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EAD em desenvolvimento na UFSM



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Carolina Escher – ncescher@hotmail.com
Jéssica Lóss- jéssica.l.b@hotmail.com

No ano de 1939 surgem as primeiras atividades de Ensino a Distância via correspondência no Brasil. Já na década de 70, emissoras de televisão e rádio passaram a oferecer cursos para auxiliar na educação de adultos e crianças. A internet representa, hoje, a terceira geração do EAD. Através de chats, fóruns, e-mails e redes sociais, a rede online é responsável por uma interação maior entre professores e alunos dos quatro cantos do país.

Ainda que existam muitos projetos do governo que viabilizem e facilitem a aproximação da população com o ensino gratuito, falta muito para que se universalize o acesso a um curso superior. A UAB (Universidade Aberta do Brasil) tem isto por objetivo: levar a universidade pública de qualidade aos locais distantes e isolados para incentivar o desenvolvimento dos municípios com baixos IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). O Ministério da Educação lançou a UAB em dezembro de 2005, a serviço da expansão e da interiorização do acesso à graduação e à pós-graduação, para evitar o fluxo migratório para as grandes cidades que concentram a oferta dos cursos presenciais. Para estimular os alunos, a associação dos governos federal, estadual e municipal em prol da educação, a UAB possui centros de formação permanentes, ou seja, pólos de apoio presencial, localizados em determinadas regiões estratégicas. Além disso atende, atualmente, a 800 mil alunos por ano em todo o território nacional. Em 2007, o programa UAB passou a integrar ações da Diretoria de Educação a Distância, com o objetivo de colaborar com o processo de formação de professores para a educação básica do país.

O coordenador do programa UAB, Marcelo Pustilik Vieira, explica a história do EAD na UFSM desde o começo. O ensino teve início no ano de 2005 e conta com uma equipe especializada para fazer o trabalho de produção dos cadernos didáticos e dos objetos de estudo necessários para as aulas. Para isso, há o encontro de analistas de educação com professores do programa, que estudam as melhores estratégias educacionais. Entretanto, o conteúdo do material didático é de responsabilidade do professor que leciona o curso. A estratégia de ensino é construída com ferramentas do Moodle que visam compensar a falta de comunicação simbólica existente nas aulas presenciais e que complementam as aulas, como vídeos, jogos, perguntas interativas e cadernos online. Para que o curso seja aplicado à distância, é necessário que passe por um processo chamado de “transposição paralela”, a fim de adequar as aulas aos sujeitos que recebem o material online. Vieira afirma que “os vídeos focam na aprendizagem e não no ensino”, assim, “não basta simplesmente disponibilizar um material que demonstra um fenômeno físico acontecendo juntamente com um texto ou um gráfico que, para muitas pessoas, isso não significa nada”. Os estudantes de EAD possuem, em média, uma faixa etária de 28 a 34 anos. Vieira conta que há muita evasão, devido à falta de regularidade de presença, o que faz com que o aluno, muitas vezes, se esqueça das aulas ou dos dias de entrega das tarefas. As aulas são disponibilizadas para qualquer pessoa interessada e estão no endereço online www.uab.capes.gov.br

O coordenador do EAD do CTISM (Colégio Técnico Industrial de Santa Maria) , professor Paulo Roberto Colusso, explica que essa modalidade de ensino profissionalizante existe na universidade desde 2007, quando o MEC lançou um edital que procurava distribuir para mais instituições federais essa outra forma de repassar o conhecimento. Colusso participou das reuniões e trouxe para UFSM o EAD profissionalizante. Fez parte da organização, distribuição e instalação de novos polos no Rio Grande do Sul, que primeiramente foram localizados nas cidades interioranas cuja população tinha menor acesso à educação gratuita de qualidade. Em 2007, havia apenas sete polos no estado, que foram distribuídos de forma a privilegiar a metade sul empobrecida, conta o professor. Com o passar do tempo, o EAD obteve maiores proporções e foi aberto para que pudessem ser ofertados polos para os demais municípios que solicitavam e tinham demanda para novos cursos. Hoje já são mais de 20 polos distribuídos por todo o estado. O método de ensino consiste em vídeo-aulas, cadernos didáticos, aplicação de provas e viagens aos polos.

Os vídeos das aulas são produzidos no estúdio televisivo do centro EAD e contam com o trabalho de diversos profissionais que gravam, editam e publicam o material online. Entretanto, não são somente os alunos do EAD que possuem acesso aos vídeos: qualquer pessoa interessada, vinculada ou não à UFSM, pode acessar o material no site. (http://estudioead.ctism.ufsm.br/)

Os cadernos didáticos são importantes para os cursos profissionalizantes, visto que muitos alunos não possuem internet e a falta do material físico inviabilizaria a possibilidade de realizar o estudo a distância. Eles são responsabilidade dos professores de cada disciplina, que são autores deste material que vão utilizar para as aulas. Entretanto, esses materiais devem se adequar ao template, ou seja, ao modelo de documento que foi organizado pelo MEC. Colusso destaca que “os cadernos didáticos são a espinha dorsal da disciplina” devido ao fato de o material remeter a outros links, outras tecnologias e outras dias que complementam essa “espinha dorsal”.

Já as viagens aos polos são necessárias não somente para as avaliações, mas também para a realização de aulas práticas. Colusso conta que houve a especial preocupação em adquirir laboratórios que pudessem ser transportados até os alunos, juntamente com kits didáticos para seres colocados em um veículo, e professores com disponibilidade de viajar para ofertar aulas presenciais. Esse modelo letivo existe desde 2007 e é utilizado até hoje.

Um professor de cursos profissionalizantes se diferencia dos docentes dos cursos de graduação quanto à didática na produção dos vídeos. Um educador EAD do CTISM, por exemplo, deve se preocupar em privilegiar a parte prática da disciplina, o funcionamento do equipamento e a tecnologia sobre a qual o curso trata. Já ministrar um curso de graduação busca dar mais atenção à teoria do que à prática nos estudos.

A seleção dos alunos é feita através de uma prova organizada pela Copes (Comissão Permanente de Exame de Seleção), porém o sistema Sisutec pode passar a ser utilizado a partir de 2015. “Isso é educação para nós, para brasileiros”, ressalta Colusso.Hoje a UFSM possui sete cursos profissionalizantes: Fruticultura, Cooperativismo, Informática para a Internet, Manutenção de Informática, Automação Industrial, Mecânica e Agroindústria

A UAB pertencente à UFSM possui graduações básicas de licenciatura que duram no mínimo 4 anos: Física, Geografia, Sociologia, Pedagogia, Educação Especial e Formação Especial dos Professores. Ainda há especializações 18 meses de duração, dentre elas: Gestão Educacional, Gestão Púbica, Eficiência Ener­gética, Educação Ambiental e Agricultura Familiar

 

Bastidores da .TXT

         Quando a pauta sobre Ensino a Distância foi aprovada na redação, começou a correria pra cima e pra baixo para encontrarmos fontes oficiais que pudessem nos fornecer os dados com os quais construiríamos a matéria. Depois de uma longa e demorada pesquisa inicial, com grande dificuldade de encontrarmos sites atualizados com os dados do EAD no último ano, concluímos que seria mais difícil do que imaginávamos. Quando o tema envolve a universalização do estudo, ou o acesso ao estudo para a população das camadas mais pobres da sociedade, há muita coisa que pode ser escondida. Materiais didáticos (tablets, livros, aparelhos para as aulas) são exemplos dos vários dados que não são completamente contabilizados e organizados pelos centros responsáveis. As datas para distribuição de material, para início de novos cursos ou, até mesmo, o número de alunos que não conseguiram completar seu curso a distância, seja por desistência ou por reprovação, não nos foram disponibilizados. O motivo? Não se sabe. O que se sabe é que essa parcela da população que deveria ter a oportunidade de estudar a distância acaba por receber menos atenção do que precisa, e nós, como produtoras dessa matéria que deveria ser sobre como o EAD funciona e não sobre como ele NÃO funciona, vimos que a igualdade social, ao menos a igualdade relacionada ao estudo e conhecimento para todos, está mais longe do que sonha a nossa vã filosofia.TXT

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