Os imigrantes em contexto escolar brasileiro foram o foco da 8a edição do “Diálogos Formativos”, encontro online promovido pelo projeto “Discursos de/sobre Acolhimento: Saber-Poder, Refúgio e Alteridade” (DiAsPoRa). Sob mediação da professora Angela Derlise Stube, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) em Chapecó, o debate se concentrou em pesquisas sobre estudantes em Pernambuco (PE) e Santa Catarina (SC).
As professoras Fabiele Stockmans de Nardi Sottili e Camila da Silva Lucena, da Universidade Federal de Pernambuco, apresentaram um trabalho que observou alunos venezuelanos entre 4 e 12 anos, numa escola pública de Igarassu, Recife. Fabiele destacou que a pesquisa sempre procurou compreender as necessidades para a construção de um ambiente mais acolhedor aos imigrantes ao invés de julgar os profissionais envolvidos.
Diante disso, Camila observou a presença de um discurso sobre os venezuelanos que se mescla nas ideias de acolhimento solidário e integração no direito constitucional. Porém, segundo a doutora em Letras, a necessidade de integração acaba impondo a língua portuguesa aos imigrantes, o que silencia o espanhol e os distancia dos alunos brasileiros. Por outro lado, a curiosidade das crianças ajuda a quebrar essas barreiras e a promover um acolhimento.
Já Grazielli Alves Almeida Canalle e Natal Canalle Junior, mestres em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal da Fronteira Sul em Chapecó, falaram sobre o imigrante na Educação Básica da Rede Estadual de SC. Na pesquisa, eles ressaltaram modos em que o estado regula os estudantes por meio de normas no sistema educacional.
Texto: Jônathas Grunheidt Vilela Ordine, bolsista da Agência Íntegra.