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Boletim Climático: Precipitação entre os dias 26 de abril a 15 de maio de 2024 para o Rio Grande do Sul



Para realização desse boletim coletou-se as informações das estações meteorológicas automáticas vinculadas ao Instituto Nacional de Meteorologia – INMET que registraram a precipitação durante o período estudado. Pelo levantamento foi possível obter dados de 36 estações que estão distribuídas em municípios que abrangem todo o território do Rio Grande do Sul. Essas estações compõem as três principais Bacias Hidrográficas do Estado, quais sejam, a Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai (16 estações), Bacia Hidrográfica do Guaíba (14 estações) e a Bacia Hidrográfica Litorânea (6 estações). A normal climatológica utilizada foi a do período 1991 – 2020. Para a construção do boletim a nível estadual, realizou-se a média das normais para cada uma das três Bacias Hidrográficas do Estado.

Na Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai as maiores precipitações ocorreram nos municípios de Frederico Westphalen e Tupanciretã que registraram 569 e 52 mm, respectivamente. A menor precipitação foi de 53,2 mm com média geral de 321,4 mm para os 20 dias do levantamento (Figura 1). Considerando a normal climatológica para o mês de maio, para a Bacia do Rio Uruguai, a média mensal é de 140,9 mm, ou seja, ocorreu uma precipitação 56,2% maior ao esperado para o mês (Figura 2).

Foi possível notar um maior volume de precipitação no eixo centro-norte-nordeste da Bacia do Uruguai, com os maiores volumes situados no limite superior, em municípios próximos à Frederico Westphalen e no inferior, em Tupanciretã, próximo ao município de Cruz Alta na denominada região do Alto Jacuí, pertencente a bacia do Rio Guaíba. 

Na Bacia Hidrográfica Litorânea o maior volume de precipitação foi na estação localizada no município de Tramandaí que registrou 448,6 mm. A região de abrangência da Bacia registrou em média, precipitação de 311,8 mm que variou de 236,6 a 448,6 mm (Figura 3). Segundo a normal climatológica dos municípios que fazem parte desta Bacia, a precipitação esperada para mês de maio para a região é de 116,4 mm, sendo 62,7% menor a precipitação ocorrida nos 20 dias (Figura 2). 

Na Bacia Hidrográfica do Guaíba, as estações automáticas registraram as maiores precipitações do Estado para o período. A variação do volume de precipitação durante o período de 20 dias analisados nessa região, foi de 836,4mm a 401,4 mm. A precipitação de 836,4 mm foi registrada na estação de Bento Gonçalves que fica próxima aos municípios de Muçum, Encantado e Roca Sales, que juntos somam grandes prejuízos humanos, ambientais e materiais nos eventos sucessivos de enxurradas e inundações. A média geral de precipitação na Bacia do Guaíba foi de 603,3 mm considerado 77,8% superior para a normal climatológica do período.

No mapa do Rio Grande do Sul (Figura 5) pode-se observar a distribuição da chuva ao longo dos 20 dias. Todas as regiões apresentaram grandes volumes de chuva conforme demonstrado nas figuras acima.

 

Ainda que todas as bacias tenham superado a sua normal climatológica no período considerado, foi possível observar um volume muito significativo de precipitação na Bacia do Guaíba em praticamente todas as suas sub-bacias, que culminou com os maiores volumes registrados na história do Rio Grande do Sul, alagamentos de bairros e municípios inteiros no delta do Rio Jacuí.

A magnitude e a abrangência dos eventos de precipitação no tempo e a geologia e relevo das bacias atingidas foram fundamentais para a ocorrência de centenas de escorregamentos de massa e a concentração de altas vazões nas calhas do Rio Jacuí, Rio das Antas, Rio Caí, Gravataí e Rio Taquari, desde as pequenas bacias no limite mais a oeste da bacia do Guaíba, próximo ao município de Santa Maria, culminando com as cotas hidrológicas históricas do Rio Guaíba, superando a cheia histórica de 1941, quando se iniciaram as medições. Houve ainda, impacto significativo nas cotas hidrológicas da lagoa dos patos afetado municípios da região Sul da Bacia Litorânea.

 

Texto: Braulio Otomar Caron, Claiton Nardini e Edner Baumhardt

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