Ir para o conteúdo Revista Arco Ir para o menu Revista Arco Ir para a busca no site Revista Arco Ir para o rodapé Revista Arco
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

A arte de fazer sorrir

Com a Turma do Ique, a vida de quem tem câncer infantil se torna um pouco menos difícil. Além de parte do tratamento contra a doença, o projeto oferece dias mais coloridos a essas crianças



“Ao entrar aqui, nós queríamos que as crianças experimentassem a mesma sensação de entrar no circo”. Coordenador do projeto de extensão Turma do Ique, o médico cancerologista Waldir Pereira define dessa maneira a ideia do centro de convivência que atende crianças e adolescentes que chegam até o Hospital Universitário de Santa Maria, o HUSM, e recebem o difícil diagnóstico de câncer infantil.

Foi diante das dificuldades enfrentadas por essas crianças e suas famílias que a farmacêutica Íria Farias e outros funcionários do Serviço de Hematologia-Oncologia do HUSM fundaram a Turma do Ique, em 1986. Segundo Waldir, a intenção era criar um ambiente de alegria, proporcionando atividades lúdicas às crianças em tratamento.

A Turma do Ique funcionou em diferentes locais do HUSM até dezembro de 2007, quando ganhou um centro de convivência no Campus da UFSM. As internações e o tratamento quimioterápico são feitos no Centro de Tratamento da Criança e do Adolescente com Câncer (CTCriaC), localizado no HUSM. Já na Turma do Ique, além das consultas de acompanhamento de evolução do tratamento, as crianças e suas famílias participam gratuitamente de atividades assistenciais, lúdicas e educacionais.

Além dos médicos, enfermeiros e funcionários, a Turma do Ique conta com uma ajuda sem a qual o circo não se manteria em pé: os voluntários. Noemi Kozorski Neves, farmacêutica aposentada, desde 2008 ajuda nas mais diversas atividades do projeto. Ela é uma das responsáveis por reativar a Biblioteca do Ique. “Eu estou aqui por eles, mas isso me faz um bem enorme”, conta a voluntária, enquanto recorta gravuras para as crianças pintarem. Além de Noemi, em torno de 65 pessoas compõem o quadro de voluntários.

Antes ou depois das consultas médicas, as crianças têm a chance de viajar em um mundo paralelo à doença. Ao frequentar a biblioteca, repleta de livros, mesas e cadeiras para leitura, elas podem vivenciar o universo da fantasia. Ou então, ao ficarem na parte térrea, rodeadas por cores, brinquedos e escorregadores, elas têm um espaço onde a regra é apenas uma: brincar.

Rodeadas por cores, brinquedos e escorregadores, as crianças têm um espaço onde a regra é apenas uma: brincar

 Maurício Muller Brizolin, de quatro anos, é um dos pequenos que sobe e desce dos brinquedos do Ique sem parar. Em janeiro deste ano, Maurício recebeu o diagnóstico de câncer infantil e ficou 45 dias internado no HUSM. Após a internação, agora Maurício é acompanhado pela mãe, Jaqueline Muller Faria, quatro vezes por semana para as consultas na Turma do Ique. Enquanto as crianças se distraem no espaço lúdico, as mães dividem experiências sobre o período que estão atravessando. Segundo Jaqueline, o apoio das outras mães foi fundamental para ela enfrentar as dificuldades junto com o filho.

Festas de Páscoa, Dia das Crianças e Natal são mais alegres para as crianças, também, graças às doações que mantêm a Turma do Ique. São dias em que os voluntários se multiplicam, a casa fica cheia e as crianças, mais alegres. O espaço de mil e cem metros quadrados onde essas crianças lutam contra o câncer é o mesmo onde elas se divertem. É onde aprendem a ser crianças. Aprendem que, apesar da luta diária, não se pode deixar de sorrir.

Repórter: Natascha Carvalho
Fotografia: Natascha Carvalho
Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-601-1581

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes