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O RETORNO DO UNIVERSITÁRIO RUGBY AOS GRAMADOS



Fotografia horizontal colorida em plano geral de um homem em um campo de futebol. O homem tem pele branca, cabelo curto, liso e castanho, veste uma camisa quadriculada colorida em amarelo, azul, preto, roxo e rosa com o logo da equipe. Por baixo da camiseta veste mangas longas pretas, nas pernas veste calção preto e nos pés tênis preto, ele está sujo de lama. Com expressão facial e corporal de força, e pés inclinados, concentra o olhar na bola de futebol americano que está no gramado verde. Ao fundo há um arvoredo e instalações prateadas em ferro.

Após longos dois anos longe das quatro linhas, o Universitário Rugby (URSM) retomou as atividades presenciais mediante a algumas liberações, em 25 de abril de 2022 – segundo um anúncio do time em suas redes sociais. Por fazer parte de uma comunidade esquecida pela população, devido às dificuldades de compreender o esporte e torná-lo atrativo, dúvidas sempre estiveram presentes acerca do cenário de rugby. Porém, os adeptos nunca deixaram de acreditar no potencial da modalidade.

Enfim, de volta ao campo

Depois de mais de 730 dias sem práticas presenciais, a retomada dos treinamentos foi marcada por um aumento significativo de pessoas trabalhando no clube, algo visto com bons olhos pelo treinador, presidente e jogador veterano do Universitário Rugby, Bryan Backes, que classificou a volta às atividades da equipe como promissora. “A galera tá animada, tem um volume legal no treino no final de semana, um número maior de pessoas trabalhando pro clube. Então, tá bem interessante essa parte de comunidade e extensão do time”, explicou o atleta.

Com tanto tempo de espera, não demorou para que o grupo santa-mariense entrasse em campo para a disputa de uma partida novamente. Passaram-se apenas um mês e quatro dias desde o anúncio do retorno e os atletas já estavam enfrentando o Arlequines RC de Rivera, Uruguai.

A partida amistosa que marcou a volta aos gramados demonstrou bastante do que o time sofreu durante a pandemia: muitas adversidades. A equipe de Santa Maria teve que superar não só o frio de um domingo nublado, como também um gramado extremamente enlameado por conta das chuvas no campo do Centro de Eventos da UFSM. Os times empataram a partida em 10 a 10, mas o resultado pouco importava, visto que a volta aos gramados, por si só, já era motivo de muitos sorrisos entre jogadores e torcedores.

Além do primeiro jogo em Santa Maria, o URSM viajou até  Estrela, Rio Grande do Sul, para enfrentar o Centauros Rugby. Desta vez, sem resultados positivos, a equipe santa-mariense foi derrotada por 53 a 12, pela representante da pequena cidade gaúcha.

Em sequência ao primeiro passo, o restante da caminhada foi marcado pela organização e evolução da equipe. Backes relatou ver uma grande vontade da “galera” em participar e se divertir, fazendo uma comparação com o passado recente quando alguns dos jogadores só se faziam presentes na hora de competir, o que tem sido fundamental para uma retomada sadia.

Uma das competições estaduais da modalidade, a Copa RS, teve início no primeiro semestre de 2022. Entretanto, o diretor do Universitário Rugby conta que, como os jogadores ainda não haviam se organizado, não seria proveitoso participar do torneio. “A gente decidiu que seria um dinheiro que, hoje, a gente não tem para gastar. Querendo ou não, quando é competição, tu não aproveita tanto quanto um amistoso para fazer a galera rodar. Você tem mais obrigação de fazer pro melhor resultado”, acrescenta Backes.

Fotografia horizontal colorida em plano geral de dois homens no campo de futebol. Um homem ao centro da imagem. Tem pele branca, cabelo curto, liso e castanho, veste uma camisa quadriculada colorida em amarelo, azul, preto, roxo e rosa com o logo da equipe, shorts preto e tênis preto e está sujo de lama. Segura a bola de futebol americano nas mãos com os braços flexionados para a frente. Além dele, um outro homem, ao lado direito da imagem. Ele tem pele branca e veste uma camisa quadriculada colorida em amarelo, azul, preto, roxo e rosa com o logo da equipe, shorts de cor cinza e preto e tênis preto, também sujo de lama. Ao fundo, um campo de grama na cor verde com lama. Desfocado da imagem, uma casa de cor branca com telhado em telhas vermelhas e uma ambulância branca.

Qual o limite do Universitário Rugby?

No momento, o foco dos atletas, além de se tornar uma equipe sólida no estado por meio de partidas não-oficiais, é potencializar-se nas comunidades. Em parceria com a Escola Paulo Lauda, por exemplo, o Universitário Rugby está disseminando o conhecimento e as práticas do esporte da bola oval de origem europeia. Além disso, de acordo com Backes, está nos planos continuar com a promoção de eventos em prol da sociedade.

Outro objetivo que o diretor pretende alcançar é a criação de uma turma juvenil para o time universitário. No entanto, para isso, é necessário que uma equipe vencedora se consolide, a fim de formar exemplos para crianças e jovens representadas pela equipe do Coração do Rio Grande.

No que diz respeito ao que o URSM faz dentro dos gramados, o Gauchão da modalidade será disputado no segundo semestre deste ano.

Como tudo aconteceu

Em 2020, o mundo, como era conhecido, virou de cabeça para baixo. Espetáculos e competições esportivas foram suspensas em razão da impossibilidade de realizar eventos presenciais sem que o perigoso – e, até aquele momento, misterioso – vírus de Covid se propagasse. O rugby estadual e nacional, evidentemente, também precisou ser deixado de lado.

Nas temporadas anteriores à pandemia, o Universitário Rugby apresentava uma consistência admirável e certa evolução. Em 2017, o grupo ascendeu à elite do Rio Grande do Sul ao se classificar para a 1ª divisão do Campeonato Gaúcho de Rugby, assim se mantendo para a edição de 2018, mostrando progresso e ganhando de alguns adversários. No ano de 2019, mais um grande passo foi dado: o time chegou à grande final do torneio como primeiro colocado da fase de grupos, finalizando a competição com o vice-campeonato.

Com o surgimento de casos de Covid-19 no Brasil, a Federação Gaúcha de Rugby decidiu cancelar a temporada de 2020 do Gauchão da modalidade, assim, suspendendo o sonho do time da UFSM em seguir se desenvolvendo e lutando por um espaço no topo. O treinador não escondeu seu desapontamento ao contar que o campeonato seria a chance de provar o desempenho da equipe, mas entende a necessidade da edição ter sido cancelada. “O ano de 2020 era o momento de lapidar os jogadores e, no fim, acabamos sendo cortados. Ao mesmo tempo, sentimos que era necessário [paralisar o torneio] porque a gente sabe que o nosso clube é responsável por juntar pessoas e, por isso, sabíamos o risco que iria ocasionar. Mas foi frustrante.”, relata Backes.

Durante o período de quarentena, no que se refere a treinos físicos e estabilidade mental, cada jogador ficou responsável por si, enquanto atividades como arrecadação de roupas e de alimentos foram realizadas pelo Universitário Rugby. Sobre as tentativas iniciais de treinos online, Backes contou que os jogadores aparentavam estar desanimados uma vez que não enxergavam o propósito de praticar: “o rugby é muito coletivo. Tu joga porque quer estar com as pessoas, o que te move é a comunidade. O nosso esporte é em campo aberto, tudo que a gente queria fazer a gente não podia porque parecia que ia contra a nossa natureza como jogador. Tu via que a maioria queria ficar com a família”.

Reportagem: Pedro Pereira e Lucas Senna

Fotos: Gabriel Haesbaert

Galeria: Arquivo pessoal dos jogadores do Universitário Rugby

Contato:

pedrop2406@gmail.com

fariaslucassenna@gmail.com

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