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Girine-se: site divulga conhecimento científico sobre os Girinos do Pampa

Lançado em agosto deste ano, o site reúne informações sobre caracterização morfológica, história de vida das espécies, notícias de divulgação científica e arte



Esta história começou na infância de Tiago Gomes dos Santos, que hoje é professor na Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e, na época, brincava de ser cientista ao examinar lesmas, minhocas e baratas. Não demorou muito para que o assunto ficasse sério. Ingressou no curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e começou a trabalhar com anfíbios anuros, que têm como característica a ausência de caudas, assim como sapos, rãs e pererecas. No mestrado, optou por estudar os girinos, que continuaram na história acadêmica de Tiago: “De forma muito natural, foram inseridos em projetos de meus alunos de graduação e pós-graduação nos mais variados contextos, como descrição da morfologia, ecologia térmica, toxicologia e ecologia de comunidades”, destaca.

 

A partir desse histórico, surge o site Girinos do Pampa. Um projeto pessoal criado para diminuir a escassez de informações sobre as diferentes espécies de girinos, além de resumir e organizar o trabalho de inúmeros pesquisadores. Como o nome sugere, o site reúne conhecimento científico sobre dois elementos: os girinos e o pampa. Os primeiros são a fase larval dos anfíbios anuros, organismos presentes em inúmeras investigações científicas, como as taxonômicas, evolutivas, ecológicas, ou toxicológicas. Segundo Tiago, a escolha por destacá-los se dá pela falta de informações que ajudem na correta separação das espécies de uma determinada região. “O Pampa é o espaço geográfico em que vivo e tenho concentrado grande parte da minha pesquisa científica nos últimos anos e que, infelizmente, tem sido negligenciado de diversas maneiras, tanto pela falta de estudos quanto pelo baixo número de Unidades de Conservação ou pela falta de valorização pela população”, completa.

 

Descrição da imagem: Colagem horizontal e colorida de nove fotos de girinos em diferentes fases. Elas formam um xadrez com o fundo de cada imagem, que se intercala entre preto e branco.

Lançado durante a V Semana Salvem os Sapos, o site Girinos do Pampa tem como objetivo diminuir tal escassez, e traz não apenas informações sobre a identificação e classificação dos girinos, mas também dados sobre o bioma, no que diz respeito à origem, ao clima, à vegetação e às ameaças vigentes, como a agricultura extensiva e espécies exóticas invasoras.

Espaço em que arte e ciência se encontram

A iniciativa reúne a história de vida das espécies, notícias de divulgação científica e arte. A atividade artística acompanha Tiago desde a infância; assim, o site é usado também para compartilhar seus desenhos e pinturas. Na graduação, ele percebeu a conexão entre ilustrações e ciência. Para o professor, caracterizar os girinos por meio do desenho pode mostrar um detalhe que não ganha o destaque adequado em uma fotografia, ou trazer uma informação pouco disponível na literatura, sobre padrões de cores ou manchas observados em girinos vivos. “Fico fascinado com esse mundinho que nos passa despercebido, e encontrei assim uma forma de compartilhar com as pessoas o que vejo na lupa”, revela.

 

Além disso, o referencial teórico disponível no site é composto por artigos científicos, livros e plataformas digitais, com base em trabalhos anteriores produzidos por diversos pesquisadores. A iniciativa, além de contribuir com a divulgação científica e com o andamento de estudos na graduação e pós-graduação, busca atrair diferentes públicos que tenham curiosidade pela temática. “Entendo que esse é um canal promissor que pode facilitar a compreensão do assunto. Tenho recebido muitos retornos positivos e isso é bastante gratificante”, conta Tiago.

 

A plataforma está em constante construção e o foco, no momento, é a organização e a inserção de outras famílias de anfíbios, como Bufonidae e Leptodactylidae, ainda não disponíveis no site. A partir da adição de outras espécies, o objetivo é elaborar uma “chave de identificação de espécies”, ferramenta de comparação para auxiliar na correta identificação delas. O site tem apoio da ilustradora digital Bruna Borges, da Arila Studio, e do desenvolvedor web João Victor, da Urso Tech. O resultado dessa parceria e da iniciativa do menino que brincava de ser cientista é a difusão e a organização do conhecimento de forma acessível para diferentes públicos.

Fases de Desenvolvimento dos Anfíbios Anuros

  1. Embrião

Fase inicial, que inicia com a fertilização, inclui o desenvolvimento dos primeiros tecidos e órgãos, e finda com o aparecimento do que serão os órgãos respiratórios (brânquias).

  1. Filhote

Fase curta em que ocorre o aumento da cauda e o desenvolvimento de estruturas para a respiração.

  1. Girino

Fase em que os animais apresentam grande movimentação e alimentação. Nesse período, surgem as pernas (já externas ao corpo) e braços (visíveis apenas por transparência do corpo).

  1. Metamorfo

Fase final do desenvolvimento larval. Nesse período os braços rompem a pele do corpo, a boca se desenvolve e a cauda degenera (é absorvida). 

 

Representação das fases comuns do desenvolvimento larval em anuros no Pampa: A) embrião (Elachistocleis bicolor), B) filhote (Limnomedusa macroglossa), C) girino (Dendropsophus minutus), e D) imago ou metamorfo (Boana pulchella).

Expediente

 

Reportagem: Thais Immig, acadêmica de Jornalismo e voluntária;

 

Design gráfico: Cristielle Luise e Luiz Figueiró, acadêmicos de Desenho Industrial e bolsistas;

 

Mídia social: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Nathália Brum, acadêmica de Jornalismo e estagiária; e Gabriel Escobar, acadêmico de Jornalismo e bolsista;

 

Edição de Produção: Samara Wobeto, acadêmica de Jornalismo e bolsista;


Edição geral: Luciane Treulieb e Mariana Henriques, jornalistas.

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