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A TRANSFORMAÇÃO DA CIÊNCIA PELA TECNOLOGIA

Professor aborda os benefícios e desafios éticos presentes no uso desses mecanismos



Fotografia retangular e colorida de homem branco de meia-idade, que está de perfil. Ele tem barba, bigode e cabelos em transição do preto ao grisalho, tem nariz pontudo e olhos castanhos. Ele veste uma camisa jeans fina e azul em um tom médio. Usa óculos de grau em armação redonda. Está com expressão facial séria e olha para o lado direito da imagem. Atrás dele, uma estante com dois analisadores de espectros de cor branca em formato retangular. Ao fundo, uma parede com tomadas dispostas na horizontal para que os aparelhos sejam conectados.
Professor André Luiz Aita | Foto: Vitória Sarturi

Docente da UFSM há mais de 20 anos, André Luiz Aita tem graduação em Engenharia Elétrica e mestrado em Ciências da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutorado pela Delft University of Technology (Delft), na Holanda, e hoje é docente do Programa de Pós-Graduação de Ciências da Computação na UFSM. 

Com experiência na área de ciência da computação, Aita explora as possibilidades transformadoras proporcionadas e discute os desafios éticos e de privacidade associados ao seu uso. Em entrevista para a .TXT, ele compartilha sua visão sobre as responsabilidades dos desenvolvedores em garantir o uso ético e responsável das inovações. 

.TXT: Como a ciência da computação ajuda a resolver problemas complexos que antes eram considerados insolúveis?

André: Não eram insolúveis. A solução que ainda não era conhecida. Por exemplo, a matemática, às vezes, tem problemas insolúveis talvez porque ainda não se tenha descoberto a solução. A computação trabalha com programação, que necessita de processadores, de computadores, para que o algoritmo e o programa rode. E a tecnologia, nos últimos anos, vem evoluindo de tal forma que esses processadores e esses computadores evoluíram muito. Então, aquelas tarefas que a princípio eram insolúveis porque consumiam muito tempo, hoje conseguimos fazer talvez em um dia ou em uma hora. 

.TXT: Você acredita que existam desvantagens no uso excessivo da tecnologia na pesquisa?

André: Todo excesso é prejudicial e não só nessa área. Então nós temos que saber dosar. Eu diria assim: excessos são prejudiciais. A resposta é simples e não está associada à tecnologia. Se você toma a tecnologia e a usa em excesso, pode ter algum problema, algum revés em função desse uso demasiado. 

.TXT: Quais são os desafios éticos e de privacidade associados ao uso da tecnologia na pesquisa científica?

André: A tecnologia permite a fácil comunicação. Não é a tecnologia que resulta nessa suposta falta de privacidade. Nós observamos as pessoas se expondo a partir de uma ferramenta que existe, certo? Quantas fotos você e eu temos publicadas na internet hoje? E essas fotos não se apagam nunca mais. A ferramenta que você tem disponível é que te permite se expor. A tecnologia está disponível, mas é você que escolhe se vai querer se expor ou não. 

.TXT: Como os avanços em tecnologia afetam a forma como a ciência é aprendida? 

André: Durante a pandemia percebemos um enorme avanço da tecnologia para ensino remoto e aprendizado. Antigamente, nós tínhamos uma única referência, que era a biblioteca, ou íamos ao professor, que era quem tinha o conhecimento. Hoje temos uma abundância de informações: não necessariamente são todas verdadeiras, mas há uma abundância delas.

.TXT: Quais são as responsabilidades dos desenvolvedores de tecnologia em garantir que suas inovações sejam utilizadas de forma ética e responsável? 

André: O fabricante de uma faca é responsável por sua produção. Qual é a responsabilidade dele durante a fabricação da faca? Seria a mesma que aquele responsável pela tecnologia tem? Em outras palavras, qual será o uso que você dará a essa faca? No momento que se disponibiliza esse recurso, você sabe que permite que pessoas de má índole o utilizem. Que façam mau uso da tecnologia. De certa forma, têm responsabilidade. Às vezes, você constrói algo para o melhor uso e nem imagina que aquilo que produz terá um uso que não esperava. Normalmente projetamos coisas para que sejam bem utilizadas.

Reportagem: Maria Fernanda Dias
Contato: mariafernanda2001.mfm@gmail.com

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