No dia 25 de março, às 19 horas no auditório do CESNORS, foi exibido o documentário “Que bom te ver viva”, de Lúcia Murat. Uma ação do projeto <Viva o Campus> de Palmeira das Missões em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão da UFSM. O Filme integra a 9ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos do Hemisfério Sul, da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal. Na ocasião estiveram presentes, além da comunidade acadêmica, alunos do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos – NEEJA, e do Instituto Estadual de Educação Borges do Canto, ambos de Palmeira das Missões.

O documentário, de 1989, traz depoimentos de ex-presas políticas da Ditadura Militar Brasileira (1964-1985) que foram torturadas pelo regime e que sobreviveram, diferente de muitos outros e muitas outras que “desapareceram”. Essas mulheres representam uma pequena amostra daquelas que lutaram pelas liberdades, não apenas suas mas de toda a sociedade, não apenas de seus coetâneos mas também de seus descendentes.

Na parte ficcional do documentário, costurando os depoimentos, a atriz Irene Ravache tece um longo monólogo, representando uma personagem anônima que retrata pensamentos dos “sobreviventes”. Muitas das falas dessa personagem refletem pensamentos da diretora do filme e de outros presos políticos que também foram torturados durante a ditadura.

Mulheres que, passados quase 20 anos, relatam como tentam/conseguem manter a lucidez após as torturas sofridas. Que ainda são  tratadas como terroristas (nem sequer “ex-terroristas” como diz Irene Ravache em um momento do filme) pela maior parte da mídia, numa tentativa de justificar as atrocidades cometidas contra elas. Que tem de conviver em sociedade com seus torturadores (tratados como doutores, como bem lembra, mais uma vez, Irene Ravache) anistiados e que seguem vivendo, trabalhando como se nada houvessem feito.

Ao todo 133 pessoas compareceram à exibição, que foi seguida por uma fala do professor Ascísio dos Reis Pereira, Pró-Reitor Adjunto de Extensão da UFSM. Durante a explanação do professor, houveram algumas contribuições de pessoas da comunidade que assistiam o filme. Com destaque para a professora Maria Georgina Freire – “Tuca”, do NEEJA que fez um relato pessoal de um tio que foi preso político do Governo Militar no Rio Grande do Sul, e para a aluna Jaqueline Sganzerla que citou a existência de um centro de tortura na cidade de Três Passos.

O <Viva o Campus> realizará, ao longo do semestre, a exibição de outros filmes da 9ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos. Da mesma forma, ao longo do ano de 2015, estará desenvolvendo outras atividades educacionais, culturais e esportivas sempre no intuito de aproximar a comunidade palmeirense da Universidade e vice-versa.