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Relatos de Extensão 2023: Filosofia na Educação Popular



Número: 059314

Nome do projeto: Filosofia na Educação Popular

Coordenação: Mitieli Seixas da Silva

Objetivo geral: Contribuir para que pessoas das classes populares de Santa Maria e região tenham oportunidade de frequentar aulas de Filosofia gratuitas, preparatórias para os exames de ingresso ao Ensino Superior e em sinergia com a proposta da Educação Popular.

Linhas de Extensão: Jovens e adultos

Período de Realização: 01/02/2023 a 28/02/2026

ODS: 04, 10

O projeto de extensão faz parte do programa Pré-Universitário Popular Alternativa (PUPA), que oferece um serviço gratuito de aulas preparatórias para a comunidade. São em torno de 200 vagas ofertadas anualmente, e as atividades ocorrem no prédio da Antiga Reitoria de segunda à sexta-feira no turno da noite, e aos sábados à tarde.

O projeto é coordenado pela docente do Departamento de Filosofia, Mitieli Seixas da Silva, e por meio dele os discentes e bolsistas preparam o material didático, ministram aulas e aulões e realizam atividades variadas. Em 2020 e 2021 os participantes produziram o podcast Alternativa Filosófica, com seis episódios e disponível no Spotify.

Para saber mais sobre o projeto, entrevistamos a coordenadora Mitieli Seixas da Silva:

 

Como o projeto surgiu e quais as ações realizadas?

O Filosofia na Educação Popular é um desdobramento de projetos que já foram realizados, no âmbito de experiências de Filosofia no Pré-Universitário Popular Alternativa. Desde 2013, temos o núcleo da Filosofia no Alternativa, que é um pré-universitário popular. É um projeto que já vem acontecendo há 10 anos. Em um ano fizemos podcasts, em outro fizemos videoaulas. A apostila é revisada todos os anos, sempre tem coisas novas sendo adicionadas. Teve uma revisão da apostila onde foram incluídas, por exemplo, mulheres filósofas, que era uma coisa que não tinha, além de uma discussão sobre gênero, discussões mais atuais porque a apostila andava um pouco desatualizada. Todos os anos temos um desafio novo para enfrentar, mas o ‘feijão com arroz’ do projeto é assumir os encargos didáticos e trabalhar essas turmas do Alternativa, dando a possibilidade de um ensino de Filosofia de qualidade para que esses estudantes possam passar no ENEM, e agora no vestibular da UFSM. 

 

Quais as ações realizadas pelo projeto no ano de 2023?

Esse ano estamos bem focados na revisão da apostila, e o grupo teve uma renovação em que alguns participantes saíram, outros voltaram. O primeiro semestre é sempre mais de ajuste, e o segundo semestre é onde as coisas mais inovadoras acontecem. Temos a disposição, por exemplo, de continuar com o podcast, que foi uma coisa que funcionou muito bem e os episódios ficaram muito bem feitos. Outra coisa que os discentes também fazem é planejar cineclubes, onde se exibe um filme para estimular alguma discussão filosófica, algo que foi trabalhado em aula. 

 

Qual é o público atendido pelo projeto?

O projeto Alternativa atende uma ampla gama de pessoas em situações vulnerabilidade social, desde alunos que estão cursando o terceiro ano, jovens que estão em vulnerabilidade social por alguma questão econômica, étnica ou racial, de 17, 18 anos, até pessoas de 60, 70 anos que estão há 20 anos sem estudar, pessoas já aposentadas que nunca trabalharam ou que querem buscar uma profissão. Isso é um desafio para os discentes, inclusive porque, uma coisa é preparar uma aula de Filosofia pensando num público de ensino médio, que é um público razoavelmente homogêneo e que tem a mesma realidade social. E outra coisa é preparar pensando num público variado que pode ter 18, 30, 60 anos, então é algo bem desafiador para os participantes que fazem o planejamento didático.

 

Quais as atividades realizadas pelos discentes que participam do projeto?

É um grupo formado por discentes e egressos aqui da UFSM, dos cursos de Filosofia, que ficam responsáveis pelas aulas de Filosofia no Pré-Universitário Popular Alternativa. Esses discentes, recém-graduados, de doutorado, ou de graduação, vão se dividir em pequenos grupos. Cada um vai ficar responsável por uma turma, e eles vão preparar as atividades didáticas, e o planejamento semestral das aulas a serem oferecidas para esses estudantes que estão matriculados no Alternativa. O trabalho dos participantes do grupo é preparar as aulas, preparar o material didático, revisar apostila, ministrar aulas e aulões, e demais atividades que acontecem durante o ano.

 

Qual a contribuição do projeto para a formação acadêmica dos discentes da UFSM?

É essencial, porque, por exemplo, na Filosofia nós temos dois cursos, o de Licenciatura e o de Bacharelado. Os discentes da Licenciatura vão fazer estágio em escolas, e ter a oportunidade de trabalhar com professores da Educação Básica. Já o Bacharelado tem uma formação voltada mais para pesquisa e para pós-graduação. Temos muitos discentes do Bacharelado, do mestrado, doutorado, que buscam justamente uma experiência docente, e que vão encontrar essa oportunidade através do Alternativa. É uma experiência realmente única, que eles não teriam nas oportunidades de estágio que o curso oferece regularmente, e para a formação enquanto futuros docentes é um projeto essencial, que acrescenta muito nessa visão de mundo, de realidade social da nossa região, das condições dos alunos que vêm prestar o vestibular e o Enem para UFSM. É realmente algo que vai contribuir para a formação deles enquanto docentes e também enquanto profissionais da Educação em geral.

 

Qual a importância do projeto para a comunidade de Santa Maria?

Tenho discentes na Filosofia que foram participantes no Alternativa, e que se não fosse essa oportunidade de fazer esse pré-universitário, talvez não tivessem conseguido entrar na Universidade. É muito gratificante pensar que aquele trabalho que os nossos discentes estão fazendo junto à comunidade está dando perspectivas profissionais para essas pessoas. Porque elas vão fazer o vestibular e vão entrar nos cursos da UFSM, e vão ter a partir daí a oportunidade de uma mudança de vida que talvez elas não tivessem se não pudessem acessar esse espaço. A importância para a comunidade é imensa, pensa nessas 200 pessoas que entram todos os anos e que vão passar por essa formação, depois vão fazer o Enem, o vestibular, e vão ingressar nos cursos da Instituição e de outras universidades também, e isso é a possibilidade de mobilidade social através da Educação. É essencial esse trabalho e é muito importante que ele continue sendo fomentado pela UFSM para que ele continue existindo. 

Texto por: Giulia Maffi

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