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Por que a variante Delta preocupa tanto?



Na última semana, vazou um documento interno do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que indicou que a variante Delta do Sars-Cov-2 é quase tão transmissível quanto a catapora. Na matéria desta semana, trazemos informações sobre essa nova cepa e suas possíveis implicações no combate à pandemia.

A cepa Delta é mais transmissível do que o vírus causador da Ebola, um resfriado comum, gripe sazonal e a varíola. Imagem: cromaconceptovisual / Pixabay

Na primeira semana de agosto de 2021, o Brasil ultrapassou o número de 550 mil óbitos e 20 milhões de infectados por Covid-19 desde o início da pandemia. Apesar de registrar boas notícias, como a redução na média móvel de mortes pelo vírus, o país e o mundo lidam com um novo desafio: a variante delta. 

Essa variante do vírus Sars-CoV-2 foi identificada pela primeira vez em outubro de 2020 no estado de Maharashtra, na Índia e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), está presente atualmente em mais de 130 países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a variante já corresponde a mais de 80% dos novos casos da doença no país e ocasionou até mesmo a volta da necessidade do uso de máscaras em locais públicos, onde quem já havia sido totalmente imunizado estava dispensado de usar desde maio. 

Apesar de existirem outras cepas em circulação, como Beta e Gama, a nova variante Delta pode ser considerada, até agora, a de maior risco. Segundo um documento vazado do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão responsável pelo combate a pandemias nos Estados Unidos, a variante delta é tão transmissível quanto a catapora. Além disso, a nova versão do coronavírus teria a mesma chance de ser transmitida tanto por pessoas vacinadas quanto não vacinadas. 

Os estudos do órgão mostram que a Delta tende a se propagar de forma mais rápida que as demais cepas, pode causar doenças mais graves nos não vacinados e possui maior probabilidade de infectar os já imunizados. Apesar disso, a probabilidade de pessoas vacinadas espalharem o vírus é muito mais rara em comparação com pessoas não vacinadas. 

Em entrevista ao G1, a infectologista Luana Araújo explicou que todas as vacinas disponíveis atualmente no Brasil são capazes de neutralizar a variante Delta, mas é de extrema importância que se aplique as duas doses. Segundo a especialista, “A importância da segunda dose não é só a de consolidar, e de aumentar a proteção dessa primeira dose, mas, também, de manter essa proteção por mais tempo. Então não adianta tomar só a primeira dose, não. Ela é como se fosse um ‘quebra-gelo’. A segunda é que vem, fortalece e prolonga a nossa proteção ”.

Confira a matéria da Agência da Hora sobre a importância da imunização completa.

Os sintomas relacionados à variante Delta. Imagem: Arte BBC / G1.

O veterinário, doutor em Genética e Biologia Molecular, e professor titular da Universidade Feevale, Fernando Spilki, explicou à Reportagem da Agência Da Hora, que ainda não é possível constatar de forma efetiva as possíveis implicações que essa nova variante pode ter no combate à pandemia, mas que algumas medidas já estão sendo tomadas. Em julho, pelo menos sete estados do Brasil reduziram o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina Oxford-Astrazeneca. A recomendação do Ministério da Saúde é de 12 semanas, ou três meses, porém o prazo foi encurtado como forma de ampliar a proteção contra a nova variante.

“A necessidade de intensificar a vacinação, de diminuir o intervalo entre doses, tudo isso que já vem sendo feito e vem sendo comentado. Se ocorrer um aumento no número de casos, ainda vai ficar em aberto a necessidade de se tomar outras medidas, mas é algo que a gente precisa saber nas próximas semanas”, finaliza Spilki.

De acordo com Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em entrevista à Revista Isto É, a crescente disseminação da variante Delta nos Estados Unidos, assim como na maior parte da América Latina e do Caribe, deve fazer com que os governos priorizem os esforços de prevenção à Covid-19, como reforçar o uso de máscaras e, especialmente, uma aceleração do ritmo de vacinação. Até o dia 3 de agosto, o Brasil já somava ao menos 287 casos e 21 mortes pela nova cepa do novo coronavírus, de acordo com o Ministério da Saúde.

A disseminação da variante no mundo deve fazer com que os governos priorizem os esforços de prevenção à Covid-19. Imagem: alexeyzhilkin / Freepik.

O secretário da Saúde da capital de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou em entrevista ao G1 que, analisando o avanço da cepa Delta em outros países, a tendência é que ela também prevaleça no Brasil. “Vamos continuar alertando as pessoas que a pandemia não passou, mesmo com o avanço da vacinação em São Paulo, onde mais de 85% das pessoas com mais de 18 anos já receberam uma dose, não é momento de baixar a guarda”, enfatizou o secretário. 

Com a iminência da propagação dessa nova variante, é importante salientar que uma possível abertura e o retorno às rotinas pré-pandemia ainda não são recomendáveis. Pessoas completamente imunizadas ficam protegidas dos casos mais graves e mortes causadas pela Covid-19 e não sofrem os efeitos mais nocivos da variante, porém ainda podem transmitir o vírus. Dessa forma, ainda é de extrema importância a aceleração da campanha de vacinação e a manutenção de medidas protetivas como o uso de máscaras e o distanciamento social.

Reportagem: Caroline Schneider Lorenzetti e Kelvin Verdum

Edição: Luciana Carvalho

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