Ir para o conteúdo Revista Arco Ir para o menu Revista Arco Ir para a busca no site Revista Arco Ir para o rodapé Revista Arco
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Energia nuclear só serve para a guerra?

Ao pensarmos em energia nuclear, nos remetemos a destruições e catástrofes. Mas será que essa é sua única aplicação?



Quando falamos em energia nuclear, é comum nos remetermos às cenas de destruição em massa, dor e sofrimento. Mas essa não é a sua única aplicação. Na verdade, o professor José Antonio Trindade, do Departamento de Física da UFSM, explica que o ramo bélico é onde a energia nuclear foi menos utilizada ao longo da história.

 

Os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, foram os únicos usos de armas nucleares em batalha até hoje. Posteriormente, com a Guerra Fria, as duas superpotências detentoras desta tecnologia buscaram intimidar seus inimigos com a realização de testes de seus arsenais. Com novos estudos e experimentos, o poder de destruição de armas nucleares se desenvolveu de maneira exponencial. A efeito de comparação, a bomba de Hiroshima era medida em quilotoneladas, ou seja: quantas milhares de toneladas de TNT (trinitrotolueno) seriam equivalentes à potência da bomba nuclear; hoje, já se fala em bombas medidas por megatoneladas, ou seja, milhões de toneladas.

 

O professor José pontua que “tudo isso, justificadamente, gera muita apreensão”, mas que existem acordos internacionais que buscam limitar ou impedir a proliferação de armas nucleares. Ademais, é necessário ressaltar que “o mal não está na tecnologia, mas no uso que se faz dela”, e para isso o professor faz uma analogia: “Uma simples faca – que para mim é um instrumento de cozinha – torna-se uma arma na mão de um assassino”. Em, complemento, o embaixador brasileiro Sérgio de Queiroz Duarte destaca que, em 2017, 122 países, inclusive o Brasil, negociaram e adotaram um tratado de proibição dessas armas, apesar da oposição dos possuidores.

 

A energia nuclear é a energia do núcleo dos átomos – as partículas mais pequenas nas quais um material pode ser dividido. No núcleo de cada átomo existem dois tipos de partículas: os nêutrons e os prótons, que se mantêm unidos. A força nuclear fraca, de curto alcance, é a variável que conserva unidas tais partículas, do mesmo modo que a força elétrica mantém unidos os átomos de uma molécula. A radioatividade – ou decaimento radioativo – é resultado de transformações sofridas pelos núcleos atômicos, em reações conhecidas como fissão e fusão. Na primeira, o núcleo é dividido em núcleos menores, enquanto na segunda, núcleos menores combinam-se para formar núcleos de átomos maiores. Tais processos podem ser acompanhados de absorção ou liberação de energia, passível de ser utilizada para fins diversos: desde a medicina, até a agricultura, por exemplo.

 

+ Descubra 11 aplicações da energia nuclear

 

Pesquisas desenvolvidas entre os séculos 19 e 20 possibilitaram grandes avanços no uso da energia nuclear, especialmente para fins pacíficos. Então, é mito! Energia nuclear não serve somente para guerra – e este, inclusive, foi o ramo que menos a utilizou até hoje.

 

Reportagem: Tainara Liesenfeld

Edição: Andressa Motter, acadêmica de Jornalismo

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-601-4160

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes