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Educação Física no Vestibular



Luiz Valério Seles – luiz.seles@gmail.com
Gabriel Eduardo Bortulini – gabrielbortulini@holtmail.com

A inclusão de novas disciplinas no vestibular tem mudado a cara do processo seletivo da Universidade Federal de Santa Maria. A iniciativa tem gerado uma mudança no perfil dos alunos da UFSM e de universidades que também aderem à inclusão de novas disciplinas. É o caso da Universidade Federal de Uberlândia que, como a UFSM, implementou questões de Filosofia no seu vestibular. Segundo a administração superior da UFU, a inclusão da Filosofia como conteúdo a ser estudado pelo candidato ao curso superior teve um impacto positivo nas outras provas do processo seletivo.

O debate, hoje, gira em torno da inclusão da Educação Física no processo seletivo da UFSM. A forma como a matéria é tratada e ensinada nas escolas faz com que surjam questionamentos sobre qual será a abordagem tomada pela Copervers (Comissão Permanente do Vestibular) para a escolha e a produção dessas questões.

O vice-diretor do Centro de Educação Física e Desportos da UFSM (CEFD), Rosalvo Luis Sawitzki, nos fala das áreas que ele acredita que podem ser cobradas no vestibular.

O professor Rosalvo também afirma que os professores e as escolas se sentirão obrigados a mudar a forma como a Educação Física é abordada em aula. Tradicionalmente tomada como uma matéria prática, os professores das escolas terão de se adaptar a essa mudança, pois a carga de conteúdos teóricos a serem trabalhados aumentará, como ele comenta.

Uma das primeiras universidades a incluir questões de Educação Física em seu vestibular foi a Universidade Estadual Paulista – UNESP. Segundo a Diretoria Acadêmica da Vunesp – a fundação organizadora de Concursos Públicos e Vestibulares da UNESP –, conhecimentos de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Educação Física, Arte e Informática, pertencem a uma mesma área, denominada Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Por esta razão, assim como a orientação do ensino médio no Brasil fundamenta-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os exames vestibulares da UNESP tratam a Educação Física – que faz parte desses parâmetros – como uma disciplina apta a ser abordada em questões teóricas específicas.

A .txt buscou alunos e professores para saber se eles estão preparados para a mudança no vestibular. Segundo a estudante do ensino médio do Instituto Anglicano Barão do Rio Branco de Erechim, Caroline Jioucoski, não é o caso dos estudantes: “nós – principalmente as gurias – praticamente nem temos aulas práticas e nem se fala em aulas teóricas. Tivemos apenas um trabalho durante o ano todo, que era sobre regras de futebol e basquete”.

Em contrapartida, na Escola Estadual de Ensino Médio Maria Rocha, em Santa Maria, as mudanças no ensino da disciplina já vêm ocorrendo. Segundo o professor de Educação Física Rogerson Ruiz Gonçalves, o Maria Rocha possui na proposta pedagógica da Educação Física questões como a compreensão do funcionamento do organismo humano de forma a reconhecer e modificar as atitudes corporais e a valorização da qualidade de vida. São propostas que não se limitam apenas à teoria e à prática esportiva, mas que abordam outro viés da área, passível de ser questão de vestibular. “Eu tenho aqui alunos que arrumam uma forma de não frequentar a Educação Física para poder ter outras aulas no cursinho pré-vestibular. Com a disciplina no vestibular, isso pode mudar”, afirma o professor Rogerson.

A discussão, além de obrigar escolas a mudarem a abordagem da disciplina, aponta uma deficiência no ensino brasileiro. Os estudantes – e também as escolas de ensino fundamental e médio – alimentam uma preocupação exagerada com o concurso, tornam-se aptos a prestá-lo, mas não aprendem os conteúdos específicos da disciplina. O que se espera, é que, com as modificações, o ensino se comprometa com a formação dos estudantes e não apenas se preocupe com um futuro próximo que finda no vestibular.

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