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Mulheres Sustentáveis e Transformadoras – Simone Messina e o ODS 15



Caroline Siqueira | Bolsista de Jornalismo do Projeto Universidade Meio Ambiente (UMA)

A Terra abriga milhões de espécies de animais e plantas, colecionando uma série de seres vivos únicos que ocupam espaço fundamental no ecossistema. Quando falamos disso, é necessário que saibamos que a sobrevivência desses organismos depende de fatores bióticos (todos os organismos vivos envolvidos) e abióticos (fatores físicos e químicos do ambiente, como disponibilidade e qualidade de água).

Problemas ambientais como desmatamento, queimadas, caça ilegal, tráfico e poluição hídrica vêm colocando toda essa biodiversidade em risco. Um relatório produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em janeiro deste ano, indica que cerca de um milhão de espécies de animais estão sob risco de extinção no mundo. A Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES) protege aproximadamente 5.950 espécies de animais e 32.800 espécies de plantas de todo o mundo, separadas em três anexos de acordo com o grau de ameaça. 

Diante desse contexto, surge dentro da Agenda 2030 da ONU o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 15, que prevê a proteção da vida na Terra.

“Tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais, estancar a perda de biodiversidade e, até 2020, proteger e evitar a extinção de espécies ameaçadas.”

Artigo 5 do ODS 15

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) abraça essa causa e dentre várias ações e projetos que atendem ao ODS 15, trazemos em destaque hoje, no 15º episódio da série Mulheres Sustentáveis e Transformadoras, o trabalho da Técnica em Assuntos Educacionais da UFSM Simone Messina. Servidora da UFSM há oito anos, Simone Messina atua hoje como coordenadora do Núcleo de Educação Socioambiental do Jardim Botânico e também do projeto Telhado Verde.

Fachada do Jardim Botânico da UFSM. Foto por Aline Dalpont (2020).

O Núcleo de Educação Socioambiental do Jardim Botânico visa ao desenvolvimento de atividades de ensino e práticas de educação ambiental. Por meio de oficinas e vídeos educativos, o Núcleo sensibiliza visitantes do Jardim e escolas que entram em contato e solicitam atividades voltadas às temáticas ambientais. Devido à pandemia (COVID-19), essas ações estão sendo realizadas de forma virtual. A  partir de julho, as oficinas de educação socioambiental do Jardim Botânico serão ofertadas para as escolas da região de Santa Maria, todas realizadas remotamente.

Nessas oficinas, é salientada a importância do ecossistema e a sua complexidade: “O ecossistema é todo interligado. Uma árvore, por exemplo, não é somente um organismo fornecedor de oxigênio para os seres humanos, é também um lugar onde os pássaros moram, insetos se alimentam…”, relata a técnica.

Fonte no Telhado Verde do Jardim Botânico.

Já o Telhado Verde é uma ação de extensão universitária que envolve três dimensões: a engenharia sustentável, o paisagismo e a educação socioambiental. “O Telhado verde é uma ação inovadora, pois envolve tecnologia e ambiente”, diz Messina. O objetivo dessa ação é abordar os problemas  ambientais no meio urbano e mostrar como o Telhado Verde pode ser uma solução viável para o desenvolvimento sustentável. Além disso, o Telhado Verde conta com a presença de plantas nativas da região e algumas exóticas, sendo um importante espaço de conservação ambiental.

Messina também é envolvida com a participação do Jardim no UFSM em Rede com a Educação Básica, programa de desenvolvimento institucional que visa produzir, colaborativamente, recursos e materiais didático-curriculares para alunos(as) sem acesso à internet, veiculando, através de canal aberto de TV e programas de rádio, os principais conteúdos das diferentes áreas/campos do conhecimento, nos diferentes níveis da Educação Básica, com interlocução e protagonismo de professores(as) das redes de ensino público de municípios do estado do Rio Grande do Sul. 

O Jardim Botânico ainda é um guarda-chuva de outros projetos, envolvendo áreas como Arquitetura, Engenharia Florestal, Turismo, Artes, Paisagismo, entre outros. A técnica atua para que o Jardim esteja numa posição estratégica de visibilidade dentro do campus e na região central do RS,  sendo atrativo ao público, focando na sustentabilidade ambiental.

Entretanto, a relação da técnica com o Jardim Botânico vem antes disso. Enquanto ainda estava na sua graduação em Ciências Biológicas na UFSM, Messina foi bolsista no Jardim, durante três anos, pelo Fundo de Incentivo à Extensão (FIEX) sendo a primeira monitora de educação ambiental neste espaço. “Nunca imaginei que o mundo ia dar essa volta e eu voltaria a trabalhar agora como servidora e coordenadora de educação socioambiental no Jardim Botânico”, diz a técnica. 

Durante toda a sua jornada, Messina teve e ainda tem um forte vínculo com a Educação Ambiental, com especialização na área e participação em projetos como o Programa de Educação Socioambiental Multicentros (2010-2020). Assim que se formou, ela chegou a trabalhar como professora de ciências de escola particular, mas logo surgiu a oportunidade do concurso público da UFSM, no qual foi aprovada e ingressou na instituição em 2013.

Na UFSM, a servidora foi alocada no curso de Letras, onde trabalhou por cinco anos até que, em 2018,  recebeu o convite do Diretor Renato Záchia para trabalhar no Jardim Botânico e o aceitou. Lá, ela teve a responsabilidade de coordenar o Núcleo de Educação Socioambiental do Jardim, devido a suas experiências. 

Antigamente, o Jardim recebia as escolas e era oferecido somente um tour pelas dependências e Messina percebeu que o Jardim tinha muito mais a oferecer, visto que é um espaço de conservação de espécies nativas, bem como de ensino, pesquisa e extensão. Então, em conjunto com a equipe (alunos da UFSM e professores do Depto. de Biologia), a técnica implantou um sistema de oficinas educativas de diversos temas, como plantas carnívoras, plantas medicinais e plantas nativas, além de montar uma exposição de animais taxidermizados (cedidos pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal/UFSM) no Jardim.

As visitas escolares eram agendadas por um formulário virtual e eram realizadas presencialmente, antes da pandemia. No ano de 2019, o Jardim Botânico recebeu 10.000 visitantes. A RBS TV, inclusive, realizou uma reportagem sobre as ações do Jardim e, logo no outro final de semana, após a publicação do conteúdo, o Jardim recebeu 300 visitantes. Infelizmente, essa movimentação teve uma paralisação completa devido à pandemia e à suspensão das atividades presenciais, pela Portaria UFSM n. 9733/2020.

Simone Messina no Telhado Verde do Jardim Botânico da UFSM.

Hoje, são quase 20 alunos ligados ao Jardim, entre estagiários, bolsistas e voluntários. “A Equipe é muito unida. Graças a todo esse empenho que a gente fez, o Jardim hoje é mais conhecido pela comunidade santa-mariense e região”, diz a técnica. Entre eles, está a antiga bolsista do Jardim Daiane Oliveira, formada em Paisagismo e atual estudante de Ciências Biológicas da UFSM, a qual trabalhou junto à Simone e com o auxílio de uma indicação da técnica, ela conseguiu um emprego na empresa SulClean nos serviços de jardinagem do Jardim. “Sinto que nasci para ajudar pessoas a desenvolver seus potenciais”, revela Simone. Ela ainda diz que gosta de estar  próxima à equipe em todas as ações e participa ativamente desde o planejamento até a implementação das atividades, sejam educacionais ou práticas. “Me sinto realizada em poder contribuir com o Jardim Botânico da UFSM e com o nosso público.” diz Messina.

A técnica relembra que antes de entrar no curso de Ciências Biológicas, foi inspirada por uma professora de Biologia e hoje ela se sente realizada em poder inspirar outras pessoas também. Atualmente, ela está fazendo doutorado na área da Educação com foco em extensão universitária.

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