A Exposição Nós: performatividades do PorVir é conectada ao Projeto de extensão Laboratório de Criatividade e Inovação em Artes Visuais – LACRIA por meio da ação de extensão Nós: performatividades do PorVir – mediações colaborativas do Grupo AVEC do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Sua construção foi desenvolvida por intermédio de experiências colaborativas de discussão entre textos e contextos sobre criatividade, experiência e Arte Contemporânea do grupo de estudos do Grupo de Pesquisa Artes Visuais e Criatividade – AVEC.
Dessa maneira, de 2020 a 2021, foram aprofundados conceitos-chave e epistemologias que cercam os processos criativos de artistas na contemporaneidade em vista ao que a pandemia de covid19 suscitou a cada um dos participantes enquanto potência criadora. Construindo pontes entre presente e futuro, atentamos também para as narrativas do passado, para suas histórias da Arte (oficial e não-oficial, colonial e decolonial) e para sua memória.
No desejo de ir além das fronteiras das linhas que nos conectavam, triangulando de Sul à Centro-Oeste e Nordeste do Brasil em um primeiro momento, para depois lançar desenhos ampliados com colaboradores do exterior, realizamos rupturas e performativizamos o corpo do texto e da produção artística no espaço virtual. Atravessamos, por conseguinte, a fronteira invisível entre nós e propomos uma ambiência dupla para o espaço expositivo: da realidade 2D digital em um site e da realidade 3D em outro site de multiplataformas. Por essa razão, potencializamos na práxis a criatividade no diálogo entre nós para vós, nos nós da identidade da árvore neurológica do site (https://nosporvir.wixsite.com/nosporvir) para um nós celta que se entrelaça em ambiências conjunturais (https://newart.city/show/nos-performatividades-do-porvir ) na intenção de mediação com um público que não vemos nesse momento inicial, presencialmente.
O projeto da exposição se deu com base na noção de nós, sendo referente a junção entre eu, você e outros, tanto como os nós que são feitos em algum objeto e que dão ligação à noção de eternidade, tal qual o nó celta. A atenção às perfomatividades possíveis de artistas que seriam selecionados, fez com que esse conceito se aliasse às preocupações destacadas com o que deveria vir, o porvir, a ser imaginado, relacionado e representado. Diante das possibilidades de conexão desses nós foram arquitetadas 4 curadorias que em conjunto totalizam um universo de 22 artistas participantes, cada uma com uma temática na preocupação que percebemos ser em comum a todos: o futuro. Com o futuro em Pontes para o amanhã, Flávia Pedrosa Vasconcelos traz obras que usam palavras e imagens a rever o objeto representativo em seu agora, seus caminhos em perspectiva, suas falsidades ideológicas, generificadas e da necessidade do movimento em ação e poética. Nas GenerAções TransOrgânicas Matheus Moreno revela caminhos que promovem contágios transversais, refletindo sobre a materialidade e os espaços da memória presentificados. Nos Pontos de Fuga, Zé de Rocha delineia extremos para respiros, brechas, fugas possíveis na produção criadora de uma realidade pós-pandêmicas. Em Vozes e Visões, Ancelmo Soares revela a necessidade de dar espaços na contemporaneidade para uma gama ampliada de artistas além do mercado da Arte e de suas instituições, relendo o espaço dos corpos e da criatividade em meio às culturas midiáticas.
Diante disso, espera-se dar acesso ao desenvolvimento de mediações culturais qualitativas com as obras artísticas selecionadas em perspectivas de ambientes virtuais e aberturas para a produção técnica em Artes Visuais inovadora.
Texto: Organização do Evento