No final de maio, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) instituiu o Grupo Técnico de Trabalho (GTT) para discutir avanços e propostas regulatórias para os chamados novos sistemas alimentares e ingredientes contemporâneos. A proposta visa unir a sociedade civil, a cadeia produtiva e o agronegócio. A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está representada no grupo pela gestora do Inovatec UFSM Parque Tecnológico Maria Daniele Dutra, e o professor pesquisador do Centro de Tecnologia de Alimentos, Juliano Barin, que atualmente coordena o projeto FoodTech FabLab.
O GTT visa formular uma proposta de política pública centrada em novos sistemas alimentares e ingredientes contemporâneos. O objetivo é promover o alinhamento entre reguladores e regulados e integrar proteínas alternativas à agenda do agronegócio. Há apenas duas universidades federais no GTT, sendo a UFSM indicada em função da sua atuação destacada no tema, além de seu projeto em conjunto com o MAPA para a implementação do FoodTech Fablab no Inovatec. “Dentro do grupo, há profissionais de diferentes setores, que vão desde associações a representantes do setor industrial. Portanto, a presença da universidade torna-se importante para agregar o viés acadêmico e científico nas discussões”, afirma o professor Juliano.
As proteínas alternativas têm o potencial de avançar significativamente no cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável (ODS), especialmente em áreas como segurança alimentar, redução das emissões de gases de efeito estufa e preservação dos recursos naturais. A UFSM, por meio do FoodTech FabLab, poderá desempenhar um papel crucial nesse processo ao desenvolver e validar novos produtos alimentares, contribuindo para uma produção mais sustentável e eficiente. A expectativa é finalizar rapidamente a infraestrutura do FabLab e intensificar as parcerias com a comunidade acadêmica, empresas, órgãos reguladores e sociedade civil.
Maria Daniele Dutra destaca que a participação da UFSM no grupo é um reconhecimento da sólida base de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Universidade, especialmente na área de ciência e tecnologia de alimentos. “Nossa atuação, por meio da pesquisa científica e de programas ligados ao processo de validação e maturação tecnológica, permite que o InovaTec UFSM Parque Tecnológico, contribua com o posicionamento do país, como referência na criação de produtos que não sejam apenas nacionalmente viáveis, mas também competitivos no mercado”, ressalta a gestora.
Para Juliano Barin, as proteínas alternativas deixaram de ser tendência e já são uma realidade, o que pode ser evidenciado pelo consumo crescente de produtos desta categoria. Apesar desse crescimento, algumas limitações ainda persistem, como a falta de matérias-primas e equipamentos produzidos no país: “o estabelecimento do grupo pode ajudar no mapeamento das possíveis carências e na recomendação de diretrizes que possam ser seguidas para superação das dificuldades neste setor”, completa.
A integração de proteínas alternativas na agenda nacional representa uma oportunidade de liderança global em soluções alimentares para um futuro sustentável. Para a UFSM, participar do comitê é contribuir para o avanço econômico, social e científico do país e posicionar o ecossistema de inovação de Santa Maria como referência em proteínas alternativas.
Texto: Jéssica Medeiros, assistente de comunicação do InovaTec UFSM Parque Tecnológico;