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Inovação no cultivo de morangos

Tecnologia patenteada pela UFSM possibilita produção de mudas de morango com torrão



Em 2006, o grupo de pesquisa liderado pelo professor Dilson Bisognin, do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fez uma constatação: a cadeia produtiva de morangos no Brasil dependia  e mudas importadas, principalmente de países como Argentina e Chile. Tais mudas, segundo o docente,  presentam uma série de problemas: são de raiz nua (sem terra), pois são manipuladas, lavadas e congeladas e precisam viajar vários dias até chegar ao destino. Além disso, nem sempre estão disponíveis na época mais adequada de plantio.

Dilson é especializado em genética e melhoramento de plantas e viu a oportunidade de desenvolver formas inovadoras para qualificar a produção de morango no Brasil. Surgiu, então, a tecnologia de produção de mudas de morango com torrão: “É uma tecnologia totalmente diferenciada. Se você importar uma muda, não sabe como foi a produção dela. Nós oferecemos uma rastreabilidade muito confiável do processo. Você tem a origem garantida”, ressalta o docente. O agrônomo Marino Lovato explica que as mudas chegam ao produtor com o torrão (terra) e a raiz e, por isso, sofrem menos impacto e estresse do que as mudas importadas, pois a terra aumenta a uniformidade do cultivo e facilita a aplicação das práticas de manejo. Além disso, a muda com torrão não demanda processo intermediário aos agricultores: pode ser plantada assim que é adquirida.

 

Como as mudas são produzidas?

  1. Definição das cultivares: Albion e PRA Estiva
  2. Produção da planta matriz em laboratório e aclimatização em casa de vegetação
  3. Estabelecimento dos jardins clonais em casa de vegetação Coleta precoce da ponta de estolão (propágulo) e enraizamento em ambiente controlado*
  4. Aclimatização e rustificação das mudas em ambientes apropriados Mudas com torrão e prontas para o plantio são distribuídas para os produtores/clientes

*A tecnologia da patente está nesse ponto do processo. Vantagens: possibilita maior taxa de multiplicação, elimina os riscos de contaminação das raízes das plantas por patógenos de solo e facilita o manejo, dispensando o uso de produtos químicos.

Inovação ➔ Patente ➔ Empresa

A tecnologia, que começou a ser delineada em 2006, foi depositada em 2011 e teve sua patente concedida em 2019: “Usando a linguagem de industrial, essa é uma patente disruptiva, ou seja, nós demos um enorme salto tecnológico em relação ao que existia na época em termos de propagação de morango”, afirma Dilson. Em abril de 2020, foi criada a empresa QP Mudas, com o objetivo de colocar no mercado a tecnologia da produção de mudas com torrão. A QP Mudas foi a primeira empresa incubada na UFSM a explorar tecnologia patenteada desenvolvida na própria Universidade.

QP vem de Qualidade e Produtividade, pois, como explica o professor, a produtividade depende da qualidade da muda: “O sistema desenvolvido para a utilização da patente licenciada pela Universidade vai proporcionar uma muda de altíssima qualidade. Isso vai dar uma possibilidade maior de produtividade de frutos de excelente qualidade”. Márcia Dumke, que trabalha na área há 18 anos, é um exemplo de produtora de morangos que passou a adquirir as mudas da QP devido à qualidade

e procedência: “Comprei as mudas da empresa por terem à pronta-entrega, poder plantar na época certa e também por serem produtivas. Como elas vêm enraizadas, posso começar a adubar a
planta mais cedo, o que dá uma melhor produção“, relata a cliente.

Marino Lovato é o responsável técnico pela produção das mudas da QP e conta que, do primeiro para o segundo ano da empresa, a produção e a comercialização aumentaram quatro vezes. Ele ambiciona, nos próximos dois anos, chegar a quinhentas mil mudas comercializadas. O alcance proporcionado pelo comércio online surpreendeu: “Os principais clientes da empresa são produtores de outros estados, como Paraná, São Paulo e Santa Catarina”, comemora o agrônomo.

Reportagem: Karoline Silveira Rosa
Ilustração e diagramação: Cristielle Luise
Diagramação matéria no site: Daniel Michelon De Carli

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