Com a volta das aulas presenciais na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o aumento de circulantes nos espaços do campus trouxe à tona um problema antigo: o restaurante do Colégio Politécnico. Utilizado pelos alunos do colégio e por acadêmicos de prédios próximos, o espaço existente era pequeno e não atendia a necessidade dos usuários.
Inicialmente, a ideia era realizar uma revitalização no prédio 71A – pavilhão multiuso. Porém, após análise feita pela equipe da Pró-Reitoria de Infraestrutura (PROINFRA), foi constatado que o gasto econômico necessário para a obra seria muito maior do que o de construção de uma nova edificação. No projeto atual, o pavilhão multiuso será demolido e o novo restaurante será feito no local. De acordo com a direção do Colégio Politécnico, as partes metálicas serão reutilizadas para projetos futuros da instituição.
Além do restaurante, o primeiro andar do prédio irá contar com um café em um ambiente aconchegante e convidativo. Já no segundo andar, haverá duas salas de aula, a primeira com capacidade para 90 pessoas e a segunda com capacidade máxima para 53 pessoas. Um dos diferenciais dos novos espaços de estudo será a implantação do conceito de sala de aula dinâmica e multiuso. A demanda foi feita pela própria direção da instituição com o intuito de aproximar e engajar os alunos durante as aulas. Algumas dessas salas – localizadas no Centro de Educação (CE), AGITTEC e biblioteca setorial do CCSH – já podem ser utilizadas pelos acadêmicos da UFSM.
Uma das preocupações da equipe era conseguir realizar um projeto que aproveitasse ao máximo a eficiência energética da construção. Para isso, o novo prédio contará com salas de aula com ventilação cruzada, aumentando a passagem de ar e a fachada oeste com cortina verde. Diferente do jardim vertical – primeira ideia para a fachada – a cortina faz com que a plantação fique mais afastada da parede, diminuindo a umidade e melhorando o ambiente proporcionando o afastamento do calor. A escolha das espécies que serão plantadas será feita em parceria com o curso de paisagismo do Politécnico.
Outra questão importante para os responsáveis pela obra era a construção de um telhado que possuísse um escoamento de água eficiente. O projeto conta com um prolongamento de mais de 2 metros além da edificação a fim de melhor escoar as águas pluviais e evitar custos de manutenção com calhas e impermeabilizações. Na fachada norte, esta extensão proporciona maior proteção solar dos espaços internos, diminuindo a carga térmica e, por consequência, exigindo menor utilização do condicionamento de ar. Já na fachada sul, o prolongamento do telhado cria uma circulação protegida, possibilitando o abrigo em dias de chuva. O material utilizado será constituído por telhas metálicas com isolamento térmico, auxiliando na criação de um espaço agradável e seguro para os usuários.
O prédio irá contar com uma área total de 761.90m². Já o restaurante terá uma área de aproximadamente 253.03m², incluindo atendimento e cozinha, com capacidade para 78 pessoas. Além disso, a edificação irá possuir rampas de acesso e sanitários acessíveis nos dois pavimentos. A previsão é de que a obra comece ainda esse ano e a entrega seja realizada em 2023. A equipe responsável pelo projeto e pela execução dele é composta pela arquiteta Gianine Pivetta Mello, engenheiro eletricista Max Henrique Gomes Braunstein, engenheiro mecânico Filipe Possatti Campanhola e engenheira civil Fabiana Martins de Rezende do Amaral. Os projetos estruturais foram feitos no Escritório Modelo, no Centro Tecnológico (CT), supervisionados pelos professores Almir Barros Santos Neto, responsável pela estrutura de concreto, e André Lübeck, responsável pela estrutura metálica. Além disso, o grupo é também composto pela engenheira Eleusa de Vasconcellos Favarin, do Núcleo de Prevenção de Incêndio (NPI), pela engenheira Nicolli Reck, do Setor de Planejamento Ambiental (SPA), e pelo fiscal da obra, Tiago Fernandes Hoppe.
Texto: Maria Carolina Dias, estudante de jornalismo e bolsista na PROINFRA