Parecia um sábado comum, período de recesso/férias na UFSM, com muito sol e um calor agradável, o céu estava especialmente azul… os ipês plenos de flores, as laranjeiras perfumando o ar com suas florzinhas miúdas, os cinamomos brotando com todo o vigor, tudo anunciando a renovação… mas não seria um dia comum. Foi no dia 22 de julho de 2017 que a Adri (Adriane Gulart) partiu rumo à imensidão daquele céu… Ainda podemos ouvir seu riso solto, sua tagarelice de menina que tem mil sonhos a realizar… assim era a Adri no Laboratório Corpus, nas aulas, nas reuniões do PET Letras, nos projetos desenvolvidos no Colégio Pão dos Pobres e na Turma do Ique. Talvez seu maior sonho profissional ela tenha desempenhado ali, no meio da criançada, onde era chamada de “profe”. Ela amava ser a Profe! Foi aluna, foi professora, apresentou trabalhos pelo Brasil afora, foi palhaça, foi oradora que representou o grupo, foi brava, foi brincalhona… foi agitação! Mas aos poucos foi perdendo as forças, participando menos das atividades do Grupo e passou a direcionar seu espírito de luta e sua coragem para superar a doença! Foi um ano de bravura! Não foi fácil para ninguém! Para mim, especialmente, da ordem do inacreditável. Eu tinha uma certeza da cura… nem sei de onde vinha essa certeza, talvez de todas as experiências vividas com a Adri no interior do Grupo, afinal: ela sempre dava um jeito! Talvez o jeito, desta vez, fosse voar, livre de tudo… A cada partida vai um pouco da gente… mas fica o exemplo de luta, a lembrança, os aprendizados compartilhados… Adri, hoje tuas gargalhadas ecoam em cada um de nós, confortam nossos corações e, certamente, marcam presença onde quer que estejas…
Texto: Verli Petri