Ir para o conteúdo MSRS Ir para o menu MSRS Ir para a busca no site MSRS Ir para o rodapé MSRS
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Agricultura Urbana

A agricultura urbana é o cultivo de alimentos em espaços urbanos e periurbanos. Os benefícios da agricultura urbana são muitos: uso produtivo de lotes desocupados; produção de alimentos saudáveis com menor custo de insumos e transporte; geração de renda com a produção excedente; atividade social-econômica-ambiental colaborativa e comunitária; melhoria de aspectos visuais e térmicos do ambiente urbano; melhoria da captação de águas da chuva nestes ambientes; manutenção da qualidade dos solos urbanos.

Por isso a agricultura urbana deve ser estimulada e apoiada pelo poder público e privado, desenvolvida de forma planejada, sustentável e com base agroecológica. Nesse contexto, o MSRS tem este espaço destinado a apresentação de informações referentes a agricultura urbana e a importância dos solos urbanos, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento de programas aplicados a produção sustentável de alimentos nestes espaços.

Solos urbanos são, por definição, todos os solos que se encontram em áreas urbanas e periurbanas. Podem se tratar de solos naturais, como os que predominam nas áreas rurais, ou solos modificados pelas atividades humanas típicas dos ambientes urbanos.

Então, de maneira geral, são solos modificados por ações antrópicas urbanas, tais como compactação pelo tráfego de veículos, remoção de horizontes naturais ou deposição de aterros (solos e saprolitos de outras áreas, lixos ou resíduos de construção). Essas alterações são importantes porque podem limitar significativamente as funções destes solos, principalmente em relação à retenção de água, ao desenvolvimento de plantas e a capacidade de sustentação de estruturas urbanas.

Os perfis de solos urbanos acima foram formados pelo depósito de resíduos de construção, aterros de lotes residenciais, descarte de lixo urbano, revolvimento do solo com pedras e lixo e aterro de áreas com restos de solos e saprolitos transportados.

Os solos urbanos, assim como os solos naturais, desempenham funções ambientais e tecnológicas importantes para a vida humana. Mais especificamente nas cidades, os solos são responsáveis pelos seguintes serviços:

–  Regular o ciclo hidrológico: Os solos são porosos e, por isso, conseguem reter as águas das chuvas, reduzindo o pico de vasão para a rede de drenagem, evitando inundações urbanas.

Produção de alimentos: Os solos urbanos, como estamos vendo, são importantes para a produção de alimentos nas cidades (agricultura urbana).

Amenização térmica: Os solos vegetados reduzem as ilhas de calor comuns nos ambientes urbanos, por meio da evapotranspiração de água para a atmosfera.

Áreas verdes: As áreas verdes são importantes para manutenção da qualidade do ambiente urbano, tanto estética quanto térmica e ecossistêmica (biodiversidade).

Ciclagem de nutrientes e reserva genética: Os solos são o habitat de muitos organismos vivos que desempenham papel na degradação dos resíduos orgânicos e na ciclagem dos nutrientes, importantes para a manutenção da qualidade dos solos e do ambiente.

Sustentação de obras de engenharia: Os solos por serem porosos não são boas bases para a sustentação das construções, entretanto, quando compactados, podem ser adequados a esta função.

Preservação histórica: Em cidades muito antigas, os solos urbanos podem atuar como meio para a preservação de artefatos arqueológicos, importantes ao entendimento da história destes ambientes.

O ambiente urbano se destaca por apresentar um uso antrópico intensivo, que geralmente resulta em alterações dos recursos naturais e descartes inadequados de diversos produtos ao longo do espaço urbano e periurbano. Neste contexto, os principais contaminantes são os seguintes:

Metais pesados: Elementos químicos como Cu, Zn, Pb, Cr, Ni e Cd são exemplos de metais pesados, potencialmente tóxicos ao organismo humano. Estes elementos são provenientes do escapamento de veículos, resíduos domésticos e industriais, compostos a base de lodo de esgoto ou de dejetos de animais.

Combustíveis veiculares: O aumento no uso de combustíveis como gasolina e diesel nos últimos anos também potencializou as chances de acidentes com o derramamento destas substâncias no meio urbano. Vazamentos de tanques em postos de combustíveis tam´bém são reportados. Os combustíveis infiltram no solo e liberam hidrocarbonetos como tolueno e benzeno, todos solúveis em água e tóxicos ao organismo humano.

Patógenos: Diversos patógenos nocivos à saúde humana são transmitidos por animais domésticos. Atividades recreativas em parques e áreas verdes e o consumo de alimentos sem a devida higienização podem facilitar o contato com o solo e a transmissão de doenças. Os riscos aumentam em locais sem saneamento básico e água potável.

Agrotóxicos: O uso de agrotóxicos em áreas urbanas e periurbanas na produção de alimentos promove a contaminação do solo e dos alimentos. Os agrotóxicos são produtos nocivos a saúde humana, por isso, é sempre indicada a produção em sistemas agroecológicos.

No Brasil, a vida nas cidades promove a geração de milhares de toneladas de lixo por dia, onde mais da metade é de produtos orgânicos, os quais são descartados em aterros sanitários, produzindo, no processo de decomposição, gases poluentes como o metano, que possui elevada contribuição ao efeito estufa.

Estes resíduos orgânicos, se tratados corretamente, podem produzir um composto orgânico de alta qualidade para a melhoria dos solos urbanos, contribuindo para a produção de alimentos e para o desenvolvimento das áreas verdes. Isso acontece por meio da compostagem que é o processo onde os resíduos orgânicos são degradados pela ação de microrganismos gerando chorume e composto orgânico (húmus), ambos aproveitados como condicionantes de solo, melhorando sua fertilidade e propriedades físicas e biológicas.

Compostagem = transformação de resíduos orgânicos em matéria orgânica

A compostagem doméstica é muito fácil de fazer, por isso é uma prática importante para a sustentabilidade no uso do ambiente urbano.

Quando as minhocas são adicionadas ao processo chamamos de vermicompostagem ou minhocultura. As minhocas aceleram o processo e produzem um composto de melhor qualidade nutricional e biológica. As minhocas mais usadas e adequadas a minhocultura é a vermelha da Califórnia (Eisinea fetida).

Vantagens da compostagem doméstica

– Redução do volume em aterros sanitários;

– Redução do custo de coleta, transporte e tratamento do lixo;

– Redução das emissões de gases do efeito estufa;

– Geração de adubo orgânico de qualidade.

Como fazer a compostagem dos resíduos orgânicos domésticos

Para aprender a construir e a manejar a sua composteira caseira assista os vídeos abaixo:

Vídeo da EMATER/RS

Vídeo da EPAGRI/SC