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O Audiovisual em Santa Maria

A história do cinema “começa” em Paris, lá em 1895, com os irmãos Auguste e Louis Lumiére e a invenção do Cinematógrafo. A ferramenta criada por eles foi um aperfeiçoamento do Cinetoscópio, uma invenção do norte-americano Thomas Edison. A diferença entre os dois projetos é que o invento de Edison era uma caixa escura com um orifício por onde se assistia filmes, individualmente, de até 15 minutos. Enquanto o instrumento dois irmãos Lumière conseguia gravar e projetar as imagens em uma tela grande, permitindo a exibição para um maior número de pessoas.

Sendo assim, em 1895, a dupla realiza a primeira sessão pública cinematográfica. Por 1 franco, o público pôde assistir, durante 20 minutos, 10 curtas-metragens, entre eles as famosas imagens da Saída dos Operários da Fábrica Lumière e A Chegada do Trem a Estação. Nesta sessão estava Alice Guy, a primeira cineasta mulher e a primeira pessoa a explorar a linguagem narrativa no cinema, pois, até então, os filmes eram feitos para fins documentais, registrando o cotidiano e peças de teatro.

O cinema em Santa Maria se inicia, então, em 17 de fevereiro de 1898 no Treze de Maio, apenas três anos após a primeira sessão cinematográfica na França, com exibição de filmes do mundo inteiro. A ferrovia existente na cidade foi muito importante para a rápida chegada dos filmes a região e, consequentemente, para o desenvolvimento do audiovisual em Santa Maria. Um fato curioso é que os santa-marienses tem a sua própria A Chegada do Trem a Estação, assim como os irmãos Lumière. 

A primeira filmagem em Santa Maria, feita pelo cineasta alemão Eduardo Hirtz, ocorreu no dia 5 de dezembro de 1909. O vídeo intitulado Cerimônias da inauguração da catedral de Santa Maria tem duração de 3min e 43s e documenta a saída da missa na Catedral e logo após a movimentação das pessoas em torno da Estação Férrea da cidade. Posteriormente, a partir da década de 1910, inicia-se o surgimento dos cine-teatros na cidade. Em 1911 surge o Cine-Teatro Coliseu, em 1918 o Cine Odeon – que fechou suas portas no mesmo ano, em 1922 o Cine Independência e o Cine Teatro Imperial em 1935. 

Após o boom de cinemas inaugurados, o movimento cineclubista começa a ser difundido na cidade. O primeiro deles é o Clube de Cinema, que funcionou de 1951 a 1962 no Teatro Treze de Maio. A programação, feita pelo fundador Edmundo Cardoso e por participantes do clube, era mensal e dividida em ciclos temáticos como semi-documentário, romântico, histórico, cinema italiano neo-realista e épico. Além disso, os filmes eram de 35mm e 16mm e vinham, principalmente, de Porto Alegre e do centro do país.

Outro importante cineclube é o Cineclube Lanterninha Aurélio fundado por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria em 1978 e estabelecido na CESMA – Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria. O nome do cineclube é uma homenagem ao lanterninha Aurélio de Oliveira Lima, trabalhador do Cine Imperial de 1935 a 1975. Inclusive, cogitou-se na época nomear o clube de “Apaga a luz Aurélio”, já que essa frase era repetida várias vezes e se tornou referência no cinema local.

É a partir da década de 1960 que se inicia a produção de filmes na cidade. O primeiro foi o filme de ficção A Ilha Misteriosa (16mm), de José Caneda, produzido em 1962. Logo após, em 1963, a produção do longa-metragem Os Abas Largas (35mm) por Sanin Cherques, rodada em Santa Maria e arredores. Em 1969 o curta-metragem Amor Desamor (8mm) do cineasta Sérgio Assis Brasil e em 2002 a produção Manhã Transfigurada, primeiro longa-metragem santa-mariense, independente e com produção local, também de Sérgio Assis Brasil.

A década de 1970 é marcada pela produção local e pelo movimento superoitista. Através da popularização da câmera Super 8 surgem mais produções na cidade como curtas e videoclipes para bandas locais. É nesta década, também, que se inicia a disseminação de festivais audiovisuais na cidade. Um dos primeiros é o Festival Regional do Filme Super-8, coordenado por Luiz Carlos Grassi. 

Já em 2002 surge o Santa Maria Vídeo e Cinema, o SMVC, coordenado por Luiz Alberto Cassol e realizado até os dias atuais. Temos também o Festival de Cinema Estudantil, o CINEST, que surgiu em 2012. E mais recentemente o Assimetria – Festival Universitário de Cinema e Audiovisual, que teve sua 3° edição realizada neste ano. 

Observando os festivais, ainda atuantes na cidade, é possível perceber a grande produção audiovisual que Santa Maria ainda possui desde seu início. A história do cinema/ audiovisual na cidade é grande e cheia de detalhes curiosos, mas infelizmente precisamos no deter por aqui. Caso queiram saber mais sobre esse assunto, basta clicar no links durante o texto. Espero que tenham gostado! 😀

Autora: Lívia M. Teixeira de Oliveira

Publicado originalmente no blog do WordPress em 17 de Setembro de 2020.