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2º Seminário de Pesquisa do Hub.Doc apresenta trabalhos sobre controle de fungos e mapeamento de desastres e acervos

Iniciativa consolidou o papel do Hub.Doc na articulação de pesquisas voltadas ao universo da arquivologia



O Hub.doc realizou o segundo Seminário de Pesquisa na tarde desta quarta-feira (10). O evento ocorreu via Google Meet e promoveu o diálogo entre pesquisadores que desenvolvem trabalhos relacionados à recuperação de arquivos. Nesta edição, foram apresentadas pesquisas sobre controle de fungos e sanitizantes químicos, além de um mapeamento de acervos afetados pelas águas ao redor do mundo.

Durante a abertura, o arquivista Jonas Ferrigolo Melo destacou que o principal objetivo do seminário é valorizar a troca de experiências e fortalecer o intercâmbio científico. “Foi feito para reunir pesquisadores associados ao Hub ou que tenham pesquisas relacionadas ao projeto. Com isso, realizamos esse momento de troca de experiências, de conhecer as pesquisas e de transformar a transdisciplinaridade em algo palpável”, disse.

Pesquisas abordam controle de fungos na recuperação de arquivos

A primeira apresentação foi realizada por Juliana Copetti, aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos (PPGCTA) da UFSM. A pesquisadora apresentou o trabalho Sanitizantes para controle de Stachybotrys chartarum, comentou sobre o perigo do micro-organismo e compartilhou o processo metodológico e os resultados da iniciativa.

A mestranda Pâmela Oliveira Soares (PPGCTA/UFSM) apresentou um estudo que compara meios de cultivo para quantificar fungos de emergências climáticas e seu controle por sanitizantes

Segundo Juliana, a motivação para o estudo surgiu após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul e diversos acervos em 2024. Ela explica que, no caso do fungo Stachybotrys chartarum, conhecido como “mofo preto”, os arquivos inundados pela água ficaram em condições ideais para o crescimento do micro-organismo, pois o fungo utiliza a celulose como principal fonte de nutrientes.

Nesse sentido, a pesquisa buscou avaliar a eficácia dos sanitizantes químicos cloreto de benzalcônio e bórax na recuperação de papéis. “Após a nossa avaliação, identificamos que o bórax não é recomendado, pois não foi eficaz em nossos testes; já com o cloreto tivemos bons resultados, e entendemos que ele é uma alternativa eficiente e segura”, apontou Juliana.

Na sequência, a estudante de mestrado do PPGCTA da UFSM, Pâmela Oliveira Soares, apresentou a pesquisa Comparação de meios de cultivo para a quantificação de fungos oriundos de emergências climáticas e controle por sanitizantes. Em sua fala, a pesquisadora relembrou o cenário das mudanças climáticas e salientou o aumento das enchentes e inundações ao redor do mundo.

Nesse sentido, Pâmela explicou que a pesquisa buscou entender, por meio da amostragem microbiológica, quais materiais possuem melhor desempenho na quantificação de fungos em um material afetado. “O objetivo do trabalho é avaliar dois meios de cultivo para identificar aquele que apresenta o melhor desempenho na recuperação quantitativa de fungos em papéis”, disse.

Mapeamento de desastres naturais e acervos afetados foi apresentado no Seminário

Por fim, o trabalho Mapa Mundial dos Arquivos Alagados: a construção de um banco de dados para promover a colaboração foi apresentado por Bianca Magro, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Educacionais em Rede. A pesquisa, também desenvolvida pela coordenadora do Hub.doc, Débora Flores, e por Jonas Melo e Igor Treptow, começou com 163 eventos registrados, apenas com nome, país e ano de ocorrência, sem detalhes adicionais.

Igor Treptow, integrante da pesquisa do mapeamento, apresentou o banco de dados desenvolvido até o momento

Com o avanço da pesquisa, a equipe passou a buscar documentos e registros que comprovassem e contextualizassem cada evento. A intenção era reconstruir as situações de forma mais completa. Bianca destacou desafios como cobertura jornalística incompleta, relatórios sem tradução, inconsistências de registros oficiais e a escassez de documentação em muitos países. “As principais fontes foram notícias locais e internacionais, artigos científicos, relatórios e publicações de órgãos ambientais. Um ponto importante foi perceber como pesquisar na língua nativa do local impacta diretamente na quantidade e na qualidade dos resultados”, destacou.

O projeto, segundo ela, pretende se tornar colaborativo e permitir que pesquisadores do mundo todo registrem novos eventos e complementem dados existentes. “Esse banco de dados nos ajuda a entender onde, como e quando os desastres ocorreram. É uma base contínua, que oferece subsídios para análises históricas, climáticas e arquivísticas cada vez mais sólidas”, refletiu.

Trabalhos apresentados fortalecem as práticas de preservação e recuperação

Após as apresentações, Débora Flores destacou as orientações emitidas pelo Arquivo Nacional durante as enchentes de 2024 e reforçou a carência de pesquisas sobre sanitizantes seguros para o tratamento de acervos molhados. Ela relembrou o episódio em que as águas afetaram o Departamento de Arquivo Geral (DAG) da UFSM e apontou como a ausência de estudos consolidados dificultou o atendimento emergencial na época.

Débora explicou que essa lacuna foi o ponto de partida para novas iniciativas de pesquisa dentro do Hub.doc, incluindo a construção do mapa-múndi que reúne registros de desastres e acervos atingidos ao redor do planeta. “É essencial compreender o que aconteceu, registrar e alimentar esse banco de dados com informações sobre procedimentos adotados em cada situação. Infelizmente, esses eventos serão cada vez mais frequentes”, afirmou.

Segundo ela, o objetivo é formar uma rede internacional de especialistas. “Queremos conectar arquivistas experientes para que compartilhem suas vivências por meio desse mapa, fortalecendo práticas de preservação e recuperação”, completou.

Texto: Pedro Moro, estudante de Jornalismo e bolsista no Hub.Doc

Fotos: Jonas Ferrigolo Melo, pesquisador do Hub.doc

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