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O papel da juventude no ativismo ambiental



Nas últimas décadas, o agravamento das mudanças climáticas e seus impactos globais têm exigido não apenas respostas institucionais e governamentais, mas também um envolvimento cada vez mais ativo da sociedade civil na busca por soluções sustentáveis e justas. Nesse cenário, destaca-se a crescente participação da juventude como um dos atores sociais mais expressivos e engajados na luta ambiental. Longe de se limitar a uma posição passiva diante das transformações ambientais e sociais que marcam o século XXI, os jovens vêm assumindo um papel de protagonismo nas mobilizações por justiça climática, influenciando discursos, políticas e comportamentos por meio de múltiplas formas de ativismo e resistência.

O artigo “Juventude e Mudanças Climáticas”, de Marcos Aurélio Freire da Silva Júnior e Rylanneive Leonardo Pontes Teixeira, oferece uma contribuição relevante para a compreensão desse fenômeno ao analisar como a juventude, especialmente nos contextos periféricos e do Sul Global, tem se articulado politicamente em torno das pautas ambientais. Segundo os autores, a juventude não apenas reconhece os riscos e as desigualdades associadas às mudanças climáticas, mas também busca transformar esse reconhecimento em ação política concreta. Essa mobilização se dá tanto em espaços institucionais — como conferências climáticas internacionais e conselhos de juventude — quanto em ações locais, coletivas e autônomas que combinam ativismo digital, ocupação do espaço público e pressão sobre os tomadores de decisão.

O envolvimento juvenil nas causas ambientais, portanto, não se limita a uma adesão discursiva ou simbólica às agendas ecológicas. Ao contrário, trata-se de uma participação ativa, crítica e criativa, que questiona as estruturas de poder que sustentam o atual modelo de desenvolvimento baseado na exploração desenfreada dos recursos naturais e na exclusão de populações vulneráveis. Em suas múltiplas expressões — que vão desde o movimento global Fridays for Future até iniciativas comunitárias em bairros marginalizados — o ativismo ambiental juvenil representa uma ruptura com formas tradicionais de participação política e inaugura novas práticas de engajamento que combinam inovação, sensibilidade social e consciência planetária. Entre outros exemplos, podemos citar a Amanda Costa (Perifa Sustentável) e a Txai Suruí, que iniciaram suas mobilizaçoes comunitárias muito jovens e hoje são destaque do ativismo ambiental.

Fonte: Site Green Peace (Foto:Marie Jacquemin/Greenpeace) Dísponivel em: https://www.greenpeace.org/static/planet4-brasil-stateless/2021/11/67ddc888-gp1swilb_medium_res-1.jpg. Acesso em 03 Mai 2025.

Outro elemento central na atuação ambiental da juventude é o uso estratégico das redes sociais digitais como ferramentas de mobilização, visibilidade e construção de narrativas críticas. Plataformas como Instagram, TikTok e Twitter têm se consolidado como espaços fundamentais para a denúncia de injustiças socioambientais, a organização de protestos e a elaboração de discursos alternativos àqueles difundidos pelos grandes meios de comunicação. No Brasil, essa prática vem sendo estudada por autores como Raquel Recuero (2014), que destaca como as redes digitais possibilitam formas de ação coletiva em rede, caracterizadas por dinâmicas descentralizadas, colaborativas e marcadas pelo engajamento afetivo.

No campo ambiental, esse ativismo digital tem permitido que jovens de diferentes regiões e realidades se conectem em torno de pautas comuns, como justiça climática, preservação dos biomas e defesa dos territórios tradicionais. Essa conectividade amplia o alcance das mobilizações e fortalece identidades coletivas que atravessam fronteiras geográficas e culturais. Iniciativas como os perfis de coletivos indígenas, quilombolas e de juventudes periféricas nas redes sociais são exemplos de como esses espaços digitais têm sido apropriados para visibilizar lutas historicamente silenciadas.  A exemplo, é possível citar Maira Gomez, uma jovem descendente de povos originários do Brasil que possui uma conta nas redes sociais, mais especificamente no Instagram. Nesse perfil, a mesma demonstra seu dia a dia e tira dúvidas do público a respeito de suas raízes e cultura.

Assim, compreender o papel da juventude no ativismo ambiental é reconhecer que ela não é apenas herdeira de um planeta em crise, mas coautora das soluções necessárias para sua regeneração. Suas vozes, práticas e propostas devem ser valorizadas e incorporadas em todas as esferas decisórias, se quisermos enfrentar a emergência climática com justiça, equidade e esperança.

Por Marcos Vinícius de Castro Lourenço Caldeira | Bolsista PET Educom Clima

 

Saiba mais em:

Silva Júnior, M. A. F., & Teixeira, R. L. P. Juventude e Mudanças Climáticas. Revista Brasileira de Estudos da Juventude, 2021.

Recuero, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2014.

https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/26192

Instagram da Maira: https://www.instagram.com/cunhaporanga_oficial/ 

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