Em 2021 foi colhida a safra recorde de soja no Brasil com produção de 135,9 milhões de toneladas, de acordo com o levantamento da CONAB. Atualmente, o Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo. A soja, assim como outros produtos do país, é uma commodity agrícola. Mas o que são commodities e qual a importância delas? Esse termo é da língua inglesa e na sua tradução para o português significa “mercadoria”.
As commodities referem-se a produtos de matéria-prima, ou seja, são utilizados para fabricar algo. Estes são produzidos em larga escala, podem ser estocados sem perder a qualidade e possuem características uniformes, sendo assim, não se diferenciam conforme o local de origem ou produtor. Além disso, os preços das commodities são determinados pelas leis de oferta e demanda no mercado internacional. Ou seja, esse termo refere-se a produtos que são ofertados sem diferenças significativas e comercializados igualmente em diferentes continentes.
Nesse sentido, as commodities agrícolas são produtos primários e homogêneos produzidos no campo, que são submetidos a um mínimo grau de industrialização e podem ser negociados globalmente. Isso explica porque o preço das commodities agrícolas obtém variações diárias no cenário internacional. No entanto, nem tudo que se produz no campo é uma commodity, pois para que uma produção seja classificada como tal, deve ser comercializada em bolsas de valores e mercadorias de todo o mundo. Para que isso ocorra, a commodity em questão deve ser uma mercadoria de alto valor comercial e estratégico.
Como exemplo de commodity é possível citar a soja, um produto homogêneo cultivado e vendido como grão que tem alto valor no mercado internacional, por isso é estrategicamente importante para o país, sendo um dos principais grãos exportados e influenciando na economia brasileira.
Além da soja, há outras commodities agrícolas no Brasil, como milho, café, açúcar, carne bovina, suco de laranja, algodão e trigo.
A exportação de produtos primários é muito importante para alavancar a economia, principalmente de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, em que a capacidade industrial e de geração de tecnologia está muito abaixo em comparação aos países do G20. Nesse caso, as commodities acabam sendo responsáveis por garantir superávit na balança comercial.
Figura 1: Valor exportado de soja referente aos meses de janeiro a junho dos anos de 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021.
A soja é a principal commodity agrícola do Brasil e suas exportações em 2021 estão apresentando valores maiores em relação aos anos anteriores, como pode ser observado na imagem acima. De acordo com dados do COMEX STAT, portal para acesso às estatísticas de comércio exterior do Brasil, as exportações entre janeiro e maio de 2021 somam 108.638,4 milhões de dólares. Os 3 principais destinos das exportações, em ordem de importância, no período de janeiro a maio, são: China (33,95%), Estados Unidos (9,83%) e Argentina (4,41%). Nesse intervalo de tempo, o Rio Grande do Sul teve uma participação nas exportações de 6,79%.
Dentre os produtos exportados o principal foi a soja, representando 19% do valor total, além disso, o café não torrado representou 2,1% e o algodão em bruto 2,1%, sendo as três commodities agrícolas mais exportadas nos primeiros 5 meses de 2021. Entre as exportações classificadas como indústria e transformação, ressalta-se a de açúcares e melaços (3%), farelo de soja e outros alimentos para animais (2,8%), celulose (2,4%), carne bovina (2,6%) e carne de aves (2,4%) segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Diante desses dados, observa-se a importância e a participação dos produtos agropecuários nas exportações brasileiras e também na dependência da demanda internacional para a comercialização dessas commodities.
Autora:
Arícia Ritter Corrêa, acadêmica do 5º semestre de Agronomia e bolsista PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria
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