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Programa de Pós-Graduação em Filosofia completa 50 anos

Conheça a história de um dos programas mais antigos do país



 

O Programa de Pós-Graduação em Filosofia do Centro de Ciências Sociais e Humanas completou 50 anos no ano de 2023. Criado em 10 de maio de 1973, é um dos programas de Pós-Graduação em Filosofia mais antigos do Brasil. Coordenado pelo docente do Departamento de Filosofia, Marcos Fanton, recebeu o conceito nota 5 da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) nas duas últimas avaliações (quadriênio 2013-2016 e 2017-2020). Hoje conta com 12 professores e 3 principais linhas de pesquisa, 279 trabalhos dentre 241 dissertações e 38 teses, e está entre os 15 PPG’s mais produtivos do país.

 

História do Programa

O Programa iniciou suas atividades com o curso de Mestrado em 1973. Inspirado pela repercussão do curso de Mestrado em Filosofia da UFRGS, criado em 1981, e pelas impressões da CAPES, o Programa passou por intensas transformações durante esse período. Foram necessárias mudanças para adequar a proposta do curso às políticas nacionais de qualificação e consolidação da pesquisa em Filosofia. Além disso, havia o objetivo de implementar um curso de Doutorado ao Programa, o que aconteceu apenas em 2010.

Para relembrar os principais projetos e ações desenvolvidos ao longo da história do PPG, o docente do Departamento de Filosofia, Robson Ramos dos Reis, comenta quais acontecimentos se destacam ao longo dos 50 anos do Programa. O docente ingressou no Programa em 1994, e atualmente coordena um projeto para a internacionalização na Pós-Graduação, com o objetivo de criar uma rede de pesquisa em Filosofia e da teoria da enfermidade, em colaboração com universidades colombianas. No momento, a rede conta com mais de 8 universidades latino-americanas e espanholas.

O professor destaca como um momento marcante uma visita à UFSM do prof. Claudio de Moura Castro – presidente da Capes na época – no começo dos anos 80, para avaliar o então curso de Mestrado em Filosofia. Com isso, houve um significativo impacto a respeito da reestruturação do Programa. “Passou-se a ter a presença de nomes importantes da filosofia brasileira aqui na UFSM, em eventos e conferências, além da participação de professores do curso de Mestrado em eventos relevantes que aconteciam em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro”, conta o docente. 

A partir dessas mudanças, um dos principais aspectos que o Programa passou a investir foi a participação de docentes e discentes em atividades em outros centros do país, o que acarretou em uma maior visibilidade do curso, e implicou a vinda de pesquisadores renomados do Brasil e do exterior para a Universidade. “Lembro o impacto tremendo que teve um curso ministrado pelo prof. Ernildo Stein, sobre Teoria Crítica da Sociedade. A vinda regular de nomes importantes da Filosofia nacional deu uma contribuição decisiva para a definição do perfil de nosso Programa”, explica Robson. Ele menciona como exemplo que por três vezes o Programa recebeu o filósofo contemporâneo alemão Ernst Tugendhat.

O docente ainda destaca a relação do PPG com o CCSH, e que em momentos significativos de sua história a aproximação com o Centro foi decisiva. Robson conta que em uma visita do diretor e vice-diretor do CCSH da época, foi apresentado um projeto para a construção de um auditório. Os responsáveis pelo Programa argumentaram que seria redundante, por conta do projeto do Centro de Convenções logo ao lado, que já estava em andamento, e sugeriram a construção de uma biblioteca de Artes e Humanidades (SIPEH1), que se tornou um suporte para a pesquisa nas áreas.

 

Projetos e Prêmios

Entre as principais produções ao longo dessas cinco décadas, o docente destaca a tradução de trabalhos do filósofo Ernst Tugendhat, o evento Colóquios Conesul de Filosofia das Ciências Formais –  que já teve edições promovidas pelo Departamento, com palestras de pesquisadores da América Latina e Europa -, além de contribuir para a criação da  Sociedade Brasileira de Fenomenologia, o que fomentou uma maior integração nacional e internacional do Programa.

Dentre os principais projetos desenvolvidos pelo Programa, são destacados o mestrado MINTER criado com a UNIJUÍ, que aconteceu em 2008 e 2009 e foi financiado pela FAPERGS, e que possibilitou a mobilidade de docentes e discentes das duas instituições, além da “titulação pela UFSM de um número significativo de profissionais”, como explica Robson. Assim como a colaboração com o projeto CAPES-Cofecub, que tem o objetivo de fomentar o intercâmbio nas instituições de Ensino Superior e proporciona atividades colaborativas da Universidade no Brasil e no exterior.

O projeto “Enativismo: Desenvolvimentos e Desafios”, desenvolvido no Programa sob a coordenação da docente do Departamento de Filosofia, Nara Miranda de Figueiredo, envolve 24 pesquisadores de seis universidades de quatro países: Brasil, Estados Unidos, Austrália e País Basco. Em dezembro de 2022, o projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na Chamada Pró-Humanidades, e recebeu um aporte financeiro de 446 mil reais.

A docente do Departamento de Filosofia, Mitieli Seixas da Silva, coordena um grupo de estudos e tradução da filósofa Émilie Du Châtelet com pesquisadores de universidades de todo o país, para traduzir sua obra “Institutions de Physique”, de 1740 e sem tradução para o português. Em 2021, a docente recebeu o prêmio “Elisabeth of Bohemia Prize”, concedido pelo Center for the History of Women Philosophers and Scientists, sediado na Universidade de Paderborn, Alemanha. 

Outra ação foi a participação de pesquisadores do PPG no programa CapesPrInt, projeto institucional de internacionalização da CAPES. O docente explica que pesquisadores do Programa têm participação em dois subprojetos, e contribuem para a definição de uma das temáticas: Sociedade Informacional: Memória e Tecnologias. “A integração de áreas de Artes e Humanidades com as Ciências Naturais e Tecnologias foi extremamente bem avaliada pela CAPES”, conta.

 

Planos futuros do Programa

O docente explica que dentre os objetivos futuros do PPG está a necessidade de focar na perspectiva de inovação em Filosofia, que é um aspecto pouco abordado teoricamente na área, e que pode ser feito em colaboração com outras áreas como a Ciências de Dados e Ciências Cognitivas. “A ideia de pesquisa em Filosofia é recente, datando do final do séc XIX. Um mundo que voltasse a não ter universidades certamente estaria fechado para o que é próprio da mente ou espírito humano. Neste contexto, uma universidade sem Filosofia certamente existe e pode existir, mas esta seria uma universidade pouco universal”.

 

Texto: Giulia Maffi

 

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