hoje detém um conhecimento é porque possui um determinado método científico que, daqui 20 anos, por exemplo, possuirá outro método e o resultado será outro”, assinalou.

Reportagem: Fernanda Vasconcellos e Camila Amorim

Edição: Luciana Carvalho

 

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