Uma das causas de perdas de produtividade para a produção vegetal é a incidência de pragas, o que pode acarretar em perdas econômicas variáveis de acordo com o nível da infestação da lavoura. Praticas agrícolas e tecnologias foram e são desenvolvidas para mitigar essas perdas, uma delas foi a inserção de genes provenientes da bactéria denominada Bacillus thuringiensis em plantas, fazendo com que as mesmas sejam capazes de produzir uma proteína-inseticida que causa a morte de insetos quando ingerida, essa tecnologia ficou conhecida como plantas com tecnologia Bt ou somente plantas Bt.
Entretanto, há um problema diagnosticado no uso dessa tecnologia, que é a não utilização de áreas de refúgio por alguns produtores. Nessas áreas são cultivadas plantas que não possuem a tecnologia BT e que são recomendadas para diminuir a pressão de seleção exercida sobre os insetos. A porcentagem de área de refúgio varia de acordo com a proteína expressada e também de qual é a cultura produzida, normalmente são valores de 10% para milho e 20% para soja, cana e algodão. Recomenda-se também que não exceda 800 metros de distância entre as plantas Bt e as da área de refúgio. Quanto à disposição existem diversas maneiras, a imagem 1 abaixo demonstra alguns exemplos.
O refúgio é necessário pois existem naturalmente indivíduos que não morrem quando expostos a um determinado inseticida dentro da população de insetos, que são denominados resistentes. Normalmente são poucos indivíduos que possuem essa característica dentro da população, porém a exposição ao inseticida, durante um longo período, tende a fazer com que apenas estes sobrevivam e que quando procriados entre si, gerem insetos que possuam a característica de serem resistentes a esse determinado inseticida.
De acordo com o fenômeno descrito acima, o refúgio tem o papel de garantir que indivíduos suscetíveis, ou seja, que não são resistentes ao inseticida, se desenvolvam para possibilitar o cruzamento com os que são resistentes, já que insetos resultantes desse cruzamento, quando expostos ao inseticida, tendem a morrer.
Para encerrar, cabe salientar que para um controle eficiente e sustentável de insetos dentro das lavouras recomenda-se que durante o planejamento sejam estruturadas práticas visando contemplar todos os pilares do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Autor:
Alexandre Castro Reis, acadêmico do 8º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria.
Email: alexandrecr98@gmail.com