A atuação de todo o profissional deve fundamentar-se no conhecimento e utilização eficiente dos recursos energéticos que dispomos, visando a continuidade de sua existência e a atual questão ambiental. Neste sentido, pretende-se desenvolver no profissional a consciência da necessidade de criar metodologias que permitam empregar e/ou avaliar a energia de forma eficiente.
Para este fim, o curso está alicerçado na articulação de ações multidisciplinares que visam formar profissionais capazes de definir ações que permitam a continuidade do aprimoramento da utilização de energia aliada à preservação do meio ambiente.
Em razão de sua abrangência, busca tratar propostas que sejam interdisciplinares, tendo como base as áreas de conhecimento de: Arquitetura, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia Química. Sob o ponto de vista da eficiência energética, estas áreas estão interligadas, uma vez que para se obter eficiência na utilização de energia em edificações, desenvolvimento de máquinas, processos químicos, deve-se compartilhar e combinar o conhecimento necessário sobre tipos de materiais, metodologia de construção e medição de grandezas relacionadas a utilização da energia. Por exemplo, uma edificação pode empregar a luz natural e aquecimento solar através de equipamentos e instalações apropriadas para reduzir o consumo de energia elétrica, fornecida por uma distribuidora, em razão do uso de lâmpadas e chuveiros elétricos. No entanto, a utilização da luz e aquecimento solar depende, entre outros fatores, do tipo de material, da posição e arquitetura da edificação e, também, das máquinas e/ou dispositivos mecânicos ou elétricos utilizados para captar tais energias.
Durante todo o curso, o estudante terá ainda possibilidade de interagir com seus colegas, gerando um grupo de discussão em nível científico e empresarial.
Justificativa
Quando o assunto de que tratamos é energia, pode-se pensar em diversas fontes alternativas, entretanto, a tecnologia para extração e captação, o transporte, o uso, o descarte dos rejeitos, o impacto ambiental e, lógico, custo, deve ser produzido de forma racional. A interação profissionalizada, com zelo, do exposto acima leva a necessidade da conscientização global. A conscientização global começa desde a educação básica a mais especializada, que deve atingir todos os segmentos da sociedade para que se tenha uma resposta benéfica e primordial.
Em função das crises energéticas (do petróleo em 1972 e 1979 e o apagão entre 2001 e 2002) e o aumento dos juros internacionais, e na busca da sustentabilidade, as empresas, órgãos governamentais e sociedade tem buscado diversas alternativas objetivando a racionalização do consumo de insumos energéticos tais como o desenvolvimento de projetos com o objetivo de identificar oportunidades de melhorias nos equipamentos e nos processos.
Cada vez mais, a questão energética tem estado presente nas decisões, não só pelo aspecto de custo, mas também pelas implicações climáticas que as emissões associadas ao consumo de energia acarretam.
A maneira como utilizamos a energia elétrica é uma questão chave neste processo e por isso o aumento da eficiência energética das operações nas empresas é imprescindível para se atingirem os objetivos do novo modelo de desenvolvimento, tanto pela diminuição da intensidade energética global, como pelo aumento dos correspondentes resultados econômicos.
A eficiência energética constitui-se como uma valiosa oportunidade para as empresas, mais uma vez, se afirmarem como parte da solução, com criação de valor real para o negócio e simultaneamente para a sociedade e para o ambiente.
A agenda 2020 do Rio Grande do Sul prevê a implantação de um plano estadual de eficiência energética que seja capaz de reduzir desperdícios gerando uma economia de cerca de 20% nas indústrias, 20% nas residências e 35% no setor público. Entre as ações a serem postas em prática, está a substituição de equipamentos e processos obsoletos por outros de última geração e “dar continuidade aos Programas de Capacitação de Servidores Públicos e alunos do sistema básico de ensino, para desenvolvimento de ações e hábitos de combate ao desperdício de energia.
Em âmbito nacional, a Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2001 dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia visando a alocação eficiente de recursos energéticos e a preservação do meio ambiente e delega ao Poder Executivo o estabelecimento de níveis máximos de consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados no País, com base em indicadores técnicos pertinentes.
Já, o Plano Nacional de Energia Elétrica – PNEE 1993/2015 prevê uma economia de 75,82 TWh em 2015, sendo que o maior potencial considerado foi no setor industrial (60%), seguido do setor comercial (21%); residencial (15%) e iluminação pública (4%).
O Plano Nacional de Energia 2030 – Eficiência Energética nos seus volumes 4 e 5 apresenta os mecanismos de promoção para eficiência energética e apresenta as estratégias que o Brasil deve trabalhar para garantir as metas de conservação, ainda descreve e analisa a experiência nacional e internacional das estratégias adotadas pelos governos para o fomento a eficiência, visto que a decisão final da maioria dessas medidas cabe ao consumidor final.
Do conteúdo acima, vê-se que a preocupação energética é muito grande em alguns setores e em determinados países e, por isto, a Universidade Federal de Santa Maria, uma instituição instituição de ensino superior sempre identificada com propostas inovadoras, através do seu Centro de Tecnologia, juntamente com a Coordenadoria de Educação a Distância, preocupados e comprometidos com a comunidade regional e com os profissionais engenheiros e arquitetos oferece o curso de Especialização em Eficiência Energética Aplicado a Processos Produtivos como uma oportunidade de atualização a profissionais que desejam utilizar e/ou desenvolver tecnologias capazes de executar e/ou monitorar serviços, visando o máximo de eficiência na utilização de energia.
Além disso, o curso desenvolve no profissional a consciência de que tal eficiência de utilização da energia deve garantir a continuidade ou prolongar o uso da fonte dessa energia, preservando o meio ambiente.
Objetivos
O objetivo principal do curso é proporcionar treinamento qualificado a profissionais e pesquisadores, capacitando-os a investigar, identificar e apontar soluções aos problemas de gerenciamento e utilização dos diversos tipos de energia.
O Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Eficiência Energética Aplicada aos Processos Produtivos, em nível de especialização, terá os seguintes objetivos específicos:
- complementar, de maneira técnico-científica, a formação dos profissionais para atuarem no setor produtivo utilizando ou desenvolvendo tecnologias que utilizam energia de forma eficiente;
- promover ações holísticas para utilização de energia visando a preservação do meio ambiente;
- fornecer novas metodologias para serem aplicadas em ações capazes de manter a continuidade de fornecimento de energia;
- desenvolver práticas de adequação do ser humano aos recursos energéticos naturais;
- fornecer uma formação diferenciada para graduados em áreas afins e
- promover formação continuada aos profissionais.