Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, dirijo esta mensagem a todas as mulheres que fazem parte do Centro de Ciências Sociais e Humanas da UFSM. Este, que é um espaço de conhecimento, transformação e resistência. Mais do que uma data comemorativa, este é um momento para lembrarmos de nossas lutas, conquistas e, sobretudo, dos desafios que ainda enfrentamos diante do preconceito e da misoginia.
Ser mulher, estudante, servidora pública, docente, pesquisadora, extensionista e/ou gestora, significa lidar com jornadas múltiplas e exaustivas. Muitas de nós também somos mães, conciliando trabalho e estudos com os cuidados da casa, dos filhos, de familiares idosos ou de quem precisa de nós. E, nesse cenário, ainda enfrentamos o peso de uma sociedade que nos delega, quase sempre, a responsabilidade pelo cuidado e pelo afeto, sem uma divisão justa das tarefas e da carga emocional.
Sabemos que a equidade ainda está longe de ser realidade. A desigualdade de gênero se reflete na sobrecarga invisível, nas dificuldades de ascensão profissional, na violência estrutural e na necessidade constante de provarmos nosso valor. Mesmo no serviço público, onde há isonomia salarial, os homens ainda ocupam a maioria dos cargos comissionados. Apesar disso, seguimos resistindo, ocupando espaços, apoiando umas às outras e construindo redes de solidariedade.
A propósito, ser mulher também significa estar à frente de processos sociais desafiadores, como o exercício da gestão. Como diretora deste Centro, que por 40 anos não teve uma mulher à frente, não posso ignorar a importância da nossa presença na política e nos espaços de decisão. Muitas mulheres antes de nós lutaram para que tivéssemos voz, para que pudéssemos votar e ser votadas. Hoje, ainda somos minoria nos espaços de poder, mas nossa presença é essencial para garantir que políticas públicas considerem nossas realidades e desafios. A representatividade importa, e precisamos continuar ocupando os lugares que nos pertencem.
Que este 8 de março nos lembre do caminho que já percorremos e da força que temos para transformar o que ainda precisa mudar. Que possamos compartilhar nossas dores e conquistas, dividir fardos e multiplicar esperanças. E, acima de tudo, que nos recordemos de que ser forte não significa estar sempre inteira. Reconhecer nossas vulnerabilidades também é um ato de coragem.
Seguimos juntas!
Sheila Kocourek
Diretora do Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Santa Maria