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Biodiversidade é tema do Dia Mundial do Meio Ambiente



Nesta sexta-feira, dia 5 de junho, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi instituída em 1972 pela Organização das Nações Unidas (ONU), durante uma assembleia em Estocolmo. Essa conferência representa um marco em relação a conscientização sobre os problemas ambientais que ameaçam a vida no planeta e resultou na criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O órgão tem como objetivo promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos naturais no contexto do desenvolvimento sustentável. A temática escolhida pela instituição para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente em 2020 é biodiversidade.

 A professora do departamento de Biologia da UFSM, Liliana Essi, explica que um dos grandes problemas que o mundo vem enfrentando na atualidade é a perda de biodiversidade, com um grande número de espécies correndo risco de extinção.  Liliana relata que, embora o processo de extinção tenha causas naturais, como por exemplo a competição entre espécies e a seleção natural, a comunidade científica observa que esse processo tem sido acelerado diretamente pela ação humana, ou indiretamente, pelas mudanças climáticas.

A diretora do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), professora Sonia Zanini Cechin, acrescenta que o crescimento explosivo da população mundial desencadeia alguns fatores responsáveis pela perda de biodiversidade, como a intervenção e consequente fragmentação de habitats naturais e a poluição ambiental. No caso do Brasil, ela destaca que a derrubada de florestas para dar espaço a atividades agrícolas e pecuárias tem levado a devastação de biomas ricos em espécies de animais e plantas, como a Amazônia, Mata Atlântica e o Cerrado.

O Brasil é considerado um país megadiverso, abrigando entre 15% e 20% de toda a diversidade biológica global. Liliana explica que uma maior variedade de espécies garante sustentabilidade natural para todas as formas de vida. Sônia ressalta que além ser responsável pela estabilidade dos ecossistemas, a biodiversidade representa um grande potencial econômico e turístico para o país.  A UFSM conta com diversos projetos de pesquisa e extensão que contribuem para a proteção da biodiversidade em variadas frentes:  estudo de espécies ameaçadas, desenvolvimento de métodos de conservação ambiental e recuperação de áreas degradadas, catalogação de espécies, estudo dos impactos das mudanças climáticas, levantamento de espécies nativas, entre outros.

O Jardim Botânico, além de ter iniciativas focadas em educação ambiental, também possui exemplares de espécies de plantas ameaçadas de extinção na sua coleção, contribuindo para conservação ex situ (processo de conservação de espécies ameaçadas de extinção fora do seu lugar de origem). O herbário do departamento de Biologia da universidade disponibiliza em seu site fotos de espécies ameaçadas de plantas disponíveis no acervo, para facilitar seu reconhecimento a campo. Outro exemplo é o do Núcleo de Estudos em Biodiversidade Aquática, que há alguns anos estuda a fauna associada aos rios e riachos do Rio Grande Sul. O grupo trabalha para coletar amostragens em inúmeras regiões do estado que, posteriormente, podem resultar em descrições de espécies novas, principalmente de crustáceos.

O professor Cristian Dambros, integrante do Departamento de Ecologia e Evolução e docente do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal, conta ainda que a UFSM participa de projetos em parceria com outras instituições a nível nacional e internacional. Um desses projetos é o Programa de Pesquisa em Biodiversidade na Amazônia e no Pampa que tem como objetivo promover a investigação e a preservação da biodiversidade nesses biomas. De acordo com Cristian, a manutenção da biodiversidade é essencial não só pela preservação da natureza em si, mas também porque a humanidade se beneficia de diversos serviços ecossistêmicos, vitais para o bem-estar humano e para as atividades econômicas. Alguns desses serviços são: a proteção das reservas hídricas e dos solos, o fornecimento de cultivos alimentícios e recursos medicinais, a absorção da poluição e a contribuição para a estabilidade climática.

A professora Liliana aponta que o fato do PNUMA ter elegido 2020 como o ano estratégico para a biodiversidade contribui para destacar esse tema nas pautas nacionais e internacionais e ressalta “Muitas conferências internacionais estão ocorrendo neste ano, visando a avaliação do que foi realizado até agora pela conservação da biodiversidade e o planejamento de estratégias para o momento pós-2020”.

UMA – Universidade Meio Ambiente

A UFSM ainda mantém um projeto que promove a consciência ambiental e o uso racional de recursos na UFSM. O UMA representa a consciência ambiental da UFSM, agrupando um conjunto de ações em prol de uma responsabilidade coletiva. 

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