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Empresas juniores conectam a universidade ao mercado empreendedor



REPORTAGEM: MAIRA TRINDADE E MARIANA MACHADO

Locais de aprendizagem contato direto com o mercado dos micro e pequenos negócios, as empresas juniores são um laboratório para os alunos que buscam se desenvolver além da sala de aula. Na Europa ou no brasil, o inconformismo e a vontade de inovar é o que move esses jovens. Na UFSM não é diferente: o empreendedorismo ganha espaço através das empresas juniores em diferentes áreas de graduação.

Colocar em prática, com clientes reais, os conhecimentos acadêmicos: esse é o propósito de todas as empresas juniores (EJ’s). Formadas apenas por alunos de graduação em instituições de ensino superior e organizadas em uma associação civil sem fins lucrativos, as EJ’s são a ponte entre a sala de aula e o mercado. As empresas proporcionam a vivência empresarial no ambiente universitário através da prestação de serviços de assessoria, consultoria e realização de eventos nas mais diversas áreas de atuação. Apesar dos diferentes serviços, todas elas possuem um propósito em comum: formar profissionais capacitados e desenvolver o ambiente através do empreendedorismo.

A vontade de fazer diferente teve início na França, em 1967. Foi na L’École Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales, em Paris, que surgiu a primeira empresa junior do mundo, a Junior ESSEC Conseil. Treze anos depois, na década de 80, começaram a surgir empresas juniores em outras áreas, além das de Administração e Comércio. No ano de 1986, espalharam-se pela Europa e, em 1990, foi fundada a Confederação Europeia das Empresas Juniores (JADE), com intuito de agir a favor dos objetivos do Movimento perante a União Europeia.

O Movimento Empresa Junior (MEJ) chegou ao Brasil em 1992, com o início da Empresa Júnior Fundação Getúlio Vargas, vinculada a Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. No mesmo ano, o MEJ atingiu o Rio Grande do Sul, com a criação da PS Júnior, empresa ligada ao curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Já em Santa Maria, a história do empreendedorismo iniciou em 1994, ano de fundação da Objetiva Jr, atrelada ao curso de Administração da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Os 24 anos de MEJ no país foram suficientes para incentivar a criação de órgãos de auxílio e representação, e colaborar com a expansão significativa do número de empresas juniores, sejam locais ou nacionais. Hoje, as EJ’s são representadas pela Brasil Júnior (BJ) – Confederação Brasileira das Empresas Juniores. A BJ foi fundada em 2003, durante o XI Encontro Nacional de Empresas Juniores (ENEJ), na cidade de Salvador, na Bahia. Atualmente, conta com 11,4 mil empresários juniores federados, o que representa 311 empresas juniores, divididas entre 18 federações brasileiras.

Esses números – relativos a maio de 2016 – são compostos apenas pelos empresários, empresas e federações ligadas diretamente à BJ. Fora da Confederação, esse número é muito maior. Neste ano, um dos feitos da BJ foi a aprovação da Lei Empresa Júnior, nº 13.267, no último dia 6 de abril. A lei disciplina a criação e organização das empresas juniores perante as instituições de ensino superior.

No Rio Grande do Sul, as EJ’ são representadas pela Federação das Empresas Juniores do Estado, a FEJERS. Fundada no ano de 2000, por iniciativa dos membros de empresas juniores já existentes no RS, “a Federação surgiu para dar uma direção para as EJ’s, ajudá-las a falar a mesma língua, conversar entre si e juntas crescer mais” explica o atual presidente executivo da FEJERS, Nikolas Kohlrausch.

Assessorias, capacitações e eventos são algumas das formas usadas pela Federação para incentivar o ecossistema empreendedor no Estado: “nós estamos em contato direto com o Movimento Empresa Júnior a nível Brasil. Ou seja, o que acontece no Brasil, junto com a Brasil Júnior e as outras Federações, nós trazemos para dentro do MEJ gaúcho” compartilhou Kohlrausch.

No entanto, a Federação não desenvolve todo trabalho sozinha, pois possui parecerias com o governo estadual, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado e o SEBRAE. A FEJERS também conta com apoiadores como a Engenharia de Gente e a Pulsar, além de ter Sulgás, Ambev e Braskem como mantenedoras.

O cenário atual do MEJ gaúcho é motivo de orgulho para o Presidente e reflete os esforços da Federação. Há um grande avanço no trabalho, no desenvolvimento e no aprendizado dos empresários juniores do Estado. “O Movimento Empresa Júnior está muito mais integrado este ano, do que nos outros 24 anteriores. As EJ’s estão conversando, compartilhando e se desafiando”, enfatiza o presidente da FEJERS.

Santa Maria também possui sua representação local perante o MEJ, através do Núcleo de Empresas Juniores de Santa Maria, o NEJSM. Fundado em 2008, o Núcleo busca desenvolver as empresas associadas através de treinamentos e rodas de discussão, além de ser um elo entre as EJ’s da cidade.

Atualmente, o trabalho é desenvolvido por uma equipe executiva de 12 pessoas e conta com o apoio da UFSM através dos centros acadêmicos e da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (AGITTEC). Novos parceiros também são bem-vindos: “recentemente estivemos reunidos com entidades como a Associação de Jovens Empreendedores de Santa Maria (AJESM) que trabalha com base nos mesmos valores e objetivos que o Núcleo, mas no ambiente de empresas sênior”, conta o Coordenador Geral do NEJSM, Thales Barletto.

Na busca constante por desenvolvimento próprio e também das EJ’s, o Núcleo tem desafios e expectativas a longo prazo. Segundo relata Barletto, após uma reestruturação interna neste primeiro semestre, em que foram definidos organograma, planejamento estratégico e indicadores para o ano, em 2017 planeja-se um Núcleo mais maduro do que é hoje.

“Será um Núcleo muito mais estruturado e mais forte, com estratégias bem definidas, sendo atuante e reconhecido no ecossistema empreendedor da cidade”, complementa o Coordenador Geral.

A UFSM também é polo para o empreendedorismo através de 14 empresas juniores que atuam em áreas como administração, contabilidade, engenharia, informática, relações internacionais e veterinária. Todas foram criadas devido à carência dos cursos e da existência de um espaço dentro da Universidade para pôr em prática conhecimentos adquiridos em sala de aula.

 Conheça um pouco mais as empresas movidas pelo empreendedorismo:

Base Júnior

Fundação: 2012 – Área de atuação: engenharia Civil – Número de membros: 24

Os atendimentos da Base são voltados para pessoas e pequenas empresas, que não têm condições de contratar os serviços de empresas sênior de consultoria, voltadas à prestação de serviços para grandes empresas. O principal objetivo é proporcionar crescimento a esses negócios para evitar a falência nos seus três primeiros anos, já que, segundo dados do SEBRAE de 2014, esse fato é reincidente.

“Esperamos fazer um Seminário Anual Base Junior para Engenharia em 2016, com o tema voltado a tendências do mercado para avançarmos ainda mais em conjunto com os profissionais de Santa Maria” declara o presidente da empresa, Nilson Júnior Martins.

Caduceu Júnior

Fundação: 2004 – Atuação: consultorias Financeiras – Número de membros: 21

No ano de 2012, em parceria com a Receita Federal, a empresa criou o Núcleo de Apoio Fiscal e Contábil (NAFC), que auxilia cerca de 200 pessoas carentes por ano em questões fiscais e contábeis.

Para 2016, a Caduceu tem a meta de desenvolver oito consultorias financeiras. “A experiência que os acadêmicos têm ao participar de uma empresa júnior muda a visão de mundo tanto no âmbito pessoal como no profissional, pois a prática de como funciona uma empresa, que se adquire em uma EJ, agrega muito ao chegar ao mercado de trabalho”, conclui a presidente, Janice Candaten.

CompAct Júnior

Fundação: 2015 – Atuação: tecnologia da Informação – Número de membros: 32

Atualmente a CompAct Jr. trabalha na prospecção de clientes e realiza projetos em parceria com outras instituições e associações, com foco na construção de sites, sistemas de gestão de desktops e sistemas de acesso remoto.

“O Movimento Empresa Júnior é muito importante, não só pelo serviço que nós fazemos, mas pelo impacto que causa no jovem, pela experiência de como pode ser o mercado de trabalho e também pela qualificação que se adquire”, comenta a presidente, Caroline Siqueira.

Itep Jr- Inovações Tecnológicas em Engenharias de Processos Júniores

Fundação: 2008 – Atuação: otimização da produtividade e  desempenho das  empresas – Número de membros: 35

Após as dificuldades iniciais devido a sua área de atuação, a Itep Jr. inseriu-se no mercado no ano de 2008. O Centro de Tecnologia (CT) é um de seus principais apoiadores e o diretor do Centro, Luciano Schuch, é grande incentivador dos projetos desenvolvidos pela EJ.

“Os serviços mais procurados na Itep são os de gestão de estoque, gestão financeira e gestão de indicadores. E a experiência que se adquire dentro de uma empresa júnior muitas vezes é o diferencial de um profissional no mercado de trabalho” enfatiza o presidente, Ernesto Wild.

Objetiva Jr

Fundação: 1994 – Atuação: consultoria Empresarial – Número de membros: 44

Segunda EJ criada no RS e uma das mais antigas do Brasil, a empresa tem como público alvo os Microempresários Individuais (MEI) e as micro e pequenas empresas. Trabalha, também, com empresas de porte maior, e tem seu portfólio de serviços voltado para a gestão de negócios.

“A experiência que se adquire ao ingressar em uma EJ é muito importante e também auxilia quando se chega ao mercado de trabalho, principalmente devido aos valores que se aprende e a vivência que se adquire dentro de uma empresa júnior” compartilha o presidente, Leonardo Dorz.

 

Relato de Apuração

A ideia de escrever sobre as empresas juniores (ej’s) da UFSM surgiu como forma de divulga-las para a comunidade. Para abordar o tema substitui-se a editoria de Ciência e Tecnologia pela de Empreendedorismo. O maior desafio da reportagem foi sintetizar todas as informações obtidas e apresentar o trabalho das ej’s de forma mais clara possível para o público da revista.

Durante a apuração, todas as fontes foram bastante receptivas e ficaram entusiasmadas com a oportunidade de mostrar o trabalho das suas ej’s, o que aumentou a nossa vontade de escrever sobre tema e nossa responsabilidade para com o assunto. Acreditamos que a .TXT será uma plataforma muito importante para a divulgação do Movimento Empresa Júnior e do empreendedorismo dentro da UFSM.

Conheça a história de pós-juniores, que hoje são donos do próprio negócio. 

Fique por dentro da Lei Empresa Júnior e do JEWC 2016.

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