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Professora Nara Bigolin receberá o Troféu Mulher Cidadã 2018



A Prof. Nara Bigolin, do curso de Sistemas de Informação, idealizadora do projeto Meninas Olímpicas, receberá em março, o Troféu Mulher Cidadã 2018 da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (AL-RS). Anualmente, mulheres que prestam serviço de destaque à sociedade gaúcha são premiadas em sessão solene alusiva ao Dia Internacional da Mulher.

O projeto Meninas Olímpicas surgiu em 2016 tem como objetivo incentivar o protagonismo feminino em ambientes olímpicos buscando o empoderamento de meninas através da participação em olimpíadas científicas.

Saiba mais sobre o projeto na entrevista com a Prof. Nara Bigolin:

Como surgiu o projeto Meninas Olímpicas?

Prof. Nara: Lembro que minha turma de Computação na PUC em 1988 era composta por 60 estudantes e apenas seis eram mulheres, os famosos 10%. Na graduação eu não me questionava sobre o porquê do número de mulheres ser tão baixo comparado ao de estudantes homens. Isso era muito comum, tão naturalizado que às vezes não percebemos e nem nos questionamos sobre isso. O que concluímos é que as mulheres se resumem a apenas 10% das pessoas que participam de pontas estratégicas na sociedade, ou seja, que tomam decisões e guiam caminhos para a sociedade seguir, ou seja, para todos seguirmos. Por exemplo da Câmara de Vereadores de Frederico, onde dos 11 vereadores eleitos, apenas uma é mulher.

Em 2013, essa realidade foi confrontada quando minha filha Mariana Bigolin Groff, recebeu a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Dois anos depois, o sentimento minoritário se intensificou quando, em 2015, ela começou a participar dos treinamentos para as olimpíadas internacionais de matemática. Dos 25 participantes, apenas uma era mulher, a Mariana.

A partir desse momento começamos a analisar todas as olimpíadas e notamos que este número era igual ou inferior aos tais 10%”, inclusive no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), que organiza as olimpíadas existe apenas uma mulher de um total de 40 pesquisadores.

Foi baseada em toda essa vivência que no dia 26 de julho de 2016, junto com minhas duas filhas Mariana e Natália criamos o projeto Meninas Olímpicas, que desde o início visou contar e divulgar para todos que a grande diferença de oportunidades e reconhecimento se refletem diretamente nas questões que constroem a nossa sociedade.

O ponto crucial para necessidade da implementação do projeto foi quando eu foi convidada para participar da semana dos treinamentos olímpicos da matemática e da informática, em que os melhores estudantes de cada área se reúnem para estudar e preparar-se para as próximas competições. Percebi que era a única mulher entre os professores treinadores. Como as meninas poderiam continuar nas olimpíadas científicas se elas não têm uma professora que seja modelo para elas? Para se reconhecerem?. A verdade é que nunca nos questionamos por que não temos a mesma quantidade de mulheres nos pontos estratégicos das áreas exatas e o projeto Meninas Olímpicas vem para questionar, abrir a mente e fazer as pessoas pensarem.Na principal olimpíada do mundo, que neste ano aconteceu no Brasil, o IMPA implementou a criação do troféu com o mesmo nome do projeto, Meninas Olímpicas, uma forma de homenagear a iniciativa e evidenciar a participação de meninas nas olimpíadas científicas.

Qual a sensação de receber o prêmio por esse projeto?

Prof. Nara: Em 2000 eu tinha 30 anos, era professora na Universidade de Paris e tinha terminado meu Doutorado em Computação. Neste momento optei em voltar para o Brasil para ter 3 filhos, sabendo que com está decisão estaria abrindo mão de uma carreira universitária de alto nível. Uma mulher entre os 30 a 40 anos as vezes precisa fazer escolhas e são difíceis escolhas. Hoje, se passaram 18 anos e tenho 3 filhos, Mariana com 16 anos, Natália 13 anos e Lucas 11 anos. Esse prêmio somente foi possível graça a maternidade. Portanto, esse prêmio significa muito para mim, onde houve um encontro entre a maternidade e a vida profissional. O que me deu certeza que as escolhas de uma mulher podem ter um final feliz e que é possível conciliar a maternidade com a vida profissional e ter o esforço recompensado.

Qual a projeção do projeto para 2018?

Prof. Nara: Em 2018, pretendemos aprovar um projeto de lei na AL-RS para uma premiação anual para as meninas olímpicas gaúchas. Propor a criação do Troféu Meninas Olímpicas nas principais olimpíadas do Brasil. Lembrando que o prêmio criado na IMO deve ser mantido nas próximas edições. O projeto busca dar escolhas para as mulheres através do conhecimento. É na sutileza do cotidiano que a discriminação acontece, culturalmente imposta e inconscientemente reproduzida, e queremos abrir discussão sobre isso,. Enfim, toda essas premiações tem o objetivo de abrir a discussão da pequena participação feminina nas olimpíadas que é em torno de 10%.

Quem participa do projeto? Se alguma menina se interessar, como pode participar e ajudar o projeto?

Prof. Nara: As coordenadoras operacionais são Mariana Bigolin Groff e duas meninas no Ceará. As co-fundadoras são Natália Bigolin Groff e Marceli Melchiors. Qualquer menina que se interessa por olimpíadas pode entrar em contato pela página do facebook: https://www.facebook.com/meninas.olimpicas/ ou pelo email: meninasolimpicas@gmail.com dando sua sugestão ou solicitando ajuda com as olimpíadas.

166-4606

Prof. Nara Bigolin

 

Produção da Assessoria de Comunicação da UFSM-FW

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