OBJETIVO GERAL Difundir o conhecimento gerado a partir da pesquisa COVIDPsiq para a população geral, desenvolvendo oportunidades de esclarecimento, aprendizagem, prevenção de agravos e promoção da saúde mental, com enfoque na pandemia de COVID-19 e no isolamento social. OBJETIVOS ESPECÍFICOS I. Promover ações psicoeducativas em ambiente virtual, que incluem eventos semanais (palestras, mesas-redondas, encontros, etc.) abertos à comunidade, e divulgação de material audiovisual, com foco na Psicoeducação, com temas de relevância identificada pela pesquisa COVIDPsiq, estimulando o autocuidado e estratégias saudáveis para o enfrentamento das adversidades em meio à pandemia; II. Realizar ações assistenciais através da abordagem dos Primeiros Cuidados Psicológicos (PCPs) para os participantes da pesquisa em sofrimento que não estão sob tratamento, por meio de teleconsultas, visando o encaminhamento para profissionais da saúde mental, quando necessário, e a desmistificação dos estigmas atrelados aos transtornos mentais; III. Proporcionar ações de ensino para o público externo à universidade, com foco em multiplicadores de cuidados de saúde mental (principalmente profissionais da área da saúde) a fim de capacitar equipes para a aplicação prática dos PCPs, por meio de cursos à distância.
O aumento na incidência de transtornos mentais e o agravamento de transtornos já estabelecidos, junto à redução da capacidade de atendimento, demonstra uma necessidade imediata de aumentar a oferta de ações de pre-venção (primária ou secundária) e promoção da saúde mental na população. Além disso, considerando a crise econômica concomitante à crise sanitária, a proposta do projeto possibilita uma grande abrangência de público, beneficiado direta ou indiretamente, contribuindo para a aderência aos tratamentos, e en-caminhamentos adequados para serviços indicados. Ao lado do patológico, a ansiedade de doença decorrente do medo de contágio em si próprio e a outros, que dentro do contexto da pandemia é bas-tante esperado, pode causar perturbações significativas, como o isolamento demasiado, sentimentos de raiva, insônia e fadiga.(ORNELL et al., 2020) Um dado interessante da primeira fase da COVIDPsiq foi que a apresentação de sintomas gripais foi associada com sintomas de estresse, ansiedade, depressão e alcoolismo, mas a suspeita ou confirmação de COVID-19, não.(CALEGARO et al., 2020) Cabe destacar que pouco mais da metade da amostra havia apre-sentado algum sintoma gripal. Essa informação demonstra que a ansiedade de doença é fonte de angústia, que por sua vez, pode levantar diversas dúvidas sobre o que é considerado normal e patológico, e acarretar prejuízos para o bem-estar. Assim, abordagens psicoeducativas podem trazer benefícios ao di-rimir dúvidas frequentes e ao reduzir a ansiedade por meio de recomendações simples que podem ser ensinadas para qualquer pessoal, como higiene do so-no, por exemplo. Outro ponto a considerar é que a pesquisa COVIDPsiq tem o compromis-so, em relação ao Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP; CAAE 30420620.5.0000.5346), de socializar os resultados, ou seja, devolver para a sociedade os frutos do conhecimento gerado. Isso está sendo feito a cada fase do estudo (são quatro fases ao todo), mediante relatórios técnicos, que são vei-culados pela mídia.(REBELLATO, 2020) Entretanto, percebe-se que o conhe-cimento gerado não deve se limitar aos relatórios, pois a divulgação dos resul-tados pode trazer benefícios diretos à população, a partir do aprofundamento da interpretação dos mesmo por pesquisadores renomados na área. No contexto da pandemia, as transmissões ao vivo através de plataformas de streaming (co-nhecidas como lives), atualmente constituem dispositivos possíveis para a Psi-coeducação, compartilhamento de informações científicas e interação social. Plataformas como Youtube, Facebook e Instagram despontam como ambientes agregadores amenizando o distanciamento físico, mantendo o público em con-tato a partir de um tema central. Por fim, com o andamento da pesquisa COVIDPsiq, diversas instituições vêm procurando os pesquisadores, a fim de buscar colaborações que não se limitam à pesquisa. É o caso da Prefeitura Municipal de Santa Maria, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, que expandirá a aplicação da pesquisa para o público alcançado pela rede de Atenção Básica. Como contrapartida, os pes-quisadores propuseram-se a capacitar profissionais da área da saúde em Pri-meiros Cuidados Psicológicos, a fim de formar multiplicadores em saúde men-tal. A ação se justifica pois no contexto de muita dificuldade para o atendimento psicológico e psiquiátrico presencial, e aumento de demanda, torna-se impor-tante ampliar a resolutividade da Atenção Básica para as demandas de menor complexidade em saúde mental. Estas muitas vezes são crises emocionais, que podem ser manejadas por PCPs, técnica esta que pode ser aplicada por qual-quer profissional da saúde. Este é um exemplo de articulação que está sendo realizada e salienta a importância da atuação “extramuros” da universidade, socializando o conhecimento gerado no interior da mesma. Outros exemplos de demandas que chegaram até os pesquisadores, e que reforçam este papel, fo-ram os contatos realizados por profissionais do Centro dos Professores do Es-tado do Rio Grande do Sul (CPERS), Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Pará e a mineradora Vale, em busca de parcerias em pesquisa e extensão. Concluindo, o presente projeto torna-se crucial para a viabilização das ações planejadas, fazendo com o que a experti-se e o conhecimento proporcionado pela pesquisa COVIDPsiq possa beneficiar um grande número de pessoas.
Espera-se que o projeto possa abranger um público mensal de 500 a 1000 pessoas, incluindo todas as ações, e que possa reduzir sintomas, sobre-tudo de ansiedade, insônia, através da promoção de hábitos saudáveis e de estratégias adaptativas de enfrentamento. Ainda, que o suporte psicológico ad-vindo da psicoeducação e da teleorientação, possa aumentar a consciência dos indivíduos sobre a própria saúde mental, e que recebam encaminhamento adequado para tratamento. Ainda, por meio das capacitações, de formar multi-plicadores de cuidados em saúde mental, contribuindo indiretamente para me-lhorar a saúde mental da população.