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A vida na nova Roraima



Conheça alguns personagens que têm suas vidas ligadas à Avenida Roraima, agora revitalizada.

Guilherme Gabbi – degabbi.gui@gmail.com
Jonas Migotto – migottojonas@gmail.com

A principal via de acesso para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Avenida Roraima, passou por diversas melhorias concretizadas no início do ano de 2013. Em maio, as obras de revitalização foram inauguradas para melhorar o tráfego na Avenida, que é, atualmente, de 10 mil veículos por dia. Houve a implantação de ciclovia, esgoto pluvial, reforço do pavimento, iluminação do canteiro central e arborização. Todas essas mudanças afetam não só quem vai para a Universidade todos os dias, mas também diversas pessoas que têm suas vidas atreladas à Avenida.

É o que ocorre com a proprietária do Pinus Bar, Claudete Silva, de 35 anos. O bar existe desde 2002, localiza-se no cruzamento da Roraima com a Faixa Nova de Camobi e abre todos os dias, das 17h até à 1h, exceto aos sábados. O Pinus recebe um público variado, com predominância de universitários. O lugar aconchegante possui som agradável, com destaque ao rock nacional e internacional. Claudete afirma, também, ter feito muitas amizades ao longo do tempo com os clientes, inclusive com pessoas que vêm de fora do país. Em cima da lareira do bar é possível encontrar lembranças de clientes venezuelanos, que se tornaram, posteriormente, grandes amigos de Claudete. Para a proprietária, é impressionante acompanhar o desenvolvimento dos jovens. Ela conta que os acompanha desde o momento que chegam ali, com uma turma de amigos para dividir um refrigerante até o momento que saem da Universidade.

Às quartas-feiras e aos sábados, a Avenida recebe um público novo, devido à presença da feira de produtos coloniais e hortifrutis. Neli Comoretto Zorzella, de 50 anos, é feirante há 16 anos e tem uma rotina difícil nos dias em que trabalha na Roraima. Nas quartas, Neli acorda às 4h, para às 6h dar início à feira. Já aos sábados, dia em que o movimento é maior, a feirante acorda às 3h, para que às 5h30 esteja na Avenida. Todos os produtos vendidos por Neli são produzidos em sua casa. Ela afirma já possuir uma amizade com seus clientes e diz que conhece quase todos. A maioria deles é de Camobi, mas garante que também possui compradores fiéis vindos do centro da cidade. Neli acredita que um pavilhão para os feirantes será construído, e se diz ansiosa para isso, pois o tempo de montagem da barraca para a feira é de aproximadamente uma hora.

A Pousada do Alemão existe há seis anos e pertence ao casal Ilmo e Leoci Bessauer, o “Alemão” e a “Alemoa”. Leoci, de 54 anos, conta que teve um mercado durante 35 anos, mas que isso não a deixava feliz. Atualmente, na pousada, ela diz que se sente muito bem. Sua rotina é, basicamente, fazer a limpeza do local que é frequentado por diversas pessoas, que podem ficar dias ou até meses. Estudantes estrangeiros são os que mais marcaram a memória de Leoci. Ela conta a história de um hóspede russo: “Não conseguia me comunicar com ele, mas lembro até hoje do jeito peculiar e da pessoa que ele era”. Leoci se considera uma grande mãe, pois sempre acolhe as pessoas com carinho. A dona da pousada adotou dois filhos: um menino e uma menina, que a presentearam com dois netos. Esses, adoram ficar à beira da ciclovia da Roraima para ver as pessoas que ali passam, como os skatistas que frequentam rotineiramente a Avenida.

Um desses skatistas é Tarcízio Oliveira, de 18 anos. O estudante afirma que agora a Avenida é um ótimo local para andar de skate, mas que antes era pior para praticar essa atividade, em função de só poder fazer isso à beira das faixas de Camobi. O jovem tem uma peculiaridade em relação aos demais skatistas, pois não anda sozinho e sempre leva seu companheiro, o cachorro Hulk, de seis anos. Hulk não possui nenhuma semelhança com o gigante verde dos quadrinhos e do cinema. É um pequeno cachorro da raça pintcher que adora dar voltas de skate com seu dono.

Graças à revitalização da Avenida, o skatista e seu cachorro podem dar voltas de skate. Para Neli, a feira fica mais atrativa, pois não há mais presença do esgoto a céu aberto. Esse mesmo esgoto não atrapalha mais Claudete e seus clientes. A revitalização proporciona também diversão e entretenimento para Leoci e seus netos. Ela conta que adora ir à tardinha ver a briga das curiacas, pássaro da região, pelo espaço das árvores. Assim, a Avenida Roraima se tornou um atrativo a mais para a vida das pessoas que ali trabalham, passam ou vivem. 

 

Bastidores da .txt

Percorrer a Roraima com o intuito de conhecer histórias únicas mostra a complexidade que cerca a Avenida. No dia-a-dia víamos a Roraima apenas como um caminho para a Universidade, com o pensamento centrado nas aulas e trabalhos que teríamos.

Ao fazer a matéria nos deparamos com histórias que merecem ser contadas, de pessoas que não são notadas. Uma dessas histórias é a da dona Leoci, que teve espaço em nossa matéria. Ela disse que enfrentou, há anos, uma doença grave. Graças a uma freira, chamada Silitônia,  soube que o tratamento poderia ser feito em São Paulo. A doença em questão é o lúpus, na qual a pessoa tem uma espécie de alergia a si mesma. Leoci conta que fez diversas viagens para São Paulo para realizar o tratamento em companhia de um filho.

Além dela, foi incrível ver Hulk, o cachorro que anda de skate. É curioso e ao mesmo tempo chamativo ver a euforia do ‘cusco’ ao andar de skate com seu dono, Tarcízio  que encontrou um modo de usar a avenida para o seu bem estar e de seu mascote. Hulk se recusa a subir na prancha caso seu ‘paninho de estimação’ não esteja ali, pois as ranhuras do skate incomodam suas patinhas.

Devido a essas e outras histórias, e em relação aos personagens que passam, vivem ou trabalham ali, a recente revitalização da Roraima proporciona ainda mais vida ao local.txt

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