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Tecnologia e Música: Virtualização de instrumentos musicais



Olá Pessoal! Nesta edição do PET redação, vamos explorar a influência da tecnologia na produção e criação musical, bem como a crescente tendência dos artistas em optar pela virtualização de seus instrumentos devido à ampla variedade de opções proporcionadas pelo meio digital. 

A evolução tecnológica revolucionou a forma como a música é feita, gravada, produzida e distribuída, e os músicos agora têm acesso a ferramentas e recursos inovadores que impulsionam a criatividade e a versatilidade. Vamos explorar como essa transformação impactou a indústria musical e abriu novas possibilidades para os artistas expressarem sua arte de forma única.

 

Primeiramente, vale ressaltar o que é a virtualização musical:

Virtualização de instrumentos refere-se à criação de instrumentos musicais digitais que simulam os sons e a funcionalidade de instrumentos acústicos ou eletrônicos reais. Isso é alcançado por meio do uso de software especializado e controladores MIDI (Musical Instrument Digital Interface) para capturar e reproduzir o som dos instrumentos reais. Esses instrumentos virtuais podem ser tocados por meio de teclados MIDI, pads, controladores de guitarra ou até mesmo por meio de interfaces táteis em dispositivos eletrônicos, como tablets e smartphones.

Exemplo de MIDI

Essa virtualização de instrumentos oferece uma pluralidade de opções e flexibilidade aos músicos. Eles podem acessar uma enorme biblioteca de instrumentos virtuais, que vão desde os clássicos, como pianos e violinos, até instrumentos eletrônicos modernos como sintetizadores e graves distorcidos. Além disso, os músicos podem experimentar combinações únicas de sons, criar camadas de instrumentos e até mesmo alterar os parâmetros dos sons virtuais para atender às suas necessidades criativas.

 

Onde a tecnologia é utilizada na música:

Além da virtualização de instrumentos, a tecnologia também teve um impacto significativo no processo de produção musical como um todo. Os avanços na gravação digital e software de produção, como estações de trabalho de áudio digital (DAWs), permitem que músicos gravem, editem, mixem e masterizem suas músicas de maneira mais eficiente e conveniente. Efeitos de áudio, como reverb, delay e equalização, podem ser aplicados de forma precisa e flexível. Os artistas também podem experimentar com técnicas de produção avançadas, como a síntese de frequência, manipulação de amostras e automatização de parâmetros.

A virtualização de instrumentos musicais tem sido amplamente adotada por músicos de diferentes gêneros e tamanhos, desde artistas independentes até grandes nomes do rock. Um exemplo notável dessa tendência é a utilização de baterias virtuais. Na gravação musical, a captação da bateria sempre foi um desafio devido à necessidade de microfones de alta qualidade. Para contornar essa questão, as baterias virtuais surgiram como uma solução desde os anos 80, oferecendo sons programados que reproduzem com perfeição o timbre e a sensação de uma bateria real.

Ao optar por baterias virtuais, os músicos podem desfrutar de uma série de benefícios. Em primeiro lugar, a qualidade do som é extremamente precisa, com amostras de alta fidelidade que podem ser ajustadas e mixadas de acordo com as preferências do músico. Além disso, as baterias virtuais permitem uma flexibilidade excepcional, pois oferecem uma ampla gama de opções de kit de bateria, permitindo que os músicos escolham entre diferentes tambores, pratos e configurações, e até mesmo personalizem a sonoridade para se adequarem às suas composições específicas. Um exemplo de grupo musical que utiliza bateria e outros instrumentos virtuais é o Polyphia, caso que estudaremos a seguir.

Além disso, a tecnologia digital revolucionou a distribuição musical. Plataformas de streaming, como Spotify e Youtube Music, permitem que os artistas alcancem um público global sem depender de contratos com gravadoras. As redes sociais e sites de compartilhamento de música oferecem canais diretos de promoção e divulgação para artistas emergentes, permitindo que eles construam uma base de fãs semelhante a uma gravadora.

 

Polyphia: Tecnologia musical e virtuosismo: 

Um exemplo notável de como a criação musical e os plugins se complementam perfeitamente é a banda americana Polyphia. A banda tem como proposta misturar virtuosamente diversos gêneros, como metal e trap, em músicas instrumentais. Uma característica marcante é o uso de diferentes efeitos de distorção nas duas guitarras principais, assim como nos outros instrumentos secundários que compõem suas músicas.

O guitarrista e líder da banda, Tim Henson, frequentemente descreve em seu canal no YouTube o processo de criação de suas músicas usando instrumentos virtuais. Ele também compartilha em primeira mão o uso de plugins digitais de distorção personalizados, tanto para músicas da banda como para suas próprias composições. No vídeo https://www.youtube.com/watch?v=XdOYL8ClK7I, Henson demonstra o processo de criação musical usando seu plugin virtual personalizado, chamado Archetype: Tim Henson, em conjunto com o multivoicer, para criar uma distorção quase espacial para um “simples”(que de simples não tem nada) riff de guitarra.

Nesse vídeo, Henson mostra como a tecnologia possibilita a manipulação do som de maneiras criativas e únicas. Ele explora as capacidades do plugin virtual e do multivoicer para alcançar um efeito sonoro distinto que acrescenta uma dimensão interessante à sua música.

Esse exemplo ilustra como os artistas podem utilizar a tecnologia e os plugins virtuais para expandir suas opções musicais, criando sons personalizados e explorando novas possibilidades. A virtualização de instrumentos e a utilização de plugins permitem aos músicos explorar uma gama diversificada de timbres e efeitos, adicionando profundidade e singularidade às suas composições.

Em suma, a banda Polyphia e a abordagem de Tim Henson exemplificam como a combinação entre criação musical e plugins digitais pode resultar em produções musicais inovadoras e emocionantes. Através do uso de instrumentos virtuais e plugins personalizados, os artistas podem expressar sua criatividade de maneiras únicas e explorar novos territórios sonoros na música contemporânea sem perder a originalidade e ao mesmo tempo buscando inspirações em conceitos já utilizados.

 

Conclusão:

No entanto, é importante ressaltar que a virtualização de instrumentos não substitui completamente a experiência de tocar um instrumento acústico ou eletrônico tradicional. Muitos músicos ainda valorizam o contato físico com seus instrumentos e as sutilezas e nuances que só podem ser alcançadas através deles. A virtualização é apenas mais uma ferramenta à disposição dos artistas, oferecendo novas opções criativas, mas não substituindo completamente os métodos tradicionais de produção musical.

Em resumo, a influência da tecnologia na produção e criação musical tem sido significativa, e a virtualização de instrumentos é um exemplo desse impacto. Através dessa abordagem, os artistas têm acesso a uma ampla gama de opções sonoras, portabilidade, flexibilidade e integração com softwares de produção, permitindo-lhes explorar novas possibilidades musicais e expandir suas habilidades, permitindo assim que essa arte tão imensa que é a música ganhe cada vez mais diferencial em um mundo dominado por tecnologias.

 

Autor: Felipe Colpo

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