Ir para o conteúdo Casa do Estudante Ir para o menu Casa do Estudante Ir para a busca no site Casa do Estudante Ir para o rodapé Casa do Estudante
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Luta x Direitos



Moradia

Como sabemos, a trajetória das mulheres em busca de seus direitos nunca foi fácil, já que vivemos em um país dominado pelo machismo. Nesse contexto, podemos afirmar que dentro da UFSM as conquistas também foram fruto da organização e luta das mulheres.

A UFSM foi uma das primeiras universidades a se preocupar com a permanência de seus estudantes, o que fez com que em 1963 – três anos após sua fundação – fosse fundada a sua primeira casa do estudante (CEU I), localizada no centro de Santa Maria. Em 1968 foi inaugurada também a CEU II, em Camobi.

Porém, nessa época as CEU’s eram bem diferentes do que conhecemos hoje, em meio a ascensão da ditadura militar.

A universidade cobrava taxas dos moradores para que pudessem continuar a residir nos apartamentos, fora o fato de que mulheres eram proibidas de entrar nas CEU’s. Portanto, eram destinadas apenas aos estudantes homens. Até mesmo as mães não podiam visitar seus filhos em seus apartamentos.

Essa foi a realidade durante mais de uma década após as residências serem fundadas. Só mudou no final da década de 70 –  com a ascensão do feminismo e final da ditadura militar – quando quatro mulheres criaram forças e decidiram ocupar um apartamento na CEU I, onde ficaram por alguns dias e depois liberaram essas vagas para outras alunas e foram para a CEU II, onde ocuparam mais um apartamento no bloco 12 onde residiram até terminarem seus cursos. Ainda assim demorou alguns anos até que as mulheres não fossem mais vistas como “invasoras”. Graças a coragem dessas mulheres em lutar pela igualdade de direitos, que hoje nós temos acesso a moradia estudantil.

Assédio e Violência de Gênero

Outro problema enfrentado pelas moradoras da CEU são os casos de assédio e violência de gênero. Foi a partir desses casos, em específico sofrido pelas moradoras dos blocos com apartamentos de 2 pessoas em 2015, nos banheiros coletivos, que a PRAE colocou câmeras na entrada dos blocos de todos os prédios da CEU II. A PRAE também disponibiliza acompanhamento psicológico para aquelas que sofreram assédio. 

Tendo em vista os casos considerados mais graves, em que uma mulher sofre estupro ou alguma forma de violência física, a PRAE realizou uma parceria com a Equipe de Matriciamento em Violência Sexual do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) que se localiza na entrada da UFSM.

A Equipe de Matriciamento foi criado em 2015, e conta com médicos ginecologistas, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, médicos infectologistas. A equipe oferece um atendimento completo a vítima e também entra em contato com as autoridades para dar entrada ao processo legal.

Filhos

Outra conquista das moradoras foi a garantia de permanência de seus filhos na CEU. Por anos as mães tinham de morar com seus filhos clandestinamente nos apartamentos, através de acordos com a Diretoria da CEU II, porque institucionalmente somente alunos poderiam utilizar esse benefício. Em 2014 um grupo de estudantes decidiu ocupar a reitoria reivindicando que a UFSM tornasse legal a estadia dessas crianças e também o direito de menores de idade estudantes do ensino médio e técnico de morar na CEU II. Em outubro de 2014 a UFSM criou a Resolução 025/2014, que garantiu que essas mães pudessem morar com seus filhos em apartamentos de 2 pessoas. 

Essa resolução também garante a concessão de uma bolsa creche no valor de R$375,00 para as crianças que não conseguirem vaga na rede pública municipal de creches e pré-escolas. Essa resolução foi pioneira no país, pois na época nenhuma IFE oferecia tal atenção aos filhos de moradoras de suas residências estudantis.

Atualmente, na UFSM a criança é tratada tal qual um estudante. A mãe pode levar seu filho ao RU, tendo ele a garantia de uma matrícula e uma carteira de estudante para acessá-lo. Isso também garante uma porção a mais de comida da distribuição feitas aos sábados, com condimentos para o almoço, janta e café da manhã de domingo – já que o RU funciona somente de segunda a sábado. Além disso as mães, os pais e as crianças têm acompanhamento psicológico e também atenção especial do médico e enfermeiras que a PRAE disponibiliza aos estudantes moradores da CEU.

Hoje, na UFSM, existe um grupo de mães que continuam e buscar melhorias para que a necessidades de seus filhos sejam atendidas. A mais recente conquista do grupo foi o encaminhamento para a realização de uma brinquedoteca para seus filhos em uma sala da CEU que estava até então em desuso.

Todas essas conquistas na UFSM, assim como a maioria dos direitos adquiridos pelas mulheres, advêm de muita luta e do desejo de igualdade, mas ainda temos um caminho longo até realizarmos esse desejo, dentro e fora da universidade.

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-764-75

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes