Chapa 2, composta por Martha Adaime e Tiago Marchesan, venceu a consulta para a nova gestão da Reitoria da UFSM, obtendo 57,73% do total dos votos válidos. Em seus 64 anos de história, a universidade nunca esteve ao comando de uma mulher.
Na última quarta-feira (25), a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) escolheu, em consulta interna, a primeira mulher Reitora da instituição. A chapa composta por Martha Adaime, como Reitora, e Tiago Marchesan, como Vice-reitor, venceu a votação para a nova gestão da Reitoria da UFSM, para o período de 2026 a 2029. Em seus 64 anos de história, a universidade nunca esteve ao comando de uma mulher.

Estiveram concorrendo à Reitoria da instituição a Chapa 1, de Felipe Müller e Alessandro Dal’Col, que obteve 6.727 votos (representando 42,27% do total de votos válidos) e a Chapa 2, de Martha e Tiago, que recebeu 9.189 votos (correspondendo a 57,73% do total de votos válidos). A chapa de Martha e Tiago foi a mais votada entre docentes e técnico-administrativos(as) em educação (TAEs) da universidade.
Atualmente, Martha é Vice-reitora e Professora Titular da UFSM. Com Graduação em Química Industrial pela UFSM e Doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Martha ingressou na Universidade em 1989. Desde 2002, atua na gestão da UFSM, ocupando cargos de Diretora, Pró-reitora, Chefe de Gabinete do Reitor e, no presente, como Vice-reitora.
Inserção e desafios das mulheres nos diferentes espaços
A Vice-reitora destaca a importância da inserção das mulheres nos diversos espaços, principalmente na universidade: “Ser a primeira mulher Reitora nos 64 anos da UFSM é um marco histórico e é, no mínimo, uma reflexão para toda a comunidade universitária. Nossa instituição era a única do Rio Grande do Sul que ainda não havia escolhido uma mulher para a administração maior. Hoje, nossa universidade entende a importância de dividir os espaços com as mulheres”.
Em 2014, 27% dos cargos de direção da UFSM eram ocupados por mulheres. Atualmente, essa porcentagem já corresponde a 48%, enfatizando que a valorização das mulheres na alta gestão é uma mudança que vem acontecendo ao longo do tempo. Segundo Martha, no que se refere à valorização das mulheres docentes, técnicas-administrativas em educação (TAEs) e discentes, a UFSM já avançou nos concursos públicos docentes, mas ainda precisa avançar na extensão, pensar nos concursos para TAEs, entre outros. “Essa mudança vem acontecendo lentamente e esses espaços vêm sendo ocupados, contribuindo para uma conscientização maior de toda a comunidade. Então, esse resultado não vem sozinho. Ele vem de uma consciência e de um apoio da comunidade, em um entendimento de que essas mudanças podem e devem acontecer”, destaca a Vice-reitora.
Martha ainda comenta sobre a Política de Igualdade de Gênero da UFSM, e explica que “foi uma política muito difícil de ser construída, o que mostra que essa temática não é um assunto fácil para a nossa comunidade. Até hoje, a implementação dela ainda tem dificuldades. Ela está precisando ser revista, e isso certamente acontecerá. Nós temos uma Comissão Institucional de Políticas de Igualdade de Gênero bastante atuante, mas existem pontos que precisam ser revistos e ações que necessitam do apoio da administração central. E terá, assim como vem tendo, muito apoio.”
Texto: Aline Eduarda Iora, bolsista da Assessoria de Comunicação da UFSM/FW
Revisão: Gracieli Fernandes, Divisão de Divulgação Institucional da UFSM/FW