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Relatos de Extensão 2023: Museu Virtual CAPPA



Número: 053805

Nome do projeto: Museu Virtual CAPPA: imersão e interatividade para educação e divulgação científica em Paleontologia

Coordenação: Laura Strelow Storch

Objetivo geral: Planejamento e realização de ações voltadas para a comunicação pública da ciência, considerando as particularidades da produção científica desenvolvida no contexto do Geoparque Quarta Colônia.

Linhas de Extensão: Patrimônio cultural

Período de Realização: 02/03/2020 a 31/12/2024

ODS: 04

Você gosta de dinossauros? Imagine poder visitar um museu de paleontologia, composto por fósseis, reconstituições 3D e informações sobre a origem destes seres da era triássica. Agora pense em fazer tudo isso sem sair de casa! Pensando na comunidade local, nos dinofãs e nos pesquisadores, o projeto “Museu Virtual CAPPA” desenvolve materiais acessíveis para divulgação científica do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA) da região da Quarta Colônia.

A ação foi criada em 2018, é um projeto que nasceu transdisciplinar, e tem parcerias na computação, design, educação, nas diferentes áreas da comunicação e na paleontologia – por conta da especificidade do conhecimento.

Para entendermos mais sobre o projeto, entrevistamos a docente do Departamento de Ciências da Comunicação e coordenadora, Laura Storch.

 

Quais ações o projeto realiza e por meio de quais parcerias?

Não montamos isso como um programa, mas temos quatro projetos separados que estão focados na produção para a popularização da ciência do CAPPA. A docente da Pedagogia, Sueli Salva, escreveu dois livros infantis: “Gnathovorax azul” e “Uma menina esquisita chamada Dina”. Desenvolvemos um projeto piloto, tocado pela docente do Departamento de Ciências da Comunicação, Elisangela Carlosso Machado Mortari, de acompanhamento de como os professores podem usar os livros distribuídos para as crianças. O projeto usa fantoches dos personagens dos livros, e a história é recontada nas escolas. É uma ferramenta de avaliação, porque conseguimos conversar com as crianças e ter feedback delas sobre o produto. Também fizemos um guia dos dinossauros da Quarta Colônia – que foi um trabalho de TCC de um discente do curso de Comunicação Social – Jornalismo -, e o museu virtual. 

Como o Museu Virtual funcionará?

A ideia é que consigamos disponibilizar o que está sendo produzido nessas outras ações em um único lugar acessível para comunidade nacional e internacional. A proposta é ter sessões reunindo todos esses produtos, então por exemplo, vai ter uma aba específica para levar a paleontologia do CAPPA para as escolas. Essas ferramentas que nós desenvolvemos vão estar acessíveis para professores do Brasil inteiro. Estamos digitalizando em 3D todos os fósseis do acervo do CAPPA, e ele vai ser disponibilizado neste site que contém as informações técnicas e outros produtos de comunicação científica. Por exemplo: os ossos do Gnathovorax, que é uma das espécies encontradas na região da Quarta Colônia. Vamos ter todas as peças do Gnathovorax em 3D, as pessoas vão poder mexer, olhar como que é de um lado, como é de outro.  Além disso, teremos informações complementares, como os locais que o CAPPA já encontrou esta espécie, que partes do dinossauro o CAPPA têm, características conhecidas e informações sobre tamanho, alimentação, entre outros.

Quais foram os desafios em trabalhar com uma equipe transdisciplinar?
Do ponto de vista da transdisciplinaridade nós funcionamos muito bem, é um grupo coeso e cada área traz contribuições muito ricas. O grande desafio é que cada área é “desacomodada” pelas outras, precisamos repensar o modo como fazemos as coisas. Por exemplo, em relação a pedagogia: nós temos um modo de pensar sobre a criança na comunicação, que é do senso comum, quando a gente traz uma pedagoga para trabalhar estamos nos abrindo para as questões que são específicas da formação da criança. Existe um conhecimento dessa outra área que vai mudar a forma como a gente estava produzindo as coisas até então. Isso aconteceu e foi muito produtivo. Perceber a criança não como alguém que precisa ser ensinado, mas como alguém que descobre o mundo, e nosso papel é simplesmente dar as ferramentas para ela. Outro desafio é que todos nós temos muitas demandas, e elas vão se atravessando também na vida de trabalho.

Qual o desafio de transformar o conteúdo específico da Paleontologia em material acessível para todos, inclusive crianças?
Transformamos esse conhecimento científico em conhecimentos que sejam mais característicos de cada faixa etária, que ajudem a desenvolver também as relações de pertencimento. Por exemplo, no livro “Gnathovorax azul”, a pequena dinossaura vai passear por lugares que as crianças da Quarta Colônia também conhecem. As crianças têm muita curiosidade. Quando o CAPPA faz imersões nas escolas, eles ensinam, por exemplo, como saber que um dinossauro pesava tantos quilos, isso é feito a partir de uma brincadeira com balde de água, trabalhando a volumetria. Tínhamos a ideia de que precisávamos traduzir os termos, mas o nome do dinossauro é a primeira coisa que eles aprendem, as crianças têm muita facilidade de lidar com essa diversidade. As traduções, do ponto de vista científico, vão se fazer muito pela metáfora, por exemplo: fizemos um projeto de camisetas com alguns dos dinossauros em tamanho real, para as pessoas carregarem o dinossauro com o nome da cidade delas e tenham, ao mesmo tempo, uma informação científica interessante.

Qual a importância do projeto para a comunidade?
A ação tem o potencial de projetar essa comunidade de um ponto de vista Regional, Nacional e Internacional. Existe a questão do desenvolvimento econômico da região, também envolvido no contexto do Geoparque, e isso é uma preocupação nossa. Essa região acaba se tornando potencial para turismo científico, por conta disso nós pensamos que o museu pode dar visibilidade para o território, e pode colaborar nesse processo, tornando o Geoparque Quarta Colônia mais conhecido para as pessoas. Também tem esse elemento forte de identificação, existe a necessidade da construção de uma identificação Nacional, de que existe um patrimônio Paleológico muito relevante, que é nosso e precisa ser cuidado. É importante que a sociedade brasileira conheça esse patrimônio e se torne, por isso, também responsável por ele. Acho que o papel do digital, nesse contexto, é ampliar o conhecimento, torná-lo acessível a ponto das pessoas também fazerem parte do projeto.

Texto por: Júlia Almeida

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