Sobre a DCG: A DCG de Cunicultura de Companhia é a primeira que aborda essa temática em toda UFSM, através de uma explicação resumida da Professora Ana Carolina podemos entender que, a cunicultura de companhia aborda outros tópicos relacionados ao uso do coelho como animal de estimação e também em terapias associativas com animais. Nesse viés, os coelhos pet, cada vez mais comuns nos lares brasileiros, vem se tornando uma espécie muito popular – especialmente por ocasião da pandemia – tendo em muitos criatórios fila de espera de meses por um filhote. A atividade apresenta alto valor agregado e também exige espaços reduzidos, pouca necessidade de mão-de-obra e baixo investimento inicial (quando comparada com as atividades zootécnicas convencionais). De acordo com uma pesquisa recente publicada no Boletim de Cunicultura, estima-se que atualmente há em torno de 500.000 coelhos nos lares brasileiros e que os coelhos tendem a ser o 3º animal de companhia mais frequente no nosso País (MACHADO, CASTILHA E TVARDOVSKAS, 2021). Também foi verificado que o número de cunicultores pet, aumentou significativamente nos últimos anos, ultrapassando o número de cunicultores de corte em 2021.
A DCG acerca dos coelhos de companhia teve todas as vagas ofertadas preenchidas, e até o momento teve apenas quatro encontros remotos síncronos. Os estudantes participam e demonstram grande interesse pelo assunto, principalmente por ser uma área da zootecnia/agronomia até então desconhecida por muitos. Ainda, alguns acadêmicos buscaram a DCG justamente por terem coelhos como mascotes e pela carência de informações encontradas sobre o assunto nos meios técnico e científico. Nesse sentido, destaca-se, duas ótimas fontes para aquisição de informações sobre o assunto (gratuitas e em português), o sítio eletrônico da ACBC – Associação Científica Brasileira de Cunicultura, e o NBCP – Núcleo Brasileiro de Cunicultura Pet. Por se tratar de uma área em franca expansão, o mercado carece de profissionais capacitados no assunto, podendo este ser um nicho inexplorado com potencial de atuação para os futuros engenheiros agrônomos egressos da UFSM – Campus FW. Também, com a expansão da atividade e com o crescimento dos coelhos de cia nos lares brasileiros, necessita-se de profissionais que entendam sobre a nutrição destes animais para trabalhar em fábricas de ração, ou mesmo empreender neste ramo. Além disso, conhecimentos específicos desta espécie, pode ser um diferencial do acadêmico no mercado de trabalho, principalmente para aqueles que pretendem atuar na área zootécnica e com nutrição animal.
Por fim, percebe-se que o perfil do cunicultor pet é muito diferente do “tradicional”, sendo os cunicultores pet pessoas jovens, empreendedoras, que tem o público urbano como alvo, que dominam ferramentas de marketing digital e prestam suporte no pós-venda dos animais para os tutores. Para que os acadêmicos possam conhecer mais sobre esse ramo, durante a disciplina, os discentes terão a oportunidade de conhecer (remotamente) jovens empreendedores egressos de cursos da área das Ciências Rurais que tem na Cunicultura pet sua fonte principal de renda. Estes, além da identidade produtiva, do perfil inovador e do amor pelos animais de companhia, irão compartilhar com os alunos suas vivências e experiências práticas (dinâmica importante, ainda que efetuada de modo remoto).
Sobre a Professora: A professora Ana Carolina Klinger tem formação interdisciplinar em Zootecnia, Licenciatura Plena e Biologia (licenciatura) e possui mestrado e doutorado em Zootecnia, este último concluído em 2019. Foi professora substituta no IFRS – Campus Sertão, lecionando disciplinas para os cursos de Agronegócio, Agronomia e Zootecnia e também professora conteudista no IFSul e-Tec (para o curso de Agricultor Familiar – disciplina de Pecuária Familiar). Ingressou como Profª Adjunta na UFSM no primeiro semestre letivo de 2021, no Departamento de Ciências Agronômicas e Ambientais – Campus Frederico Westphalen onde inicialmente foi designada para ministrar as disciplinas de Fundamentos de Zootecnia, Bovinocultura de Corte, Bovinocultura de Leite, Forragicultura e Ovinocultura.
Sobre a ideia: Em uma conversa com os alunos ela percebeu que havia demanda por novas DCG’s, por conta disso ela desenvolveu um formulário anônimo para entender a demanda dos discentes. Neste formulário, respondido por 51 estudantes, verificou-se que 88% tinham interesse em estudar acerca de cunicultura (criação de coelhos). Todavia, parte significativa desses estudantes manifestou interesse apenas na área de coelhos de companhia, pois, por questões culturais não se sente à vontade para trabalhar com coelhos de corte (animais destinados à produção de carne). Deste modo, ao invés de criar apenas uma disciplina – Cunicultura – foram elaboradas duas: Cunicultura de Corte e Cunicultura de Companhia.
¹Machado, L.C.; Castilha, L.D; Tvardovskas L. Qual o tamanho da cunicultura Brasileira. Boletim de Cunicultura, v.21, n.1, 2021