Aconteceu, no último sábado (8), a segunda edição do evento “Compartilhando Saberes: Integração Cultural”, promovido pelo curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Campus da Universidade Federal de Santa Maria em Frederico Westphalen (UFSM/FW). O encontro tomou forma no espaço do Campus, com a proposta de valorizar a presença indígena na universidade e promover o fortalecimento da resistência, da interculturalidade e da união entre os povos originários na UFSM.
Programação
A abertura oficial foi conduzida pela professora Aline Ferrão Custodio Passini, coordenadora do curso de Licenciatura Intercultural Indígena, e pela professora Eliane Pereira dos Santos, vice-diretora do Campus. Após a abertura, integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET) Educom Clima, da UFSM/FW, apresentaram reflexões sobre a COP 30, que será realizada na Amazônia, destacando a participação da egressa do curso de Educação Indígena, Daniela Sales Kaingang, que representará o curso no evento.
Em seguida, foi realizada a oficina “Inteligência Artificial: usos, desafios e possibilidades no cotidiano”, ministrada por acadêmicos do curso de Sistemas de Informação da UFSM/FW, que abordaram as potencialidades e os impactos das tecnologias emergentes no contexto educacional e social. Durante a tarde ocorreram uma aula de Libras, lecionada por Vanice Hermel e Angélica Pozzer, e uma aula de Sociologia e Política das Línguas Indígenas e Língua Kaingang I, ministrada por Andrea Franciele Weber, promovendo reflexões sobre comunicação, diversidade linguística e valorização das línguas e culturas indígenas.
A importância do encontro
A professora Aline destaca a relevância do evento e o impacto positivo das ações no fortalecimento da presença indígena na universidade. “A realização dos encontros “Compartilhando Saberes: Integração Cultural” tem extrema importância, pois é o momento em que os alunos vivenciam a universidade em seu próprio espaço”, ressalta.
A docente lembra que a UFSM é a primeira universidade federal a estar presente dentro de um território indígena no Rio Grande do Sul, o que reforça o caráter pioneiro do curso. “Essa experiência já havia se mostrado positiva no curso anterior, Licenciatura em Educação Indígena, na modalidade a distância. Observamos que, quando os alunos permanecem no território, eles se sentem mais acolhidos e participativos. Por isso, as aulas ocorrem em quatro localidades diferentes a cada final de semana: nas terras indígenas Kaingang de Iraí, Inhacorá, Guarita e Muliterno. Os professores se deslocam até esses locais para ministrar as aulas”, explica.
Aline também ressalta o papel do encontro como espaço de fortalecimento e pertencimento. “Esses eventos selam o nosso compromisso e permitem que os estudantes vivenciem o dia a dia da universidade, também no Campus. Realizamos dois “Compartilhando Saberes: Integração Cultural” por ano, sempre com temáticas diferentes que emergem das próprias demandas dos alunos. Nesta edição, estamos trabalhando a temática da tecnologia e da inteligência artificial, assuntos muito significativos para eles”, afirmou.
Por fim, a professora celebra o destaque da egressa Daniela Sales Kaingang, participante da COP 30, na Amazônia. “Estamos muito felizes com essa conquista. Os professores têm sido parceiros constantes e o envolvimento de todos fortalece ainda mais o projeto. Acredito que, a cada edição, o evento se consolidará ainda mais, com participação crescente da comunidade acadêmica e indígena”, conclui.
Sobre o curso
O curso de Licenciatura Intercultural Indígena da UFSM/FW é destinado à comunidade indígena Kaingang, tem duração de oito semestres letivos e é ofertado em regime de alternância. A graduação é ofertada pelo Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR Equidade), ação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O programa busca habilitar professores(as) em licenciaturas específicas para que atendam redes públicas de educação básica ou redes comunitárias de formação por alternância, que ofertam educação escolar indígena, quilombola e do campo, educação bilíngue de pessoas surdas e educação especial inclusiva.
Texto: Divisão de Divulgação Institucional da UFSM/FW
Fotos: Aline Eduarda Iora, bolsista da Assessoria de Comunicação da UFSM/FW
Sabrina Santana Lins, bolsista da Assessoria de Comunicação da UFSM/FW






