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Mancha café e a relação com o vírus do mosaico comum da soja (Soybean Mosaic Virus — SMV)



A soja é a principal cultura agrícola do país, e muitos fatores podem limitar a sua produção como insetos, plantas daninhas, doenças e a utilização de sementes de baixa qualidade. A semente é o insumo primordial para o estabelecimento das lavouras, e por consequência, qualquer anomalia observada durante as etapas de produção causa preocupação. Entre várias anomalias, podemos considerar as manchas, que podem ser visualizadas em seus tegumentos e/ou cotilédones.

Muitas manchas são comuns e de fácil identificação por técnicos e produtores, tal como a mancha café, caracterizada pelo derramamento dos pigmentos do hilo sobre o tegumento da semente (Figura 1), e que muitas vezes são confundidas com manchas causadas por fungos.

O sintoma de mancha café é caracterizado expressar uma mancha de forma irregular no tegumento marrom ou preta, de acordo com a cor do hilo da cultivar. Sua causa está associada ao vírus do mosaico comum da soja (Soybean Mosaic Virus — SMV), pertencente a um dos maiores grupos de vírus fitopatogênicos, os potyvirus, e que se encontra amplamente distribuído em todas as regiões produtoras do Brasil. Além disso, é facilmente transmitido por pulgões, a partir de plantas hospedeiras e sementes de plantas infectadas. Sementes sem manchas podem transmitir o vírus e originar plântulas infectadas, mas, nem todas as sementes manchadas originam plântulas infectadas.

A transmissão do SMV por meio da semente com mancha café causa declínio na germinação de sementes com essa anomalia. Já os seus prejuízos potenciais, em termos produtivos, partem de valores nulos e chegam a atingir perdas de até 25%.

Dessa forma, pode reduzir a fixação de nitrogênio, o tamanho da semente e seu conteúdo de óleo. A infecção por este agente pode causar também aborto de flores, redução do pegamento de vagens e redução no número e no peso das sementes (ROSS, 1969). Segundo Henning (2014), plantas infectadas apresentam folhas trifolioladas encarquilhadas, com algumas bolhas e com mosaico distribuído irregularmente sobre o limbo foliar. A maturação é atrasada e é comum encontrar plantas verdes no meio de plantas já amadurecidas. Porém, estes sintomas podem ser mascarados em temperaturas acima de 27 °C, apesar de muitos cultivares de soja nunca expressarem sintomas severos, independentemente da temperatura.

Outro sintoma da infecção do SMV em soja inclui necrose. Existem três tipos de reação necrótica: a) necrose local: reação de hipersensibilidade e lesões necróticas são restritas aos sítios de infecção iniciais nas folhas inoculadas, b) necrose sistêmica: inclui lesões necróticas, nos folíolos, pecíolos e ramos, inoculados ou não. c) necrose da ponta da haste: inclui a necrose local, necrose sistêmica, queima do broto, enfezamento severo da planta e desfolhamento e ocasionalmente, a morte da planta.

Visando a produção de sementes de alta qualidade, é necessário realizar o controle do SVM através da utilização de sementes oriundas de campos sem a presença de SMV, assim como a eliminação de plantas infectadas dos campos de produção. Porém, a maneira mais eficiente de controlar essa doença é por meio de cultivares resistentes.

Autora:

Renata Vitória Roveda Willrich, acadêmica do 2º semestre de Agronomia e integrante do grupo PET Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria — UFSM

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