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Para que educamos as crianças? – Educar e Cuidar



A seguinte contribuição faz parte da iniciativa Educar e Cuidar [clique e saiba mais]
e é de inteira responsabilidade do autor do texto. Contribua você também!

 
ProfªMs.Caroline Silveira Spanavello
Doutoranda em Educação – PPGE/UFSM
Pedagoga  e Mestre em Educação/UFSM
 

É uma pergunta no mínimo intrigante… Poderíamos, para respondê-la, nos respaldarmos em uma série de lugares comuns, frases feitas ou até mesmo em teorias da Educação, da Psicologia, da Sociologia, ou tantas outras que concorrem desde sempre para a compreensão do ser humano em todas as suas dimensões. Entretanto, quanto mais nos apropriamos desses saberes, tenho a impressão de que mais nos distanciamos do significado da infância e do nosso papel enquanto adultos diante desses seres ímpares que muito mais têm nos ensinado do que aprendido conosco. Humberto Maturana, Biólogo Chileno, estudioso da “Compreensão Ontológica do Fenômeno do Conhecer”, faz referência a algo que tenho considerado fundamental para a compreensão deste processo de aprendizagem humana, aqui com especial destaque para a infância. Nos diz ele, que “o fenômeno de aprender é mudar com o mundo, quando o sistema nervoso está envolvido nisso”. Ao fazer referência ao sistema nervoso, Maturana nos convida a refletir sobre tudo que a este se associa, especialmente as emoções, os desejos, a afetividade e o que há de mais comum entre os humanos: o amor. Tenho buscado me inspirar em Maturana como pesquisadora, como educadora de crianças e como mãe, especialmente para refletir sobre o papel assumido perante a infância nesse contexto de tantas “batalhas” que temos diariamente travado ao longo de nossas histórias de vidas. Um exemplo ilustrativo disso é a luta de forças que vemos desvelar-se diante de nós, nos dias atuais, face ao isolamento social, onde educadores, pesquisadores, técnicos da área da educação e pais tem buscado as mídias sociais para se digladiarem sobre o fazer das crianças em tempos de quarentena. Confesso que, sem tomar partido de qualquer um dos lados, tenho me sentido um tanto quanto incomodada com os apontamentos de todas as partes, tendo em vista que em nenhum momento parou-se para ouvir as crianças e o que elas têm a dizer sobre o seu próprio ser e fazer nestes tempos em que nós mesmos estamos perdidos e atônitos diante de tanta imprevisibilidade. Onde ficaram as emoções, os desejos e as verdades da infância face a tudo isso? Desejo que esta breve reflexão seja um convite a todos nós, para que possamos olhar para as (nossas) crianças como seres dotados de um sistema nervoso capaz de pensar e sentir. Feito isso, que tenhamos a sensibilidade também nós de ouvi-las para então pararmos de decidir por elas o que é melhor neste e em outros momentos de suas vidas. Imagino que ficaremos surpresos com as respostas, mas com este pequeno gesto de escuta (da escuta), não só manifestaremos a elas a máxima expressão do Amor, como estaremos construindo a possibilidade de aprender com quem já nos deixou muito claro que tem muito a nos ensinar.  

 
 
 
 
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