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A paixão pelo teatro




Kamila Baidek – kamila_baidek@hotmail.com
Marlon Dias – marlon_smdias@gmail.com

Nosso primeiro contato com a companhia Teatro Por Que Não? foi numa noite chuvosa de junho. Acomodamo-nos em nossas poltronas no Theatro Treze de Maio, próximas ao palco, para assistir ao espetáculo de um grupo argentino. Logo fomos avisados de que o espetáculo daquela noite seria outro. O grupo dos hermanos fora vítima de ladrões no aeroporto de Buenos Aires, o que impossibilitou sua vinda ao Brasil. Para substituí-los, um grupo de teatro independente da cidade fora chamado com urgência. Fim de Partida seria a peça encenada. Tínhamos poucas informações. Sabíamos apenas que era uma peça dramática, inspirada num texto escrito por Beckett. Abriram-se as cortinas. No palco, um homem sentado na cadeira de rodas resmungava com seu criado manco, que, vez por outra, monitorava pela janela o inferno que imaginava ser o mundo lá fora. Ao fundo, dois anciãos mutilados encontravam-se dentro de latões à espera da morte. E durante uma hora e meia a magia do teatro tomou conta daquele ambiente sombrio, com diálogos intensos e reflexões de vida.

Dois meses depois, surge a oportunidade de escrevermos sobre teatro para a Revista .txt. Não pensamos duas vezes e fomos atrás daquele grupo teatral, formado por jovens estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, que tanto nos emocionou naquela noite. Ainda perdidos pelos corredores do Centro de Artes e Letras, procurávamos pessoas que pudessem dar informações sobre o grupo, quando encontramos André Galarça, integrante do Teatro Por Que Não?. André em nada lembrava o velho resmungão que interpreta em Fim de Partida. Numa rápida conversa, o jovem nos convida para acompanharmos a preparação dos atores na peça que apresentariam na noite seguinte em um bar da cidade.

No começo, a sensação foi de estranhamento. Apresentar uma peça teatral num bar, um espaço pequeno e sem camarins? No entanto, o grupo surpreendeu mais uma vez. Não havia lugar mais adequado para encenar O Abajur Lilás do que aquele bar. As prostitutas, o cafetão e seu capanga – personagens da peça – misturavam-se ao público e interagiam com as pessoas presentes. Pouco tempo foi necessário para já nos sentirmos imersos naquele ambiente de violência e opressão apresentada pela peça. Ao fim do espetáculo, lágrimas escorriam pelo rosto das pessoas e por vários minutos puderam-se ouvir as palmas da plateia. Quando vimos as pessoas chorando, emocionadas, lembramos daquela noite de junho, na qual choramos com Fim de Partida. Foi naquele momento que entendemos o porquê de fazer teatro, o motivo que fazia aqueles jovens dedicarem tantas horas de seus dias aos ensaios e estudos. Entendemos também o motivo que nos levou a fazer aquela reportagem. O motivo que nos unia era um só: a paixão pelo teatro. E é sobre essa paixão pelas artes cênicas que os integrantes do Teatro Por Que Não? falam no vídeo produzido pela equipe da Revista .txt:

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