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Principais inimigos naturais de colmeias de abelhas sem ferrão e como realizar o controle



A meliponicultura consiste na criação racional de abelhas sem ferrão, sendo que as principais tribos são: Meliponini e Trigonini. Os povos indígenas de diversos territórios já tinham contato com os meliponídeos há muito tempo. O mel das abelhas nativas era o principal adoçante natural utilizado, antes da produção de cana ser introduzida, e antes da introdução de abelhas de ferrão, como a Apis mellifera. Atualmente, a meliponicultura é uma técnica presente não somente na zona rural, mas também, tem se difundido nos centros urbanos como colmeias domésticas. No entanto, alguns cuidados são necessários, como por exemplo, a identificação e controle de alguns inimigos naturais dos meliponídeos como os forídeos e as formigas.

Os forídeos são moscas do gênero Pseudohypocera consideradas uma das principais inimigas das abelhas sem ferrão. As fêmeas deste inseto, ao invadirem as colônias, depositam os seus ovos, e após a eclosão as larvas se alimentam do mel, e também do pólen acumulado pelas abelhas. Esses prejuízos se estendem às larvas das abelhas que estão em desenvolvimento, pois o estoque de pólen para a alimentação é reduzido. A ocorrência dos forídeos se dá principalmente, nos períodos e regiões chuvosas, momento em que se reproduzem, necessitando maior atenção do produtor para realizar o controle. Cabe destacar que, além de haver a postura de muitos ovos em uma colônia, o ciclo destes insetos é rápido e em um período curto a colônia já está infestada. Reitera-se a necessidade de controle diário das caixas.

O controle destes inimigos consiste principalmente em métodos preventivos. Colônias fortes e organizadas possuem baixo risco de ataque, pois estas populações mantém as frestas da caixa vedadas, impedindo a entrada dos forídeos. O pólen é o produto que estes parasitas buscam, sendo assim, ao realizar o manejo das caixas deve-se buscar o mínimo de dano aos potes de pólen para não os atrair. No caso de detectar a presença destes insetos é possível fazer uma armadilha de vinagre. Esse método consiste em preencher um recipiente até a metade com vinagre, e na sua tampa, fazer alguns furos (2/3 mm de diâmetro) o suficiente para os forídeos entrarem, mas as abelhas não. A armadilha deve ser introduzida no interior da colônia e o cheiro ácido emitido será atrativo para os insetos pois é semelhante ao emitido pelo pólen.

Fonte: Manual Tecnológico — Manual de Abelhas sem Ferrão

Da mesma maneira que os forídeos, as formigas também são atraídas pelo cheiro do pólen, logo, o cuidado ao manusear as caixas é essencial. Apesar das abelhas se defenderem, há prejuízos às colônias devido ao ataque das formigas. Constatada a presença destes insetos, é possível impregnar os suportes do meliponário com óleo queimado, que atua como repelente. No entanto, cabe destacar que no caso da produção de mel orgânico essa prática não deve ser realizada, tendo em vista que este produto não é permitido pelos órgãos de certificação.

Fonte: Manual Tecnológico — Manual de Abelhas sem Ferrão

Com isso, é possível destacar que o acompanhamento diário das colmeias, assim como a cautela no manuseio delas, consistem nas principais formas preventivas de controle de ataque destes insetos. Estes cuidados irão garantir a produção de mel, assim como a manutenção das colmeias. Há diversos métodos de controle com produtos caseiros que podem ser empregados nas colmeias domésticas.

Autora:

Mariana Miranda Wruck, acadêmica do 8º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria

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